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Este capítulo possui gatilho, não recomendo que leia se tem algum tipo de problema psicológico!

Voltei pra festa notando que todos estavam apreensivos apenas ficando tranquilos com o meu retorno, Mariana abraçava minha mãe enquanto meu filho era segurado por Saulo, ele sim tinha todo jeito para ser pai já eu não tinha tanta vocação assim. Fiquei mais um pouco na festa até os ânimos se acalmarem mas quando estava próximo de dar meia noite chamei por Nina que até o momento estava conversando com os pais.

- Já está tarde, pegue o menino e vamos embora!

- Sim!

O pai de Nina segurou o meu braço recebendo meu olhar severo, quem ele pensa que é?

- Nina vem se queixando da forma que vem tratando ela! Não vou aceitar isso!

- Você vai aceitar sim, sabe porque? Porque você vendeu sua filha por prestígio e um bom cargo na família, não se esqueça que nunca encostei um dedo sequer na sua filha mas que várias putas morreram para que ela estivesse viva e sem nenhum hematoma, não finja que não me conhece! Sabe muito bem o que sou capaz, sua filha deveria agradecer afinal de contas é a próxima dama da máfia, isso graças a mim. Então faça o favor de nunca mais me incomodar com esse tipo de conversa inútil e desnecessária!

Saio sem dar mais atenção a esse idiota, minha vontade é de espancar aquela mimada desgraçada mas não posso fazer isso por este motivo resolvo apenas pegar ela e o menino levando para o carro sem dizer uma só palavra.

- Conversou com meu pai?

- Sim, por isso temos que conversar!

Já estávamos no apartamento enquanto ela colocava o bebê no berço de qualquer jeito pode até parece impressão minha mas Nina não gosta do próprio filho.

- Nina, quando seu pai firmou um contrato com minha família, ele sabia que iria ganhar muito com isso! Um contrato vantajoso pra ambas as partes, em um ano que viveu comigo já matei mais prostitutas do que antes de ter me casado com você mas sempre esteve protegida por causa do contrato já que seu pai sempre soube o homem que entregou sua única filha mas jamais se importou tanto assim pois ganhou muito bem por vender você aos Albertini. Nunca prometi amor eterno à você tanto que continuou satisfazendo meu desejo insano com as putas que matou mas insisti em querer algo de mim que nunca terá! Não amo você, sempre à vi como uma mulher mimada e cheia de vontades, a única coisa que lhe foi impôs é ter um filho mas nem isso soube fazer direito já que é nítido sua falta de cuidado com esse menino. Por isso quero apenas que saiba, suas reclamações não tem nenhum tipo de fundamento, eu não amo você para ser sincero tenho ódio desse maldito casamento bem como desse filho que fui obrigado à ter com você pois tive que abrir mão da única coisa que realmente me fazia feliz para manter essa merda de casamento.

Nina começou a chorar feito uma menina mas aquela cena não tocava em meu peito nem um pouco. Odeio esse tipo de cena melancólica, o que essa mulher quer?

- Ela fazia você feliz, não é? A vadia que comprou em um leilão e que mantinha em sua mansão! Sei sobre ela bem como as prostitutas antes dela e as de agora, você é um sádico doente.

Nina foi até uma das gavetas do armário pegando uma arma de pequeno calibre apontando pra própria cabeça. Essa mulher está louca!

- Eu pensava que ao me casar com você seria a futura dama da máfia sendo maior do que Bettina Albertini mas estava enganada não era? A cada dia notava sua falta de amor e carinho por mim, se afastando e procurando prostitutas para continuar com seus joguinhos asquerosos mas ainda sim acreditava que poderia me amar, era tudo uma grande ilusão pois Dário Albertini é incapaz de amar, quando fiquei grávida pensei que poderia ter amor por mim por causa desse fedelho, porém nada mudou apenas serviu para se afastar cada vez mais de mim, eu sou a mulher mais linda e bem nascida de toda máfia e esperava um filho seu, mas isso não significou nada pois ainda não tinha amor por mim. Sempre tive pressão alta jamais poderia ter tido um filho mas minha mãe dizia que isso era o esperado de mim portanto fiz como todos queriam mas de nada adiantou. Continuou me tratando como um meio para um fim, nunca esqueceu daquela mulher mesmo depois de saber de sua morte.

Como Nina sabia da morte de Cecília? Isso está bem estranho!

- Surpreso? Não foi difícil saber que havia deixado a pobre mercadoria que você comprou no bordel do Centro da cidade, fui atrás dela para entender todo fascínio que tinha por ela mas infelizmente a coitada já estava morta. A tal Cecília teve muita sorte já que não teve que viver muito tempo depois que você à abandonou como se não fosse nada, ela sim foi uma puta sortuda já que nunca mais terá que vê-lo novamente mas logo eu também terei essa mesma sorte!

- O que vai fazer, Nina? Solte essa arma agora!

Era nítido a falta de sanidade mental que Nina se encontrava mas era arriscado demais tentar tirar a arma dela sem que disparasse acertando ela, eu ou o bebê.

- O mais engraçado dessa história é que você não sabe ou não quer admitir mas se apaixonou pela vagabunda que comprou mas o grande Dário Albertini jamais iria confessar seu amor para uma qualquer sem nome e sem sangue mafioso correndo nas veias, não é? Sinto por você mas com certeza sinto mais por mim que acreditei que seria uma honra ser sua esposa e mãe do seu filho mas não há honra nenhuma nisso! Você merece ser infeliz pelo resto da sua maldita vida pelo que fez a Cecília mas ao contrário dela vai morrer de remorso pelo que eu vou fazer!

Ela olhou para o berço apenas dando um aceno com mão como se estivesse se despedindo do filho que nunca quis ter, Nina se afastou do berço pronta para acabar com a própria vida. Antes que tentasse avançar nela para tirar a arma de sua mão, Nina dá um disparo na própria cabeça na minha frente e do bebê que assim que escutou o barulho de tiro começou a gritar e chorar. Ela se matou sem pensar duas vezes, peguei a criança de qualquer jeito em meu colo saindo do apartamento feito um louco, Nina enlouqueceu! Fiquei sentado do lado de fora do apartamento por um tempo que não soube mensurar bem.


Alguns minutos depois os soldados que moravam no apartamento ao lado por motivos de proteção escutaram o disparo junto com o choro do bebê e foram ver o que havia acontecido mas nem eu conseguia entender apenas fiquei sentado no chão em frente à porta do meu apartamento balançando meu filho, o menino parou de chorar mas não tirava sua atenção de mim como se estivesse me conhecendo naquele momento pela primeira vez.

- Olá, Valentino! Sou seu pai, vamos conversar um pouco!

O menino é bastante esperto como minha mãe descreveu, olhando pra mim aguardando minhas próximas palavras com atenção.

- Primeiro preciso que saiba, não sou seu grande fã pelo contrário penso que você é a representação de tudo que estragou a minha vida mas fui eu que escolhi ter você mais ninguém tem culpa disso além de mim. Valentino, à sua mãe se matou hoje pois ela como eu era infeliz e não suportou viver com isso como eu faço todos os malditos dias da minha existência, mas escute um segredo que apenas vou compartilhar com você, sou um maldito sádico que merece sofrer mas não tem culpa disso, à culpa só eu que irei carregar. Não amei Cecília, não amei Nina e todas as duas morreram de forma horrível mas você não vai ser como eu, Valentino! Eu juro pelo meu sangue que você não vai ser como eu!

Pegou minha adaga fazendo um corte profundo em minha mão direita perto da cicatriz do primeiro corte que fiz para o pacto de sangue, meu filho jamais será como eu mesmo que pra isso tenha que afastá-lo de mim e de tudo que representou! Valentino não terá o mesmo fim da mãe, isso é uma promessa que farei de tudo para cumprir!



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Cecília - Entre o amor e a dor (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora