quando o meu coração se abriu para ti, morangos mofados caíram no firmamento dos anos. no passado, quando eles foram colhidos, eles eram frescos e saborosos, eram especiais, pois estavam reservados para serem comidos ao lado do meu amor, numa noite qualquer, depois do jantar, quando eu deixasse de me sentir insuficiente e os meus sentimentos fossem correspondidos.
sim, meu amor, tu sabes da minha história, das atrações que tive e que não passaram disso. por isso, com o passar dos anos, os morangos perderam a vida que dançava sorridente em seu interior, e, eu também perdi o meu sorriso, a angústia sempre me corroeu por dentro, os meus dentes só eram mostrados por risos falsos, rasos, como brinquedos de plástico, sem emoção.
mas, sem pressa, tu apareceste, coloriu as lágrimas cristalinas que escorriam dos meus olhos de castanhas, me fizeste sorrir com motivo, e, neste momento, eu vi cometas traçarem o céu, como peixes-vermelhos riscando a água límpida do mar.
eu fechei os olhos, que brilham tanto por ti, e imaginei nós juntos. há uma nova colheita de morangos guardada no meu coração, eu sei que tu estás à minha espera, e, de alma, também vou esperar a nossa vez. o tempo é apenas cronológico e ele não tem o poder para apagar nada.
a imensidão do meu amor pulsa e vibra por ti, tu sabes me conquistar mais a cada segundo. a única expectativa que lanço aos céus é que estejamos juntos e sejamos felizes.
tu me completas e essa saudade, que ecoa pelos cómodos da minha alma, senta-se junto a mim e chora para regar as flores murchas do jardim, porque dói estar distante. o sol grita no céu e queima a minha pele, enquanto tu iluminas o meu caminho de escuridão.
Mayara Orcelino.
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Para o homem borboleta-azul que vive na colina do outono estelar
Poetrysalvo entre diversos arquivos, guardado e nunca lido por terceiros, este era um livro secreto, porque ele tinha um valoroso objetivo para concluir. mas, há vezes que desce dos céus, fortemente, chuvas que desmoronam, lavam e restauram o equilíbrio...