LOVE? IMPOSSIBLE

14

Observo o mar e toda a sua grandeza. Sinto a areia entre os dedos. Sinto o amor que durante muito tempo me neguei a sentir.

- Nem sei bem como te encontrei aqui... - ouço uma voz bem conhecida por mim e rapidamente me viro para trás. Olho para o ser dono da voz.

- O que é que estás aqui a fazer? - pergunto admirada por vê-lo aqui.

- Eu não sei. Eu só quis estar contigo. - se já estava admirada acho que agora só falta o meu queixo cair no chão. Vejo-o sentar-se ao pé de mim.

- O quê? Estar comigo? - não consigo evitar e pergunto-lhe.

- Eu depois explico-te. Agora vamos aproveitar o momento. - ainda sem entender muito bem cedo ao seu pedido, assentindo.

Volto a olhar o mar. A minha cabeça está uma verdadeira confusão.
O tenpo inteiro a desprezar-me e a ser frio e agora aparece assim. Não nego a felicidade e ainda menos a confusão instalada em mim.

Sinto o seu braço nas minhas costas. Estaria a mentir se dissesse que nunca tinha imaginado esta sensação.

O rapaz vira o seu rosto para mim, mas eu não me mexo. Ele encosta a testa à minha cabeça durante uns segundos e deixa lá um beijo antes de voltar a olhar o mar.

Este é, provavelmente, um dos momentos mais estranhos e mais confortável da minha vida. Sinto-me tão bem com ele por perto.

Ele coloca-se à minha frente e eu olho-o com um pequeno sorriso no rosto.

- És tão bonita. - diz quase num sussurro. Sinto as minhas bochechas aquecerem.

- Não digas essas coisas. - desvio o meu olhar do dele.

- Agora é que tenho de as dizer. Já as mantive demasiado tempo para mim. - olho-o em espanto por causa das suas palavras.

- O que é que queres dizer com isso? - cada vez fico mais confusa. Será que estou a sonhar?

- Quero dizer que há muito tempo quero que saibas algumas coisas. - quero tanto saber que coisas são.

- Que coisas? - pareço implorar-lhe para que ele me diga.

Vejo-o baixar-se ao meu nível. Coloca uma das suas mãos numa das minhas bochechas e suspira.

- O quão bonita és, o quão importante és para mim. - estou completamente boquiaberta.

- E a tua namorada?? - aproveito a pausa que ele faz no seu discurso.

- Ela percebeu que tudo mudou quando nos vimos pela primeira vez. Ela disse-me para vir ter contigo. - eu não consigo acreditar no que ouço.

- Só te disse todas aquelas coisas para tentar esconder tudo, para me afastar de ti, mas tu estás sempre na minha cabeça. - ele confessa.

- Odisseas... - digo e sinto uma carícia na minha bochecha.

- Desde aquele dia em que voltámos das férias começou tudo a juntar-se, comecei a sentir sem barreiras, mas ainda tentei aguentar. - ele fala e foi a minha vez de acariciar a bochecha dele.

- Também foi mais ou menos bessa altura que tudo o que me impedia de sentir ficou por terra e o meu coração começou a sentir o que é realmente verdade. - confesso-lhe também.

- Mas eu não fui mais capaz de voltar ao que éramos, eu permiti-me sentir tudo. - continuo.

- Agora não precisamos mais de esconder, fingir que não há nada. - ele olha-me nos olhos e sinto o meu coração encher-se de esperança.

- O que queres dizer com isso?? - pergunto sem conseguir conter o meu sorriso.

- Isto. - ele aproxima-se e acontece aquilo que nós talvez quiséssemos desde o primeiro dia.

Os nossos lábios tocam-se e movem-se como se já se tivessem tocado milhares de vezes. No entanto é a primeira e isso faz-me sentir aquelas tais borboletas.

Ele encosta as nossas testas quando o beijo termina. Consigo ouvir e sentir as nossas respirações acelaradas.

- Queres namorar comigo?? - ouço a pergunta que sai dos lábios do guarda-redes. Se me contassem isto há uns meses, eu iria rir na cara dessa pessoa, mas agora...

Esta pergunta trás-me uma felicidade que talvez nunca tenha sentido.

- Sim!! - dou a minha resposta que, obviamente, não poderia ser outra.

O Odisseas sorri e abraça-me com força. Faço o mesmo.

- Amo-te. - não estava à espera desta sua confissão. Parece que vou explodir de felicidade e amor.

- Amo-te. - confesso também.

Voltamos a juntar os nossos lábios e a aproveitar todo o tempo que temos juntos e que esperamos que seja muito.