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Cecília


– Mama, me ensina à fazer um castelo de areia bem grandão?

Brincava com às crianças na praia sentindo que os olhos de Dário não saiam de cima de nós. Ele estava sentado em uma espreguiçadeira um pouco afastado, desde de manhã estava resolvendo algum problema pois está com o celular no ouvido conversando com alguém já tem um bom tempo. Também não larga o notebook por nada, é impossível não ficar chateada com essa postura, estamos de férias e ele fica o tempo todo trabalhando.

– Amor da mãe, vou ensina-lo à fazer um castelo lindo, pegue aqueles baldinhos e vamos construir um bem grande!

Comecei a fazer o castelo de areia com às crianças mesmo assim continuei incomodada com a falta de Dário, Valentim e Melina estavam focados em montar o castelo mas não consigo acreditar que o pai deles não conseguia parar nem um momento para ficar conosco, não consegue mais aguentar de tão chateada que então resolvi ir até ele.

– Crianças, a mamãe vai ali rapidinho e já volta. Ajudei vocês à construir os primeiros montinhos, agora imagino que vão conseguir construir o resto.

Melina sorriu junto com irmão confirmando que conseguiria construir o castelo de areia. Levantei do chão tirando a areia da minha saída de praia e fui em direção de Dário mas antes de chegar até ele notei que se levantou ainda com o celular na mão deixando o notebook em cima da pequena mesa próxima da sacada da casa.

– Dário, o que está acontecendo de tão importante no reino Albertini que o impede de ficar com seus filhos? É assim que quer conquistar seu filho e conhecer melhor Melina? Devo dizer que está fazendo tudo errado!

– Cecília, realmente sinto muito mas como Don tem situações que exigem minha atenção exclusiva. Saulo está me ajudando mas não consegue resolver tudo, tivemos alguns problemas com um novo fornecedor, o infeliz está fazendo jogo duplo, trabalhando para nós e também para os Tolentino.

Coloquei à mão na cabeça inconformada que Dário estava falando disso comigo, por mais que seja de uma família do meio mafioso, tudo que não quero é saber desses assuntos durante as férias.

– Vamos estabelecer alguns pontos, primeiro, estamos de férias entendo que tenha que resolver alguns problemas é sua responsabilidade mas precisa avisar e não simplesmente ficar socado na frente do notebook e com essa merda de celular no ouvido. Não custa nada dizer que está resolvendo assuntos importantes, está desde de cedo sem dizer nada, nem o café da manhã fez direito. Segundo, não comente comigo esses assuntos e nem com os seus filhos durante a viagem principalmente com Melina pois como sabe minha filha não tem noção da vida que levamos e terceiro mas não menos importante, venha ficar conosco antes que Valentim sinta sua falta como no café da manhã.

Como desde de cedo Dário está ocupado, ele mal tomou café da manhã logo saindo da mesa, Valentim ficou triste e sei que sentiu falta do pai. Posso até tentar suprir essa carência mas sei que meu filho precisa da atenção do pai. Dário ficou olhando para mim com admiração como se nunca tivesse visto uma ação assim vinda de alguém, talvez por ser o Don, ninguém tenha coragem de enfrentá-lo mas eu tenho.

– Tem razão, espero que possa me desculpar pois tentei o máximo possível não mexer com nada relacionado à máfia mas não consegui.

Naquele momento me senti mal por ter indo com tudo para cima dele, pelas olheiras destacadas em seu rosto dá para perceber que não dormiu bem. Talvez teve que resolver esse problema durante à madrugada, fui logo com sete pedras na mão sem pensar que não pode evitar isso.

Cecília - Entre o amor e a dor (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora