7. Levanta e anda ♿

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Natalie

— Amiga, você só me mostrou por foto e, realmente, ele é a mesma coisa, porém mais bonito. — Monique diz, histérica. — Não tem ciúmes?

— Já tive. Hoje, eu aprendi que se eu tiver ciúmes dele, o mesmo vai se achar no direito de também sentir, mas de um jeito possessivo. — expliquei. — Ainda que eu sinta, jamais poderei demonstrar. Joabe é bem descontrolados quando quer. — tiro meu jaleco.

— Ambos têm um pouco de razão de sentir ciúmes um do outro. Vocês dois são um casalzão maravilhoso, como os de novela! Você é linda, morena, tem um cabelo enorme, um corpo perfeito! Ele? Nem se fala. Aquilo é raríssimo.

— Não exagera, Mony. — guardo meu jaleco na bolsa. — Ainda que tenhamos tantas qualidades físicas, não justifica o fato de sentir ciúmes um do outro. Eu confio nele e acredito que deva confiar em mim, mas tem medo da minha "ingenuidade". — fiz aspas com as mãos. — Você acredita que por estar conversando com um homem educadamente, ele acha que o rapaz vai se apaixonar e vai me sequestrar? — perguntei e a mesma riu.

— Ele só tem medo de te perder, amiga. Ainda que seja ridícula essa ideia, vamos combinar que a maioria dos doutores daqui ficam babando por você. — ela penteia o cabelo.

— Ainda bem que todos sabem que sou comprometida. E por falar em doutores, Daniel não tirou os olhos de você enquanto auxiliava meu noivo. — apertei a bochecha dela que rapidamente parou de pentear seu cabelo.

— Oi?! Não começa. — me ameaça com o pente.

— Não estou ficando maluca, mas tenho um pouco de certeza que ele está afim de você.

— Naty, estou conhecendo um rapaz cristão e jamais vou trocá-lo por um ímpio. — volta a pentear suas madeixas.

— Lembrando que esse ímpio pode se tornar servo algum dia caso, realmente, tiver interesse em você. Posso ser super sincera?

— Tenho até medo. — murmura.

— Aquele rapaz que você está "conhecendo" é um babaca! — me encostei na pia. Ela me lançou um olhar para que eu continuasse. — Eu não iria lhe falar, mas semana passada, ele me chamou no privado, depois daquela resenha que estávamos fazendo no grupo de jovens, e começou a conversar comigo, perguntando se eu estava bem, como foi meu dia... Nisso, já fiquei cismada! Porque você sabe que odeio brincadeiras e flertadas. Isso, só faço com meu noivo e com meu único melhor amigo homem que é também o de Joabe, Caio. Alimentei para ver até onde ia dar. Com simpatia, perguntei sobre a vida dele amorosa, se ele gostava de alguém de lá da congregação... Amiga, se você quiser eu lhe mostro a conversa. Ele disse que gostava de você, só que estava começando a perder o interesse e olhar para uma outra. — suspirei. — Fiquei tão abismada com a resposta que comecei a ignorar suas mensagens e ainda com medo de Joabe pegar meu celular... Resumindo: respondi depois de dias e o mesmo voltou a tocar no assunto. Acabou confessando que estava interessado em mim. Não contei nada a você porque eu queria saber até onde ele iria chegar, mas tive uma conversa séria, relembrando que sou comprometida e que se ele fosse de verdade, contasse a você que estava perdendo o interesse senão eu contaria. Sabe qual foi sua resposta?

Os olhos dela umedeceram.

— Nem quero saber. Aquele babaca! — limpa os olhos. — Eu já havia percebido a falta de interesse, porque demorava muito para responder e não fazia questão de sustentar uma conversa. Até perguntei se estava acontecendo alguma coisa... Enfim, ainda bem que meu coração não criou um tipo de sentimento profundo.

— Sinto muito...

— Não. Pelo contrário. Muito obrigada. — surpreendentemente, ela me abraça. — Deus que nos uniu.

O INCAPAZ - História de Joabe e NatalieOnde histórias criam vida. Descubra agora