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Ouço uma chamada de atenção e veja a namorada do guarda-redes à espera para poder festejar com o companheiro.

Sinto-me desconfortável. Afasto-me.

- Parabéns. - digo olhando bem nos seus olhos. Ele olha bem nos meus e sorri.

Vejo os dois abraçarem-se. Suspiro e faço o meu caminho até aos outros.

Abraço e felicito todos. Agradeço também todo o seu esforço durante toda a época. Foram e são absolutamente incríveis.

- Impressão minha ou abraçaram-se, Rafa? - ouço a voz do grego Samaris enquanto observo todo o estádio. Admirada estava eu de ainda não o ter ouvido.

- Cala-te Samaris!! Eu pensei que estava a alucinar!! - ri com o enorme disparate que sai da boca do Rafa.

- Vocês estão finalmente a dar-se bem? - suspiro e penso no assunto.

- Não. - sem saber porquê o meu coração aperta ao ouvi-lo.

- Aí tens a tua resposta... - olho para dois dos meus melhores amigos e afasto-me. Caminho para a saída.

Ainda consigo ouvir o Grimaldo que apareceu entretanto perguntar ao seu colega: "Para quê isto, Odisseas?". No entanto, não ouço qualquer resposta.

Sinceramente, eu estava à espera de quê? Que uns olhares, uns sorrisos e um abraço fossem resolver brigas de um ano?
E porque é que eu quero resolver as coisas? Ele não quer.

Agora não vou pensar nisto. Vou aproveitar e festejar com estas pessoas maravilhosas.

Volto a virar-me para onde está toda a gente e vejo as minhas amigas agarradas ao seus grandes amores.

De repente vejo os dois, João Félix e André Almeida, ajoelharem-se no relvado.

Todos abrem a boca em forma de espanto, incluindo eu. A Rute e a Glória, eu não sei como elas se estão a aguentar.

Breves momentos depois os dois fazem a tão esperada pergunta pelas minhas melhores amigas. Sem sequer pestanejarem, elas aceitam entregar-se aos possíveis amores das suas vidas e os rapazes podem finalmente chamá-las de namoradas como tanto desejavam.

Felicito os nossos casalinhos. Estou muito feliz por eles.

Olho à minha volta. Arrepio-me ao me lembrar do momento em que a taça foi erguida.

Agora a momentos de deixarmos o estádio para rumar ao Marquês de Pombal somos todos surpreendidos por uma mota do relvado.

As lágrimas inundam os meus olhos ao perceber que é o Eliseu que nos traz as deliciosas memórias do tetra e por há muito não ver este grande homem.

- Eliseu!! - corro na sua direção depois de lhe dar um tempo para estar com os rapazes.

- Ohhh, pequena!! - ri e abraço-o.

- Tens de aparecer cá mais vezes!! - digo-lhe quando desfazemos o nosso abraço.

- Ela tem razão!! - chega o capitão Jardel. Sorri-lhe e deixei-os conversar.

O caminho até ao Marquês foi repleto de festejos que continuaram quando lá chegámos.

A festa durou até às tantas da manhã e eu fiquei até ao fim.

Foi uma das noites mais intensas e alegres que já vivi em todos os meus anos de existência.

Assim que chego a casa, deixo-me cair na cama e adormeço sem sequer mudar de roupa.

LOVE? IMPOSSIBLEOnde histórias criam vida. Descubra agora