Casa nova e Parto

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Alguns meses se passaram. Marie já estava há oito meses grávida, e o casal Skelton era feliz na medida do possível. Com o dinheiro que tinham, compraram uma casa luxuosa estilo rococó. Viviam meio isolados, tentando se manterem longe de olhares curiosos. Tinham apenas um empregado, François Vincent, um homem rijo e de seus cinquenta anos, mas que parecia bem mais velho.

Leal, discreto, educado e trabalhador, François era um perfeito empregado, obedecendo a seus patrões e sendo, assim como eles, um recluso.

Tudo estava perfeito, até que um parto mudou tudo...

***

Estavam sentados na sala, Marie tocando piano e Connor lendo quando Marie apertou a barriga e gemeu de dor.

- O que houve?- Connor se virou para encarar a esposa.

- Acho que... está na hora...

- Mas...

- A bolsa já estourou! Não tem mais jeito!

Connor chamou François.

- Sire?

- Pelo amor de Deus, saia dessa casa e chame uma parteira! Minha mulher está parindo meu filho!

- Agora?

- Vá logo, homem!- Connor exclamou. François saiu correndo apressado, fechando a porta atrás de si. Connor foi até a esposa e a pôs deitada em seu colo. Foi até o quarto com ela e a deitou na cama.

- Respire e tente se acalmar.- Segurou a mão dela. Marie começou a respirar em arquejos rápidos e curtos, o suor escorria por sua pele branca como a neve. Suas pernas estavam bem abertas.

- Mamãe? Papai?- Regina entrou no quarto e encarou a cena.- O que está acontecendo?

- Seu irmão ou irmã vai nascer. 

- Eu quero ficar aqui com vocês. Cadê a cegonha? Eu quero ver ela entregar o meu irmão para a mamãe.

- Você vai ver.

- Quando?

- Daqui a pouco, meu anjo. Agora vá brincar.

- Não.

- Regina Martha Jefferson Skelton!

Regina rolou os olhos.

- Está bem, papai...

Regina saiu correndo. A parteira finalmente entrou no quarto.

- Senhor, é preciso que saia. O parto será difícil...

- Mas eu...

- Por favor, saia. 

Connor beijou a testa da esposa e saiu, fechando a porta atrás de si. 

***

Connor cabeceava de sono; já era noite, e o parto já durava doze horas. Seus olhos vagavam pela página aberta. Tentava ler para mascarar a sua ansiedade, que apenas aumentava a cada hora. Tinha medo de partos desde sempre, já que sua mãe havia morrido no seu parto.

Quando tentava se concentrar novamente no livro, a parteira saiu do quarto.

- NASCEU! - Gritou ela. Connor se sobressaltou e largou o livro. Foi até o quarto correndo. O bebê estava nos braços de Marie, chorando. Marie olhou para Connor e deu um sorriso cansado.

- É um menino...

- O nome dele será Arthur Thomas. - Connor disse, se aproximando da cama e pegando Arthur no colo. Arthur se mexeu e abriu os olhos, olhando para Connor.

- Ele tem os meus olhos... - Connor estava emocionado. Se sentou ao lado da esposa. - Espero que ele seja doce como você.

- E eu espero que ele herde a sua inteligência e o seu talento para música...

Connor dormiu ao lado da esposa, a cabeça encostada em seu ombro.

Era um lindo momento em família, que logo seria destruído pela diabetes.

Viva La Vida: A vida de um rei exiladoOnde histórias criam vida. Descubra agora