Penso vezes e vezes sem conta na forma como ele agiu comigo quando chegou e quando eu me aleijei.
É muito confuso.
Olho à minha volta e como parecem estar todos nos seus momentos tento levantar-me sozinha para ir buscar alguma coisa para comer.
Consigo levantar-me, mas quando volto a tentar andar as dores voltam a aumentar e logo me faço ouvir.
Quase imediatamente eles e elas olham para mim e vejo o Samaris e a sua companheira correrem até mim.
- Áurea!! Sozinha não!! - o Samaris diz e eu percebo que ele tem razão.
- Queres ir onde?? - a rapariga pergunta.
- Tenho fome. - não respondo diretamente e faço uma cara de dor misturada com riso. Os dois soltam umas gargalhadas com o meu estado.
Os dois ajudam-me a chegar à mesa onde está a comida.
- Viram bem a expressão do Odisseas?? - o Samaris dirige-se a mim e à sua companheira.
- Não comecem. - peço ao casal, pois neste momento a minha cabeça já está suficientemente confusa.
Eles cedem e minutos mais tarde levam-me de volta para a minha espreguiçadeira.
O tempo vai passando e a noite chegando.
Alguns deles tentam animar-me e as meninas distraírem-me, mas as dores não param nem aliviam. Às vezes até parecem piorar.
O Salvio encomendou pizzas para todos e quando as mesmas chegam juntamos-nos à mesa para jantar.
O André Almeida sugere jogarmos às cartas e todos aceitamos.
Para me sentir mais confortável o Gedson coloca a minha perna por cima das suas para que o meu pé fique elevado.
Não sei se são as dores que me estão a fazer alucinar, mas por vezes sinto o olhar do Odisseas posto em mim. As coisas estão cada vez mais estranhas, por isso tento distrair-me com o jogo.
- Oh Rafael Alexandre, para de fazer botota!! - ele acha mesmo que ninguém consegue perceber que ele está a tentar ver as cartas dos outros.
- Não me estragues o jogo, Áurea Alexandra!! - "Áurea Alexandra", começo mesmo a achar que me puseram Alexandra para eu combinar com o Rafa. Estávamos destinados a ser melhores amigos e a aturar-nos até ao fim das nossas vidas. Não me posso queixar, ele é das melhores pessoas que tenho comigo.
Ficamos a jogar até perto da meia-noite quando todos achamos que é melhor irmos para as nossas casas.
- Anda, nós levamos-te a casa. - o Odisseas e a namorada aproximam-se de mim. Realmente, eu não consigo conduzir assim e eles moram relativamente perto de mim.
- Obrigada!! - levanto-me e a rapariga ajuda-me a chegar ao carro deles. O Vlachodimos leva o meu carro. Dou-lhes a morada.
Despedimo-nos de todos e seguimos caminho até minha casa.
Vou com a rapariga loira, pois com ela eu tenho uma boa relação e não sei o que aconteceria se fosse com ele.
- Deixa-me ajudar-te. - o jogador pede quando chegamos e eu assenti.
O Vlachodimos ajuda-me a subir as escadas.
- Porquê?? - não resisti perguntar olhando bem nos seus olhos. Ele suspira. Aproxima-se e coloca as mãos nas minhas bochechas.
- Se precisares de alguma coisa liga-me a mim, por favor. - a minha respiração acelera.
- Obrigada!! - olho para ele com um pequeno sorriso nos lábios. Ele assente e deixa-me indo embora.
Ando pelo quarto, para arrumar as coisas e mudar de roupa, aos saltos porque, sinceramente, mal consigo pousar o pé no chão.
Quando me deito o cansaço faz-se sentir, mas por causa das dores demoro mais um pouco a adormecer.
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LOVE? IMPOSSIBLE
أدب الهواةDuas pessoas que quase não se podem ver... Será essa uma forma de reagirem a outros sentimentos escondidos dentro de cada um?