CAPÍTULO VINTE E NOVE - DIAN

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"Posso ser o Rei das Sombras. Em toda direção que desejar seguir, estarei te guiando". - King of Shadow (Kat Cunning). 





Minha cabeça não parava de latejar quando abri meus olhos. Eu permanecia deitado numa cama aconchegante, com uma sede de sangue descontrolada.
No momento que movi meu corpo para fora do colchão sinto meus ossos quebrando-se. 
Que dor. 
O quê aconteceu? 
Lembro-me de invocar o poder da própria Airmid. Da Deusa que abençoe minha mãe. Lembro-me de pedir o seu auxílio e sua força para vencer outro mal que poderia mudar nosso Mundo.

— Dian; — A voz da minha Escolhida de Sangue ecoou no cômodo. Tentei virar meu corpo para encará-la, mas novamente sinto aquela dor dilacerante. — Shh, estou aqui.

A fêmea sentou-se ao meu lado, ela pegou uma pequena adaga cortando o próprio o pulso. O cheiro de sangue atiçou todos os meus instintos, eu precisava beber.

— Calma, Dian. Tudo bem; — Minha Escolhida oferece o pulso vertendo uma boa quantidade de sangue. Eu não esperei, segurei com força no seu antebraço sugando o sangue necessário para acabar com a dor da minha sede.

O cheiro da fêmea foi ficando mais forte, mais intenso. O sangue dela começa a diminuir o meu desconforto. E para minha surpresa aquela ligação que um dia quebrei, estava ali unindo-nos. Ligando nossas vidas novamente, nosso laço voltou mais forte e poderoso. 
A fêmea soluçou, olhando-me com seus olhos amendoados repletos de lágrimas.

— Eu estou bem. — Murmurei ainda atordoado com nossa ligação. — Não precisa chorar.

— Dian, eu senti muito medo. Por você, por Emmaline. Eu pensei…

— Shh; — faço, tentando acalmá-la. — Eu estou vivo, só preciso de uma boa quantidade de sangue e descansar.

— Você está dormindo há quatro dias.

— E Morgana?

— Ela está ótima, radiante e tentando governar duas Cortes nos últimos dias.

Franzi o cenho. Confuso com a revelação.

— Duas Cortes? — Indago, lutando para recordar dos dias que antecederam minha sede.

— Você não se lembra? 

Neguei com minha cabeça.

— Só recordo-me da invocação. A Deusa Airmid, ela…

— Pela Mãe Abnegada; — limpou as Lágrimas com o dorso da mão. — Agora tudo está se encaixando. A luz que irradiava de você era da própria Airmid. 

— Mayo, por favor. O quê aconteceu? — Essa inquietação só piora a minha perda de memória.

— Príncipe Dian, você é novo Rei da Ilha Cruachan. Thuam está morto.

Meu coração disparou. 
Então, as lembranças chegam. O sequestro da minha filha… Azrael? O que houve com ele? Qual foi o final do Anjo da Morte?

— Emmaline?

— Está cabisbaixa. Ela quer ver os avós.

Hardy e Isolda estão mortos, suspirei fundo. Imaginando como poderia contar a minha filha que os avós que ela tanto ama estão mortos. Problemas e mais problemas. 
No momento preciso recuperar as minhas forças e agir com cautela. 

— Eu vou descansar novamente. Encontre mais sangue. Não posso beber uma quantidade generosa de sangue da minha própria Escolhida, posso matá-la.

— Mas…

— Você só controlar a minha sede, Mayo. — Interfiro, voltando a me deitar. — Não é minha fonte de alimento.

Dian - O Príncipe Dos MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora