10.2 ♿

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  Fui arrancada apulso por Monique e agora estamos fazendo o cabelo, enquanto outros faziam as unhas dos pés e das mãos. Quando a manicure terminou, peguei meu celular, tirei uma selfie e postei no status com a legenda "Porque também sou filha de Deus".

— Você está ficando maravilhosa. — Mony elogiou.

— Você nem se fala. Emanuel vai cair para trás quando ver suas fotos e rapidamente correrá para os pés de Cristo. — disse e ela riu.

— Ele tem melhorado. — suas bochechas ruborizaram. — Disse que começou a seguir meus conselhos. Está dizimando, frequentando a Igreja...

— Uau! Temos um progresso.

— É... Mas isso não justifica nada. Enquanto a pessoa não me disser o que sente, as suposições de terceiros não me interessam.

Joga a indireta.

— Não precisa disso, você sabe muito bem que ele gosta de tu. Está no olhar dele! — exclamei.

— Como pode ter tanta certeza sendo que ele me irrita? Ele me tira do sério!

— É porque te ama. Um dia ele vai cansar de esconder. — assegurei.

Terminamos por volta das três horas. Voltamos para casa e começamos a nos arrumar. Ainda não faço ideia do que deva se tratar esse evento, mas nem posso pensar na possibilidade de negar minha ida. Monique surtaria.

Ela estava no celular, conversando animadamente com alguém que não faço ideia de quem seja.

— Vamos precisar passar na casa de seus sogros antes de ir. — disse.

— Eles vão?

— Sim. — dá os ombros. — Estamos atrasadas.

Não demorou muito tempo para estarmos em frente a casa dos pais de Joabe.

— Querida, meus parabéns. — Rebeca me abraçou. — Jesus abençoe poderosamente.

A mesma estava arrumada, perfeitamente linda. Eliseu estava de terno e com um brilho enorme no rosto. O que está acontecendo?

— Parabéns, Lie. — surpreendentemente, ele me abraça. — Nosso filho não está aqui para dizer isso, mas saiba que lhe amamos e o que iremos fazer por você, acredito que é o que ele também faria. — desfaz o abraço, depositando um beijo em minha testa.

  Uma lágrima escorreu instantaneamente.

— Onde... Ele está? Por que não me ligou ainda? — murmurei.

— Não sei. Já tem alguns dias que não liga para ninguém. Caio só anda me dizendo que o mesmo não fica em casa... — disse triste.

— Se alegre, Lie.

Eu, literalmente, amo esse apelido que o mesmo colocou em mim, mas esse não é o momento para pensar sobre isso.

— Daqui a quarenta minutos precisamos estar no evento. — olha o seu relógio de pulso. — Antes, gostaríamos que desse uma passadinha no quarto de meu filho, deixamos um presente, porque vimos que gosta bastante de passar seu tempo por lá.

Assenti, limpando minhas lágrimas. Ele me deu passagem e segui para o quarto. Na porta, havia um bilhete colado.

“Oi meu amor?”

Somente com essas três palavrinhas, chorei litros. Reprimi alguns gemidos, tentando desembaçar minhas vistas ao mesmo tempo.

“Você sabe que jamais, em hipótese alguma iria me esquecer dessa data tão especial. E ainda que eu esteja longe, quero te proporcionar um dos melhores dias da sua vida, quero que fique registrado se, por ventura, não der certo. Independente da sua decisão, sempre estarei aqui por você.  E é por você que desejo fazer desse dia o mais especial. Não é golpe baixo. Não é chantagem. Eu só... Te amo, Naty. Queria poder escrever mais, porém palavras não são suficientes para expressar o que estou sentindo e o que você sentirá ao abrir essa porta e ver o presente que escolhi pra ti. Não aceito um não como resposta.”

O INCAPAZ - História de Joabe e NatalieOnde histórias criam vida. Descubra agora