CAPÍTULO QUATRO - DIAN

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"Amor da minha vida, você me machucou. Partiu meu coração e agora me abandonou" - Queen (Love Of My Life)




Os corredores do Castelo estavam movimentado o festival de Samhain estava próximo. Todos os funcionários dos Castelo estão enfeitando os corredores e paredes com cores vivas que lembram nosso verão.
Próximo dos quartos encontro Savannah gritando com uma funcionária que derrubou uma jarra de água no seu vestido. Sav, é uma fêmea fútil na minha opinião, ela passa maior parte do tempo pensando em compras e maquiagens. Entretanto, meu pai a ama intensamente.

— Sav, algum problema? — A fêmea estava acompanhada, as suas damas de companhia estavam ajudando a funcionária com os cacos da jarra.

— Esse vestido foi uma encomenda do Norte. — Diz ela, chateada. — É lindo e perfeito.

— Continua lindo e perfeito. Ela só molhou com água. Não precisa gritar com os funcionários, com calor que estamos enfrentando tenho absoluta certeza que o seu vestido vai secar rapidinho.

Savannah afirmou com a cabeça. Abaixando-se para ajudar a funcionária.

— Desculpe-me; — falou. — Não queria ser grosseira.

A funcionária sorriu, um pouco constrangida.

— Perdoe Senhora, não queria chateá-la.

Savannah dispensou a mulher que correu buscar um pano para secar o chão.

— Dian; — A fêmea sorriu lindamente. Savannah tem essas mudanças bruscas de personalidade. Sinceramente? Não sei como meu pai dá conta de três fêmeas tão distintas. — Que bom que voltou, como foi a viagem?

— Satisfatório, nossa aliança foi renovada.

— Que maravilhoso. Já falou com seus irmãos? — Pergunta-me.

— Não, ainda não encontrei Tristan ou Hatreu.

— Entendo; — Sav faz uma mesura. — Preciso encontrar nossa Rainha.

— Tudo bem!

Todas as damas de Companhia vestiam os mesmos vestidos e usavam os mesmos penteados. Era cômico e vergonhoso, mas uma fêmea em especial ganhou minha atenção, o cheiro da sua magia era forte. Lembrava meu próprio poder em noites sombrias, quando minha magia era tão assustadora que tirava-me o sono.

— Você; — digo, deixando todas em alerta. — Qual é seu nome?

Savannah olhou para a fêmea intrigada e desconfiada. A dama de companhia tinha cabelos negros como penas de corvos, uma pele muito pálida e sem vida. As íris tinham um tom cítrico, lembrando um verde-limão. A cor dos seus olhos era desigual, vampiros nasciam com tonalidades exóticas. Com pigmentos raros nas íris dos olhos, determinada pela concentração de melanina. No entanto, os olhos desta fêmea…

— O nome dela é Eleonor, é minha Dama de Companhia. Trabalha no Castelo há seis meses.

A fêmea não ousou me encarar, mantinha um comportamento submisso. Cabeça baixa, olhar cauteloso, gestos simples. Não lembrava uma guerreira ou uma combatente. Mas tinha uma essência sombria que fazia meu poder avançar contra ela.

— Compreendo! — Respondi, alguma coisa está errada. Muito errada!

Savannah seguiu até os aposentados da Rainha, após nosso encontro no corredor.
Eu não conseguia tirar a fêmea dos meus pensamentos, caminhei pelos corredores lembrando de sonhos macabros envolvendo a fêmea que lutou ao lado dos Brennus. Lembrando do sorriso traiçoeiro, dos olhos… Um sinal de alerta gritou na minha cabeça: Ela lembrava a fêmea que participou da tortura da minha mãe.
Um calafrio percorreu a minha espinha, tenho uma sensação de incapacidade e de fracasso. Tudo que aconteceu com minha mãe foi minha culpa, eu deveria ter lutado…

Dian - O Príncipe Dos MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora