The Featheringtons

Capítulo 37

— Pensou em alguma coisa? - a estilista pergunta enquanto tira as medidas de Amy.
— Muitas - ela diz - Mas nesse momento não tenho nada em mente.
— Quer algo que realce sua silhueta?
— É comum que as futuras Featherington usem vestidos volumosos - Amy diz.
— É isso que você quer? - ela pergunta.
— Não importa muito o que eu quero - Amy sussurra.
— Entendo que vão meter o bedelho em todos os detalhes do seu casamento - ela diz - Mas faço questão de que seu vestido de casamento seja feito conforme sua vontade.
— Sempre gostei mais das pedrarias do que do volume - Amy diz.
— Tenho algumas ideias pra você - ela diz pegando um bloco de papel.
...
— O que acha? - Taylor pergunta ao ver Amy.
— Laranja - Amy diz.
— É pêssego - Anastácia a corrige - E acho que a cor ficará fabulosa em todas suas madrinhas.
— Acho que esse vestido ficará muito mais bonito em você - Amy diz tirando um vestido azul da arara.
— Ande experimente - Anastácia diz - Eles podem repetir esse modelo no pêssego.
Taylor pega o vestido e corre para o provador.
— Ela é uma menina incrível - Anastácia diz.
— Eu sei - Amy diz - Senti muita falta dela.  
— Logo meus herdeiros já estarão todos casados - Anastácia diz - Gostaria que Taylor ficasse conosco, como uma Featherington.
— Acredito que depois da revelação ela vai querer viver com meu pai - Amy diz.
— Ofereceremos a ela coisas que não estão ao alcance do seu pai.
— Essa decisão não é minha - Amy diz saindo.
— Por isso quero que converse com Taylor, sabe qual é a melhor escolha - Anastácia diz segurando-a pelo braço.
— Eu vou ver se minha irmã precisa de ajuda.
— Amy olhe à sua volta, quando foi a última vez que ela saiu para comprar um vestido, quem dirá um vestido desse nível.
Amy desvencilha das mãos de Anastácia e caminha até o provador.
— Como está se sentindo? - Amy pergunta para Taylor.
— Tinha razão, esse é bem melhor.
— Eu disse, te conheço.
— Não gostou do pêssego, não é?
— Eu vou sobreviver - Amy diz - Agora vocês, com aquela cor horrível, eu não garanto.
— Isso aqui é incrível - Taylor diz - É como se houvesse dezenas de fadas madrinhas que num estalar de dedos fazem o vestido que você sonhou.
— Está se sentindo a Cinderela? - Amy pergunta rindo.
— Você é a Cinderela.
— To mais pra gata borralheira - Amy diz.
— São as mesmas pessoas - Taylor diz - Só precisa de um bibidibobidiboo.
— Você é incrível.
— Eu sei - Taylor diz dando um toque no nariz da irmã - Como está seu vestido?
— Escolhi um modelo maravilhoso - Amy diz - Mas você só poderá vê-lo no sábado. 
— Por que tanta surpresa?
— Acho que é melhor assim.
— Papai vem para festa? - Taylor pergunta tirando o vestido.
— Acho que não.
— Melhor assim, não conseguiria encara-lo.
— Não pretende falar para ele que está viva? - Amy pergunta.
— Eu não quero falar com ele.
— Mas por que? Ele foi a pessoa que mais sofreu quando você partiu.
— Ele nos vendeu Amy.
— Ele fez o que achava melhor pra nós.
— Você está feliz de casar com um completo desconhecido?
— Ian não é um completo desconhecido...
— Quantas vezes o viu? - Taylor pergunta - Você mal o reconheceria se esbarrasse com ele.
— Claro que eu o conheceria, e isso não importa - Amy diz - Eu vou cumprir com minha obrigação e me casar.
— Papai tirou seu direito de escolha.
— Eu escolho me casar - ela diz imponente encerrando o assunto.
— Vou tirar o vestido - Taylor diz se afastando da irmã.
Elas voltam para casa sem trocar uma palavra. Anastácia passa detalhes do casamento sem parar.
— Minha cabeça está doendo - Taylor diz - Poderia me ausentar?
— Muita coisa para um dia só - Anastácia diz com a mão no rosto dela - Tome uma aspirina e descanse.
— Tem mais planos para hoje? - Amy pergunta.
— Minha querida temos planos para a semana inteira.
A semana passa, Amy segue Anastácia para diversos fornecedores. Taylor começou aulas de hipismo na propriedade e quase não as acompanha.
— Amy acorde - Anastácia diz cutucando-a - Todos estamos cansados, mas não é nada elegante dormir sobre a mesa.
— Perdão - Amy diz se esforçando para manter os olhos abertos.
— Como estão os preparativos Juliet? - Anastácia pergunta.
— Os decoradores começam a mexer no gazebo hoje - Juliet diz.
— Também montarão as estruturas para a cerimônia - Luke diz.
— As peônias chegarão amanhã bem cedo - Amanda diz.
— E Ian? - Amy arrisca perguntar.
— Fique tranquila querida - Anastácia diz - Nem que eu tenha que buscá-lo eu mesma.
Taylor encara a irmã, que mal tocou na comida. Amy tenta se comunicar com os olhos.
— Está ansiosa? - Juliet pergunta - A véspera do casamento costuma deixar um frio na barriga.
— Só estou cansada - Amy diz.
— Se quiser subir está autorizada - Anastácia diz - Amanhã será um longo dia.
Amy vai até o quarto e toma um Xanax antes de se deitar.
...
— Pelo amor de Deus, quando você pensa que não pode piorar - Anastácia diz.
Amy abre os olhos e a luz a faz colocar a mão no rosto.
— Ela acordou - Taylor diz.
— Se estava tentando se matar, me avisasse para eu colocar no cronograma - Anastácia diz. Amy observa o bob nos cabelos dela e o rosto parcialmente maquiado.
— Que horas são? - Amy diz se sentando.
— Quase 11h - Taylor diz.
— Estou muito atrasada? - ela pergunta.
— Mutíssimo - Taylor responde.
— Vá tomar um banho gelado para tirar essa cara de sono - Anastácia diz.
Quando Amy desce há uma bagunça no saguão. Pessoas correm por todos os lados levando tecidos, flores, pratos e os mais diversos itens.
— Srtª Valle, sua equipe te aguarda na suíte - uma mulher segurando uma prancheta diz.
Amy é conduzida até o local, onde mais gente corre de um lado pro outro. Ela é sentada numa cadeira e muitas pessoas mexem no seu corpo ao mesmo tempo.
Seus pensamentos ainda estão meio lentos, provavelmente por causa do comprimido que tomou no dia anterior.
Quando ela percebe cochilou no meio do processo, e já está pronta.
— Pronta para ver seu vestido? - a estilista pergunta conduzindo Amy pela mão.
Ao abrir o zíper da capa, Amy pergunta se ainda está dormindo, ela não via um vestido, mas sim uma joia.
— Posso tocar? - ela pergunta.
— É seu - a estilista diz - Preparada para vesti-lo.
Amy afirma com a cabeça, dando-se conta de que realmente o momento chegou.