Viva La Vida: A vida de um rei exilado

A morte não discrimina

N/A: Me perdoem

Connor chorava enquanto entrava no quarto do pai. Arthur II estava deitado em sua cama, seus curtos cabelos loiros bagunçados. Seus olhos azuis pareciam fundos no rosto magro e suado, e ele tossia incessantemente em um pano branco. Suas roupas majestosas estavam amarrotadas e amassadas, molhadas de suor.

Nervoso, Connor olhou com o canto do olho para Ernest, que conversava baixinho com o médico da corte. Desmoulins apenas observava a cena de longe, tentando não chorar.

- Vem cá...- Arthur II disse, entre uma tosse e outra. Connor pôde perceber que a voz do pai estava fraca e rouca. Lentamente, se aproximou do enfermo. Arthur II pegou as mãozinhas do caçula entre as suas e começou a falar, lutando para respirar:

- Ouçam todos: Sei que não vou viver mais por muito tempo, por isso me escutem com atenção e guardem minhas palavras para que, quando eu me for, tudo fique em paz... ao menos por algum tempo...- sorriu e tossiu. 

- O senhor não vai morrer, Pa! O senhor ainda vai ver seus netos...- Interrompeu Connor, com a voz embargada.

- Bem que eu gostaria...- Arthur II respirou pesadamente e olhou para Ernest, que baixou a cabeça. - Ernest... se lembre de tudo o que lhe foi ensinado; se preocupe tanto com o povo quanto com os nobres, e esses dois extremos lhe respeitarão. Se preocupe apenas com um desses dois extremos, e seu reinado ruirá rapidamente. Seja sábio e terá um reinado respeitado, Ernest...- O rei arfou e olhou para Connor.

- Seja um bom menino e não ligue para a opinião das outras pessoas, Connor. Seja você mesmo e seja original, Connor. Por mim... por você... 

Connor começou a chorar.

- Fique comigo, por favor! Não me deixe órfão!!!- Connor se ajoelhou e chorou muito. 

- Sinto muito... filho...- A cabeça de Arthur II pendeu para o lado e o corpo ficou mole.

Ele havia acabado de expirar.

Connor chorou mais ainda.

- ME CHAME DE FILHO MAIS UMA VEZ!