Guardião

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A cama era confortável e o cobertor macio, com cheiro de limpeza. A claridade a impediu de abrir os olhos de imediato, forçando a vista para ver onde estava. Aos poucos, as lembranças do dia anterior retornaram e Dakota se viu num quarto de hospital totalmente branco, ocupado somente com a cama que estava deitada e uma pequena mesa lateral que ficava do lado da cabeceira. Olhou para seu corpo e percebeu que haviam trocado sua roupa por uma camisola hospitalar e seu tronco estava enfaixado na região das costelas.

Antes mesmo de pensar no que faria, a porta se abriu e uma garota de cabelos rosados veio em sua direção com um pequeno sorriso no rosto.

― Ah, você finalmente acordou. ― Ela disse em tom baixo ao se aproximar da cama. ― Como está se sentindo?

A realidade a acertou em cheio, deixando-a assustada.

― Eu... Como cheguei aqui?

A garota abriu as cortinas, dando passagem para a luz do sol.

― Neji te trouxe ontem à noite, você estava desmaiada. Como eu estava de plantão, Tsunade-sama me pediu para atender você. Eu sou Haruno Sakura, qual é o seu nome? Com certeza não é do país do fogo.

― Me chamo Dakota Crouch. ― Sentou-se na cama, percebendo que quase não sentia dor. Se estivesse sob os cuidados de Madame Pomfrey não estaria tão maravilhada, mas estando sob os cuidados de uma pessoa jovem e desconhecida, era uma agradável surpresa estar inteira e quase sem dor. ― O que aconteceu comigo? E quem é Neji?

Uma luz verde emanava das mãos de Sakura, ela precisava checar se realmente estava tudo bem com a estrangeira. Afastou os cabelos dourados que caíam pelas costas e checou seus ossos com a ajuda do chakra. Mais algumas horas e tudo estaria novo em folha.

― Muito prazer, Dakota. ― Sentou-se na beirada da cama, olhando-a mais de perto. ― Neji é o cara de cabelos longos que te encontrou na floresta, e por hora é só isso que estou autorizada a dizer. Acredito que todos nós temos dúvidas sobre o que está acontecendo, e é exatamente por isso que assim que você tomar café eu te darei alta, e seguiremos para o escritório da senhora Tsunade.

***

Haruno Sakura a guiava pela cidade, se é que podia ser chamada assim. Não tinha pavimento nas ruas, que eram de terra batida, e as casas eram bem diferentes. Quase não tinha prédios, mas com toda certeza era muito movimentada e era raro ver um comércio vazio. A roupa que vestia foi emprestada por ela, uma calça justa de algodão da cor azul na altura dos tornozelos, que fazia conjunto com um kimono de corte reto da mesma cor, com mangas medianas e largas.
― É ali? ― questionou, colocando as mãos nos bolsos da calça. Não costumava dar importância para estranhos encarando-na, mas teve que admitir que estava muito desconfortável com toda a situação. Um enorme prédio vermelho em formato circular com o kanji de "fogo" pintado no alto se encontrava no final da avenida, e uma montanha com 5 rostos entalhados compunha o cenário de fundo.

― É. Vamos apertar o passo ou chegaremos atrasadas. Vai por mim, você não quer deixar a Tsunade-sama nervosa.

Não sabia exatamente o porquê, mas já estava nervosa há muito tempo. Qual a razão do nervosismo, se não se tem todas as informações necessárias para compreender de fato a situação? Quando deu por si, Sakura já batia numa porta de madeira e pedia permissão para entrar, que foi concedida logo em seguida. A primeira coisa que Crouch reparou foi em como o cômodo era grande, e mesmo assim pouco mobiliado. Apenas uma mesa grande de madeira maciça coberta de pilhas de papel e, atrás dela, uma mulher de seios enormes e cabelos longos e loiros, com olhos âmbar e semblante sério.

Senju Tsunade viu sua aluna adentrar seu escritório com uma menina de cabelos dourados e olhos azuis que andava de maneira confiante enquanto vinha em sua direção, parando a uma boa distância de onde estava sentada. Talvez ela não entendesse sua posição naquela situação (de fato, a coisa toda cheirava mal), mas a expressão de indiferença no rosto jovem a irritou um pouco.

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