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I

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I

se o dia se transformasse
numa roda panorâmica de um
parque, eu queria pará-la
uma vez para observar a
multidão, do amanhecer ao
anoitecer, que correm em
suas sinas, carregam-se na
ilusão, amam de mentira, por
interesses criam sentimentos
vazios, martirizam o coração
de quem já sofreu no engano
doloroso do amor solúvel e
falso, e, na bolha desta utopia,
andam com pressa, sem tempo
para se apaixonar de verdade e
para preencher as palavras vazias
que sussurram para satisfazerem-se
na cama.

II

temos de conservar os
amores enraizados nas
terras deste mundo cruel,
onde o filho mata os seus
progenitores e o aluno
machuca quem ensinou-o
à ler e a escrever.

III

e, nos muros cinzas de
palavras sem nexo, todos
podem ter a liberdade de um
pássaro para colorir as vielas
com o amor verdadeiro que
anda escasso pelo mundo e
que vive escondido na noite
da lua prata.

IV

nós podemos pendurar
no varal a nossa felicidade,
deixar a saudade voar e
dançar com a nossa banda
do coração acelerado, quando
o amor nos abraçar e continuar
a exterminar as fronteiras que
dividem as nossas vidas,
nós ainda vamos ficar
para sempre juntos e
eu não vou soltar a
tua mão.

Mayara Orcelino.

Para o homem borboleta-azul que vive na colina do outono estelarOnde histórias criam vida. Descubra agora