Melissa

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Melissa 

Me sinto como uma criança no jardim de infância, prestes a tomas uma bronca por ter batido no coleguinha

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Me sinto como uma criança no jardim de infância, prestes a tomas uma bronca por ter batido no coleguinha. Poxa, a gente só transou, não é como se fosse o fim do mundo. Mas para o meu pai é como se nós tivéssemos iniciado a terceira guerra mundial.

Ele andava de um lado pro outro na sala, enquanto eu e o Victor nos olhávamos pra ver quem iria se atrever a falar primeiro.

- Pai..

Eu tomei coragem de dizer, enquanto me sentava no sofá da sala com o Victor ao meu lado. E meu pai continuava andando de um lado pro outro prestes a furar o chão.

-Não vem com essa de ''pai''.... a gente só queria que vocês resolvessem a briga que tiveram ontem, e isso não envolvia sexo.- papai diz exasperado e passando as mãos no cabelo.

-Seu Pedro, ela não vai engravi...- Victor disse e foi cortado.

- PARA... eu ainda não to preparado pra ouvir a sua voz, você... ela... a florzinha dela... você.. AAARRG.- papai disse e jogou na poltrona a nossa frente.

- Olha pai – respirei fundo – eu nunca faltei com respeito nem ao senhor e nem a mamãe , eu já sou maior de idade, já trabalho pra pagar as minhas contas e o Victor é meu namorado. Ele não é qualquer um que eu achei na rua e já sai dando, poxa, a gente se ama.- papai minha olhava sério e eu continuei a dizer – Uma hora o senhor já sabia que isso iria acontecer, o senhor só precisa entender que eu cresci.

- Não cresceu não, você ainda ta usando, ainda ta pedindo pra eu fazer sua mamadeira com Nescau, você ainda é o meu neném que não deu a sua florzinha pra um ursão safado que quer te levar pra longe de mim.- papai diz de olhos fechados como se repetisse um mantra eterno.

- Seu Pedro, eu nunca vou tirar ela do senhor, tira isso da cabeça.- Victor diz me abraçando de lado.

- Só me diz que vocês usaram camisinha.. é bom fazer sem e por mais que eu queira netos, você ainda ta muito nova, minha filha.- papai diz ignorando o Victor .

Não vou dizer que entendo o papai, pois eu não entendo, eu ainda não tenho filhos. Mas imagino o quão difícil é ver sua única filha alçando vôos mais altos e daqui um tempo formando família. Quando mais nova, ele sempre brincava dizendo que ia me colocar em uma torre e ia esconder a chave pra nenhum marmanjo levar a princesinha dele pra longe. Mas ele não escondeu a chave direito, pois meu príncipe encantado a encontrou.

- Usamos, pai.- respondi constrangida

Não é tão legal falar da sua recente iniciada vida sexual para o seu pai e com o namorado do lado ainda.

- E quando vocês casam?-papai perguntou.

Eu sabia que essa pergunta iria ser feita.

- Pelo amor de Deus, pai.- digo suspirando e revirando os olhos

- Nem começa que isso aqui não é bagunça, fique sabendo que eu casei com sua mãe antes de molhar o biscoito. Mas já que vocês são da geração evoluída, o próximo passo é esse.- papai diz cruzando os braços e se recostando na poltrona.

Não sabia que uma simples foda iria causar esse alvoroço todo. Mentira! Eu sabia sim, afinal, da minha mãe e do meu pai, pode se esperar tudo.

- Marco a data assim que puder, é só o tempo de colocar os papeis pra correr.- Victor disse

Não creio que ele ta entrando na pilha do meu pai.

- Amor, não cai na pilha.- digo pra ele já espumando de raiva dessa babaquice toda.

- Não é pilha, ele tem...- papai diz e eu corto sua fala

- EU NÃO VOU CASAR AS PRESSAS SÓ PORQUE PERDI A VIRGINDADE!- grito já no meu limite.

Acho que a casa todo ouviu, pois eu ouvir minha mãe dizer de algum cômodo da casa um " Pedro só faz merda''.

- Pai, para de querer colocar os carros na frente dos bois, a gente vai se casa, mas no nosso tempo e não por pressão sua.- digo

Em um rompante, me levanto do sofá e sigo em direção a cozinha.. preciso comer, to nervosa.

Victor

Melissa largou seu Pedro falando com o vento e saiu da sala pisando duro e foi em direção ao seu refugio: a cozinha.

Por mais que eu tenha dito que colocaria os papeis para correr, eu disse isso por impulso. Me senti pressionado e temeroso em relação ao casamento as pressas que o meu sogro propôs. Não que em um futuro bem próximo nós não vamos nos casa, isso já é fato, eu amo a minha preta. Mas fazer as coisas por livre e espontânea pressão, não é com a gente.

Só restou eu e o seu Pedro na sala, então agora a conversa é de homem pra homem.

- O senhor sabe da admiração e respeito que eu tenho por você, mas não é na marra que se ganha as coisas, ainda mais com ela.- digo ao meu sogro

- A gente só tem ela de filha... eu sabia que esse dia chegaria, que ela ia fazer a vida dela com outra pessoa - ele suspirou e recostou na poltrona olhando pro teto – eu só não queria que fosse tão rápido.

- Eu não vou tirar ela do senhor, você sempre vai ser o primeiro homem da vida dela.- digo

- Eu sei que não vai, você sabe que eu sou meio paranóico e sempre falo coisas meio descabidas. - ele se endireitou e me olhou nos olhos – Só protege ela desse mundo cruel, não deixa ninguém fazer ou dizer nenhuma maldade pra ela... seus pais me contaram do tal blogueiro, você a defendeu com unhas e dentes.. só.. obrigado, Victor. E me desculpe pelo o que eu disse ontem.- ele diz

- Não, tudo bem, eu precisava ouvir.- digo sorrindo de lado.

- Você é um bom rapaz, só faz ela feliz.. se eu arranco seu coro fora, ursão- ele diz rindo sínico.

- Eu amo a sua filha, dou a minha vida pela dela, o senhor pode ficar despreocupado, ela vai ser a mulher mais feliz desse mundo.- digo sincero.

- Da um abraço aqui, ursão.- ele diz levantando e puxando pra um abraço.

- Relaxa sogrão, ela ta em boas mãos. – digo

Mãos muitos boas, segundo ela.

- Agora vai enfrentar a fera, aposto que ela ta se acabando de comer besteira.- digo saindo do abraço.

- Me deseje sorte.- ele diz

- Não mesmo, se vira.- digo rindo e ele me lança um dedo do meio e vai em direção a cozinha.

Me sento no sofá rindo, pois lembro que o jogo virou e agora e seu Pedro que vai ter que enfrentar a Melissa puta da vida, só lamento pelo sogrão. 

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Beijos e até a próxima!


Amor sem Medidas (EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora