Capítulo 13

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Amanda

O avião comercial aterrou em Atlanta com dez minutos de atraso. Não que alguém esteja à minha espera mas estou atrasada.

Recolho a minha mala e corro para a saída. Espero achar um táxi com facilidade. Quando estou sair vejo um homem a ir em direção a um táxi. Não, não ele tem que ser meu. Agradeço por não estar de saltos e corro com a mala atrás e só paro quando a minha mão está na maçaneta do carro.

- Ei esse táxi é meu! - O homem reclama, viro-me para ele e encaro-o com curiosidade.

- Qual é o seu nome Senhor? - pergunto e ele fica confuso no entanto responde.

- Loan Smith. - Olho para o carro e depois encaro-o. - Não vejo o seu nome em nenhum lugar, agora se me dá licença tenho um táxi para apanhar. - Entro quando vejo que o motorista já coloca a minha mala na bagageira.

Quanto ao desconhecido ele ainda está lá a olhar para o carro com cara de bobo.

Pobre homem mas eu precisava mesmo do táxi.

No caminho para o Hotel aproveito para fazer algumas mudanças, o cabelo solto transforma-se em um coque meio desajeitado mas serve, faço uma maquilhagem bem leve. Agora a roupa.

- Senhor que edifício é aquele? - Eu sei, eu sei. Eu vi isto num filme e tenho usado várias vezes desde então. Que posso eu fazer? Resulta sempre. O homem olha para o edifício e eu tenho tempo para trocar a camisola velha por uma blusa creme. Quando ele se vira para me dizer o que é sorrio. Acho que ele nem reparou que eu me troquei.

- Senhor eu não quero abusar mas seria possível parar numa cafetaria antes do hotel? - Ele olha para mim e assente.

- Aqui está Senhorita. - Peço para ele abrir a bagageira, ele franze a testa mas faz o que eu peço. Da minha mala tiro uns sapatos pretos de salto clássicos e um blazer da mesma cor que visto de imediato.

Fecho tudo e sigo para a cafetaria, já no interior peço um café puro, um latte e dois donuts. Pago tudo e volto ao táxi, minutos depois estou na frente do hotel. Segundo muitos o melhor de Atlanta. Entro e sigo para a receção, quando digo o meu nome o rececionista checa de imediato.

- Pode assinar só esta ficha Srta. Miller? - Assino a ficha, contem os meus dados pessoais e da empresa, entrego o papel e a caneta ao rapaz que sorri para mim.

- Aqui tem a sua chave, tenha uma boa estadia Srta. Miller. - Agradeço e um empregado vem para me ajudar com a mala. Peço para que ele a deixe no meu quarto e dou-lhe uma gorjeta para compensar. O meu destino é a suite de Marcus Petrakis.

Marcus

Quem será agora? Desde que cheguei há umas horas atrás ainda não tive um minuto de sossego. Devo vestir-me? Estou apenas com uma toalha à volta a cintura, afinal saí do banho não faz nem 5 minutos. Sabem que mais, que se lixe. Decidido mandar quem quer que seja embora. Vou até a porta e abro preparado para tudo, menos para ela.

- Amanda? - pergunto sem acreditar que ela está ali. Olho-a de baixo a cima, com certeza ela não parece mal ou com dor. Está vestida de forma simples mas elegante. A maquilhagem é leve e o cabelo tem algumas pontas soltas mas que em vez de dar um ar desleixado faz com que pareça que foi feito de propósito para ser assim.

- Eu sei o que vai dizer. - ela começa. Ela sabe? Nem eu sei. - Mas eu não podia ficar em casa e deixá-lo vir sozinho. Se me chamou para vir é porque precisava de mim, então aqui estou eu. - Ela levanta as mãos com uma expressão muito engraçada, eu sorrio e abano a cabeça.

Amanda, Amanda tu não sabes no que te estás a meter.

- Atende sempre a porta de toalha Sr. Petrakis? - pergunta com um sorriso que... Santa paciência... Esta mulher umas vezes joga-me um balde de água fria outras flerta comigo.

- Não, só quando és tu meu bem. - Para minha surpresa ela joga a cabeça para trás e solta uma gargalhada que se pode ouvir pelo corredor, puxo-a para dentro pelo braço e fecho a porta.

Ela olha para mim como se estivesse indignada mas eu sei que ela não está.

- Sr. Petrakis eu sou uma boa rapariga não posso estar no quarto de homens de toalha. - diz, ela realmente tem uma carinha de anjo, mas neste momento ela está mais para diabinho.

- E se for sem toalha? - pergunto e ela corra automaticamente mas logo reage.

- Oh assim fica pior, teria que pedir demissão Senhor. - Aproximo-me dela e quando estou perto pergunto.

- Agora sem brincadeiras, como te sentes Amanda? - