Recuperação - parte 1

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Oi, leitorxs!
Tô aqui pensando em dar uma super passagem de tempo na história.
Vocês são a favor ou contra? Me deixem saber!
Beijo! Boa leitura!
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Carol havia chego ao Rio de Janeiro 30 minutos depois que Gabi foi encaminhada ao centro cirúrgico. Se sentiu frustrada, mas ainda feliz por ter conseguido estar ali.

Estava aflita na sala de espera do hospital quando uma enfermeira simpática a encaminhou para o apartamento pra onde Gabriela seria levada. Ela lhe explicou os cuidados necessários que Gabi teria que ter, a dieta correta e principalmente, sobre o silencio que Gabriela teria que fazer por pelo menos 5 dias. Carol ouviu tudo atentamente.

Chegou no quarto e sentou-se para espera-la. Ligou para Clarisse e praticamente ordenou que todos os compromissos pelos próximos dias fossem desmarcados, exceto os do Rio, já que estava ali. Cuidar de Gabi era mais importante do que qualquer outra coisa.

Cerca de 20 minutos depois o médico e uma enfermeira surgiram no quarto com a maca de Gabi, que dormia. O médico lhe explicou que tudo ocorrera bem e que o nódulo era menos agressivo do que parecia.

Não demorou para que Gabriela acordasse.

- Vou te matar, te peguei no pulo, Gabriela! Agora você vai me ouvir e não vai falar nadinha - Carol falou, apontando para o aviso na parede que dizia:

"NÃO TENTE FALAR. QUALQUER COISA APERTE O BOTÃO AO LADO DA CAMA"

Gabriela fechou os olhos e fez cara de dor.

- Calma, calma. Eu tô brincando! - Carol sussurrou, deixando beijos delicados em seu rosto.

Gabi correspondeu abrindo os olhos e sorrindo por eles. Por um segundo pensou em matar Hana, mas sabia que a amiga tinha feito aquilo por ela porque sabia que ela precisava de alguém junto nesse momento e nada mais certo de que esse alguém fosse sua Carolina.

E logo dormiu de novo, por horas e horas. O médico apareceu para checa-la e avisar Carolina que na manhã seguinte Gabriela teria alta. Lhe deu maiores informações sobre a dieta a ser seguida e tirou-lhe algumas dúvidas.

Era quase fim de tarde quando Hari apareceu. Foi até lá visitar a amiga, mas principalmente, a pedido de Carol que precisava resolver algumas coisas antes de Gabi voltar para casa. Por isso foi até o apartamento, contratou uma faxineira de última hora, ajeitou todas as caixas no quarto inutilizável, trocou os lençóis por novos e encheu a geladeira de comidas saudáveis. Havia comprado de tudo e estava disposta a cuidar de toda alimentação da mais novas pelos dias que ficasse por ali.

Gabi sequer notou que Hariany estivera ali.

No outro dia, logo pela manhã, o médico apareceu no quarto para dar alta para Gabi. Prescreveu alguns medicamentos e deu as coordenadas sobre como Gabriela deveria se cuidar, indicando que somente poderia fazer esforço para falar dentro de 5 dias. Nos dois primeiros dias exigiu que a negra permanecesse em repouso. Nos outros dias, exceto pela fala, poderia desempenhar atividades leves. Tudo isso acompanhado de dieta restrita a sopas, caldos, cremes, purês, sucos e vitaminas. Os olhos de Carolina brilhavam, mirabolantes, com as receitas que tinha em mente.

1º dia

Chegaram em casa e Gabriela admirou o apartamento surpresa. Tudo estava perfeitamente limpo. Um vaso de orquídeas dava vida para a sala de tons pastéis. Seu guarda roupa estava perfeitamente arrumado e os lençóis eram extremamente novos. A geladeira estava mais cheia do que nunca.

Tomou o celular a mão e digitou: "Você é foda, Bahia! O que seria de mim sem você?"

Mostrou o celular para Carol que sorriu, dando-lhe um beijo singelo.

Carol a direcionou para cama e lhe preparou um caldo de legumes.

Durante a noite, Carol deu-lhe seus remédios e dormiram juntas. Carolina não pregava os olhos de preocupação, enquanto a negra desmaiava, dopada.

3º dia

Conforme os dias passavam, Gabriela se sentia cada vez mais injuriada. Não aguentava mais não poder falar. Sentia-se como se houvesse uma camisa de força em sua língua e cada vez que arriscava um "sim ou não", era repreendida por Carol. Ficava emburrada e abria um bico do tamanho do universo.

- Você tá na fase da adolescência pós cirurgia é? Só faz birra, véi - Carolina falava, rindo, enquanto lhe entregava um copo de suco verde.

"Eu só queria gritar e comer bife com batata frita!!!!!!!!!!!!!" - Digitou no celular, mostrando pra mais velha que caía em gargalhadas.

- Calma amor, é só o terceiro dia.

5º dia

Era o primeiro retorno de Gabriela com o médico, Dr. Ricardo. Ele elogiou sua recuperação e disse que sem o apoio da "amiga" com certeza estaria de mal a pior. Gabriela deu de ombros, com cara feia.

"Quando vou poder voltar a falar????" - lhe mostrou o celular, impaciente.

- Amanhã você já pode retornar aos poucos. Sua cicatrização está perfeita... - respondeu, sorrindo.

- Agora vou ter que aguentar, vai falar pro resto da vida é? Essa menina é rebelde doutor, no 2º dia já queria começar greve de fome - Carol falou, entrelaçando seus dedos com os de Gabi.

6º dia

- Carol, Carol - chamava rouca e quase inaudível.

Eram quase 4h da manhã quando Carol acordou assustada com Gabi chamando seu nome.

Levantou-se as pressas e acendeu o abajur - O que houve, Gabriela?

- Nada, só pra você ver que ainda tenho voz! - falou, sorrindo.

- Ah, não acredito que você me acordou só pra isso! - Carol concluiu, deitando-se de costas para ela.

- Só pra isso? Ah, você vai ver só quando me pedir pra cantar pra você!

- Gabriela, vá, faça silencio. É pra você retornar aos poucos, deixe de tagarelar!

9º dia

Gabriela dedilhava o violão na sacada do apartamento quando Carolina apareceu. Tinha acabado de voltar de uma corrida na esteira do prédio.

- Eita, mas já acordou? - disse depositando um beijo na cabeça da negra - Deixei um suco, você tomou?

- Tomei sim, amor! - Gabriela sorria.

- E essa música aí? É a mesma daquele dia que você me ligou por vídeo? - Carol perguntou, sentando-se ao seu lado.

- É sim. Tô fazendo pra você - Ela respondeu, ainda sorridente.

- Jura, véi? - Carol a abraçou pelos ombros - Canta pra mim! Como chama?

- Brisa... Mas ainda só tenho melodia para uma parte. É assim... - tornou a dedilhar e começou a cantar.

"A hora que você vem é a melhor hora do dia

melhor que saudade é ter sua companhia

nosso amor é folia, por toda eternidade...

Melhor vai ser quando voltar pra Bahia

brincar de esconder o sol e acender a brisa

não tem noite nem dia, tudo pela eternidade"

Parou de cantar e continuou dedilhando o violão, até ouvir Carol fungar.

- Que linda! - Carolina respondeu, secando uma lagrima que caía pela ponta do olho esquerdo.

- Desculpa! Não era pra te fazer chorar - Gabi respondeu, dando-lhe um beijo.

- Quando quiser cantar de novo, estou disposta. Já é minha música favorita do mundo!

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A música fictícia de Gabi para Carol chama-se Brisa (mesmo) e é do cantor Silva.
Escutem! 🥰

Só tinha de ser com vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora