Eu não sou meu pai!

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1774

Connor estava no seu gabinete, girando o globo terrestre quando Hanôver entrou.

- Majestade...? Tenho uma proposta para o senhor...

Droga!

- Pode falar, monsieur Hanôver. Por favor, sente-se...- Disse Connor, sem tirar os olhos do globo.

Hanôver pigarreou e se sentou.

- O senhor precisa de uma esposa.

Connor girou os calcanhares e encarou Hanôver.

- Pardon, mas... o que disse? Acredito que eu esteja com bobagem demais nos ouvidos... 

- O. Senhor. Precisa. De uma. Esposa!- Disse o conselheiro, pausadamente. Connor esfregou o rosto.

- Não estou pronto ainda... Tenho...

- O quê? É jovem demais para se casar?- Ele riu.- Quantos anos tem, dezesseis? Dezessete? Seu pai tinha dezessete anos quando se casou com a sua... mãe... Ah, eram tempos áureos... seu pai era jovem e forte, e a sua mãe era graciosa e bonita...

- Acontece, Hanôver, que eu tenho dezesseis anos e eu não sou meu pai!

- Não, é claro que não... tem os cabelos loiros dele, os olhos verdes dela, a classe dele, a inteligência dele e dela... e a língua afiada dela! Tenha um bom-dia!

Saiu. Connor se jogou em uma poltrona e encarou o teto.

Apenas dois pensamentos passavam por sua cabeça:

Ele não ia se casar jovem;

Ele não era seu pai.



Viva La Vida: A vida de um rei exiladoOnde histórias criam vida. Descubra agora