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Miranda riu olhando para Caroline que tentava seguir os passos de Andrea.

— Desculpa — Disse ao pisar no pé da morena, Andrea sorriu olhando-a.

— Está tudo bem querida, não se preocupe, quando eu estava aprendendo a dançar eu era péssima, apenas pisava no pé do meu pai.

— Sério?

— É sim — Disse rindo — Vamos tentar novamente, tudo bem? — Disse calma e Caroline afirmou — Um passo para a direita, um passo para esquerda, uma passo para frente e gira, depois repetimos os passos para direita e esquerda, tudo bem?

— Sim — Andrea a segurou na cintura ajudando-a com os passos.

— Você está indo muito bem — Disse sorrindo vendo a alegria nos olhos da ruiva.

— Minha vez — Cassidy disse após terminarem a dança, Andrea começou a ensinar a garota entre risadas assim como havia feito com Caroline — Isso é tão legal — Disse animada fazendo Andrea rir.

— É sim — Disse e escutou a música trocar, olhou para Miranda — Nossa vez, senhora Priestly — Disse estendendo a mão, Miranda sorriu, agarrando-se a mão da morena.

Andrea foi até seu aparelho e escolheu uma entre suas diversas músicas e colou seus corpos olhando-a nos olhos enquanto moviam-se ao som de ebony eyes de Rick James, escondeu o rosto na curva do pescoço da mais velha e aspirou seu cheiro de flores, flores de pessegueiro deduziu.

Cassidy e Caroline riram baixo e saíram da sala sem serem percebidas, a tanto tempo não viam a mãe tão bem com alguém que não fosse as duas que seriam incapazes de atrapalhar esse momento.

Andrea buscou os lábios da mais velha iniciando um beijo calmo que diziam coisas que palavras não seriam capazes, a música aos poucos foi acabando-se, mas nem ao menos perceberam, o beijo que trocavam era bom demais para pararem aquele momento, Miranda sugou o lábio da morena afastando-se e voltando a abraça-la, escutando outra música tocar, mas isso não importou, não naquele momento.

— Gosto da nossa proximidade — Andrea sussurrou — Gosto de passar momentos assim com você, sem sexo, sem conversas, apenas assim, sentindo seu coração bater ao ritmo do meu, sua respiração perto da minha e seu cheiro me tomando por inteira — A beijou no pescoço, apertando-a um pouco mais no abraço — Espero que me deixe te tirar para dançar mais vez, pois eu adoro sentir seu corpo próximo ao meu, adoro te sentir por inteiro, te sentir minha assim como me sinto sua.

— Oh querida — Disse olhando-a nos olhos e beijando-a lentamente em um selinho demorado e afastou-se olhando-a nos olhos enquanto lhe acariciava o rosto.

— Pode ser cedo demais, porém eu sei que é você desde o início, Miranda, desde que te vi sentada naquele bar e é tão bom sentir que mesmo sabendo que a dor continuará aqui, eu não sofro tanto quanto antes — Miranda colocou o indicador nos lábios da morena.

— Shii — Disse em um sussurro — Não diga nada, não agora — A beijou novamente e afastou-se desligando a música, pegou a mão da morena puxando-a para fora da sala e seguindo para o quarto, assim que entraram Miranda fechou a porta e levou a morena até a cama, a colocou deitada e deitou ao lado puxando-a para seus braços, desligou as luzes e a beijou nos cabelos.

Andrea passou o braço em volta da cintura da mais velha enquanto escondia o rosto na curva do pescoço da mais velha e suspirou tentando conter às lágrimas que tentavam fugir, Miranda afagou os cabelos castanhos até o momento que a sentiu relaxar entregando-se ao sono.

.§.

O som de passos pelo quarto fez com que Miranda abrisse os olhos contra sua vontade e olhasse para o relógio vendo que eram apenas duas da manhã e logo viu Andrea saindo do banheiro.

— Andrea? — A morena a olhou — Tudo bem?

— Sim, desculpa se te acordei.

