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  No intervalo, me juntei com meus colegas. Todos estavam comentando que a prova estava difícil. Isso para quem não estudou, porque um assunto tão fácil como aquele... Não tem erro.

— Eu acho que me sai muito bem e tenho certeza que Joabe melhor ainda, pois ele entregou em meia hora! — Léo se manifesta.

— Terminei, porque eu sabia aquele assunto. — disse, me levantando para comprar mais um lanche. Estou faminto. — Pode me dar mais um enroladinho desse? Está uma delícia. — pedi a jovem que estava na venda.

— Claro! Você é novo por aqui, certo? — pergunta enquanto coloca o salgado no microondas.

— Praticamente. Voltei para terminar meu último período que eu tinha trancado devido a alguns acontecimentos. — disse, simples.

— Ah, me surpreende ver um jovem tão bonito cursar fisioterapia. Sabe, você tem cara de executivo. — sorri, espontaneamente.

— É, mas não fui eu quem escolhi a fisioterapia. Ela me escolheu. — dei os ombros. A jovem retira o lanche do microondas, coloca dentro da embalagem de plástico e me entrega. Paguei a mesma, em seguida.

— Hum... Volte sempre. Não é todo dia que vejo uma raridade.

Ignorei o comentário, voltando para a mesa com o pessoal que gargalhavam por alguma coisa.

— Do que estão rindo? — perguntei.

— Ana acabou de ser desafiada e não quer cumprir. Vamos lá, gatinha, não é tão difícil. — Léo parecia se divertir, mas o olhar de Ana não nega o medo. Senti pena, mas me lembrei da nossa conversa. Então, me concentrei no meu lanche.

— Tem uma garota que não para de te olhar. — Adrian, o mais calado da turma, disse-me.

— Olhar não tira pedaços. — nem me preocupei em procurar a tal garota.

  Da faculdade, fui direto para o estágio. Não sei o que deu nessas mulheres, hoje, para querer me assediar. Há quanto tempo dormi? Porque as mesmas ficaram mais ousadas e diretas. Parecem que inverteram os papéis, não é mesmo?
  Recebi uma mensagem de minha esposa dizendo que estava tudo bem por lá.

— Temos um desafio para você. — o pessoal da clínica se aproxima. Os funcionários daqui são bem legais e divertidos. Até fiz amizade com alguns cristão que querem me levar para visitar a Igreja deles. Meus sogros tem me levado para onde eles congregam e tenho me sentido muito bem por lá, apesar de não ter culto todos os dias.

— Que tipo de desafio?

— Eu acho que nosso diretor esqueceu de te falar, mas todos os novatos que entram na clínica precisam pagar uma prenda. Que tal um lanche da tarde? Você escolhe o cardápio. — Stefany sugere.

— Nada mal. Achei que seria uma coisa mais pesada.

— Bom, turma, vamos voltar ao trabalho.

Fazer acompanhamento de crianças é a minha parte preferida. As crianças prendem a nossa atenção com seus corações limpos.

— Tio Joabe! — Noah exclama ao me ver. Ele é um garotinho paraplégico, usa óculos e tem cabelo liso e loiro.

— Oi, campeão. — me abaixei para ficar de sua altura. — Pronto para mais um desafio?

— Sim, tio. Minha mamãe disse que eu posso voltar a andar como você. Quero poder ajudar as pessoas. — disse, sonhador. Inclinei minha cabeça e sorri ao olhar a mãe do garotinho. Ela é jovem e ao que tudo indica, seu marido foi embora quando soube da gravidez.

O INCAPAZ - História de Joabe e NatalieOnde histórias criam vida. Descubra agora