O INCAPAZ - História de Joabe e Natalie

7.1 ♿

  Eu nem dormi. Meu rosto estava horrível, mas nada poderia ofuscar a alegria que eu estava sentindo. Nada! Também não poderia compartilhar aquilo com alguém. Será que acreditariam em mim?

Incrivelmente, a sensibilidade dos meus pés continuaram. Eu conseguia sentir o contato do suporte da cadeira se chocando na sola dos meus pés. Aquilo era inovador e ao mesmo tempo estranho. Fiquei a madrugada inteira tentando me equilibrar, mas sempre caia. Rir daquilo é hilário, todavia ajudou meu autoestima.

— Bom dia. — mamãe deposita um beijo em minha testa. — Fiz seu salgado preferido para você levar. Seu pai teve que sair mais cedo, então Jônatas vai te acompanhar na fisioterapia. Algum problema?

— Se ele não me provocar, tudo bem. — dei os ombros. — Posso saber o por quê desse rostinho abatido?

Me olha surpresa. Eu não costumava perguntar sobre os problemas de minha mãe. Isso porque a mesma fala demais! Parece um papagaio.

— Seu pai, meu companheiro de culto não... Ele não quer mais ir para a Igreja. Todas as noites eu pergunto a ele o motivo, porém não responde. Ninguém sabe. Deus pediu para que eu descansasse, pois Ele estava trabalhando em todas as áreas da minha família. É difícil... — suspira.

— Então, se Deus pediu para senhora descansar, significa que Ele está no controle de tudo. — disse, simples. Ela tenta disfarçar a surpresa no olhar, mas é inevitável. — Vamos parar com essa tristeza. Só sei que acordei muito feliz, apesar de não ter dormido e estou com muita vontade de realizar meus sonhos, exceto terminar a faculdade. Isso, no momento é dispensável.

— Uau! Grandes mudanças. É sinal que Deus está realmente trabalhando.

  Tive um dia normal no trabalho e em seguida meu irmão veio me buscar para a sessão de fisioterapia. Minha língua ficou coçando para poder contar, mas... Não sei. Acho que não é a hora.

— Bom dia, Jay! — Monique se aproxima, animada. — Pronto para sentir que sua vitória está bem mais perto do que você imagina?

— Sim. — abri um sorriso largo.

— Uau! Evoluiu bastante, porque ontem seu humor estava péssimo! — comenta.

— Ele é assim mesmo. Rostinho de dezenove e humor de um idoso. — Jônatas dá leves tapas em meu ombro.

— Vocês... — Emanuel olha para Jonny e depois para mim, repentinas vezes. — Gêmeos?

Bufei e Jonny riu.

— Acho que você não percebeu que sou mais bonito. — Jonny gabou-se. — Infelizmente somos, mas eu sou o mais velho e a genética é boa.

— Por causa de cinco segundos, Jonny. — retruquei.

— É mesmo. — Mony murmura e Emanuel a olha de soslaio. Hahaha, eu vou unir esse casal. — Bom, vamos logo para nossa sessão, pois nossa máquina lhe espera ansiosamente.

  A sessão foi até divertida e carregada de novidades. Consegui sentir um formigamento em minhas pernas, mas Natalie não estava lá para ver minhas reações. Jonny só faltou chorar, mas segurou suas emoções.

Onde ela está? 

— Não precisam ir embora agora, Porque temos culto especial para todos os nossos pacientes. — Emanuel se pronuncia. — Hoje, o grupo de dança irá participar. Inclusive, a sua noiva estará se apresentando.

Meus olhos brilharam. Eu iria ficar. Eu precisava.

— Isso é ótimo! — Jonny diz, entusiasmado. — Vamos?