— Está tudo bem — Disse suspirando — Por que acordou?

— Tive um pesadelo, mas não se preocupe, eles são frequentes, ao menos às vezes — Sorriu sem vontade.

— Venha, deite-se aqui — Andrea a olhou e aproximou-se deitando ao lado da mais velha, olharam-se — Quer me contar?

— Não é nada demais, apenas lembranças do meu acidente, mas eu já o superei, estou bem — Ficaram em silêncio por longos minutos até a morena soltar um longo suspirou — Seria uma menina — Sussurrou e olhou para Miranda que a olhava atenta — Olívia — Sorriu triste — Às vezes sonho com ela, ou melhor, em como ela seria — Secou à lágrima e voltou a sorrir — Tenho certeza que se pareceria mais comigo do que com Peter, assim como eu sou muito parecida com minha mãe... Eu a queria tanto, Miranda — Disse em um sussurro sentindo às lágrimas voltarem a cair, Miranda a abraçou afagando os fios castanhos.

— Está tudo bem querida, tudo bem.

— Peter nunca compreendeu de verdade a minha dor, eu sofri completamente sozinha.

— Você não está mais sozinha — Sussurrou beijando-a nos cabelos, deitou de barriga pra cima puxando a morena para deitar em seu peito — Você agora tem a mim — Sussurrou e o silêncio voltou a fazer-se presente no ambiente, mas ambas sabiam que a outra estava acordada e perdida em seus próprios pensamentos, o silêncio não era incômodo, muito pelo contrário, ele era tão cômodo e tão bom, sentimentos transformados em silêncio com a promessa de que sempre estariam ali, mesmo que só em pensamentos.

— Obrigada — Andrea sussurrou e olhou para Miranda que retribuiu o olhar e a olhou nos olhos.

— Pelo quê?

— Por me deixar fazer parte da sua vida.

— Eu quem agradeço por ter entrado na minha — Andrea lhe deu um selinhos demorado, olharam-se nos olhos — Posso perguntar algo?

— Sim.

— Por que seu rompimento com Peter? — Andrea respirou fundo — Não precisa responder se eu tiver sido indelicada.

— Não, você não foi e estamos juntas agora temos que ser sinceras uma com a outra... Bom, pouco tempo depois de ter sofrido o acidente e termos saído de Nova York, minha relação com Peter ficou muito abalada, brigavamos muito, começamos a dormir em quartos separados, não nos buscavamos mais e mal nos falávamos, eu me recusava a me casar durante o tempo que estávamos afastados de Nova York, mas ele queria ao menos a cerimônia no civil, coisa que não aceitei por não está com meu pai próximo e nem Lily, em uma madrugada lembro-me de ter perdido o sono então saí do quarto para preparar um chá, ao passar pelo quarto de Peter o escutei falando ao telefone e estava no viva-voz, falavam sobre as tentativas falhas dele tentar se casar comigo e que sem ser meu marido, ele não poderia me manipular para conseguir mexer no capital da New Bride, eu fingi não escutar nada e dias depois propus o casamento, ele ficou animado mas ao me ouvir dizer que eu não teria a New Bride, o que era mentira, ele simplesmente inventou uma desculpa e foi embora.

— Eu sinto muito querida.

— Eu estou bem, isso só serviu para perceber como minha filha teria uma péssima influência de pai, enquanto o meu sempre foi maravilhoso pra mim.

— E Peter?

— Não faço ideia e eu acho bom assim — Miranda a olhou nos olhos — Nunca conhecemos verdadeiramente as pessoas... Isso é um fato.

— É sim.

— Tente voltar a dormir, você deve está cansada, normalmente depois de um pesadelo eu não consigo dormir.

— Eu vou fazer um chá pra você — Disse fazendo mensão de levantar.

— Não precisa, Miranda, só fique aqui comigo.

— Tudo bem — Disse abraçando-a novamente, começaram a conversar tranquilamente e quando menos perceberam já dormiam outra vez.

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