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Meses depois...

Num dia como qualquer outro, num dia normal, bem, não tão normal já que estou sentada na areia de uma linda praia e isso é algo que não costumo fazer muitas vezes.
No entanto, hoje pareceu o melhor dia para o fazer. O céu azul sem qualquer nuvem. O sol brilha. Uma leve brisa faz os meus cabelos voarem.
Está agradável aqui. É um ambiente realmente favorável para pensar. E eu penso tanto às vezes... Até demais se calhar.
Fecho os meus olhos e sinto tudo à minha volta.

Sinto o, ainda ameno, mês de outubro.

Desde julho, desde aqueles primeiros dias o meu pé melhorou. Está bom mesmo.

No entanto nem tudo melhorou e continuou num bom caminho. O Vlachodimos voltou a ser como era. Frio e indiferente. Já eu não consigo voltar a fazê-lo. Estou cansada das muralhas.

Essa opção dele magoou-me e agora já claramente o porquê. O porquê de tudo.

Destruir as muralhas permitiu-me ver que sempre o quis perto quando dizia o contrário.

Todos os insultos foram ditos para que as palavras de amor e carinho conseguissem manter-se guardadas. Fechadas a sete chaves no meu coração.

Coração que sempre soube, sempre sentiu, sempre amou. No entanto, a minha mente escondeu tudo isso muito bem.

Agora vejo tudo e sinto tudo como é realmente. Eu amo-o.

Ele foi uma das razões que me fez ficar em Portugal apesar de todos os contras.

Não vou mais negar-me a sentir este amor. Mesmo que não seja recíproco.

POV VLACHODIMOS ON
Sento-me num banco e mesmo à minha frente vejo a areia e o mar.

Porque é que eu estou na praia? Nesta praia. Talvez porque uma vez ouvi o Rafa dizer que a Áurea gosta muito desta praia e tenho esperança de a encontrar.

Observo todo o areal e realmente o meu olhar para numa figura que não há como não a reconhecer. É ela.

Eu voltei a ser um parvo com ela porque pensei que fosse mais fácil, mas não é.

Dou por mim a olhá-la, a sorrir porque ela sorri, a pensar constantemente nela.

Todo este tempo, desde que a vi pela primeira vez, eu só escondi o que sinto. Todos os insultos e desprezos foram para ninguém percebesse e para que eu próprio me tentasse esquecer.

Só que o meu coração aperta por não poder estar com ela, por estar a magoar a minha namorada também.

- Vai ter com ela. - ouço uma voz bem conhecida atrás de mim.

- O quê?? - não entendo o que a rapariga que me acompanha há anos quer dizer.

- Odisseas, eu já percebi que tu a amas. - a rapariga senta-se ao pé de mim.

- Desculpa, eu... - suspiro. Não vale mais a pena negar.

- Não tens de pedir desculpa. São coisas que acontecem e eu sei que te esforçaste. - que rapariga incrível.

- Ela é espantosa, dona de si, mas precisa tanto de ti. - ela descreve a Áurea e não consigo conter o meu sorriso.

- Tu também és. Espero que um dia encontres alguém que realmente te mereça. - digo-lhe sinceramente.

- Desculpa fazer-te isto... Obrigado por compreender da melhor forma que consegues!! - olho para a rapariga que sorri.

- Vai lá, Odisseas. Sê feliz. - ela incentiva-me e eu respiro fundo.

Abraço-a, volto a agradecer e desejo-lhe o melhor deste mundo.

Vejo-a levantar-se e seguir o seu caminho.

Volto a olhar para a Áurea. Volto a respirar fundo. É agora.
POV VLACHODIMOS OFF

LOVE? IMPOSSIBLEOnde histórias criam vida. Descubra agora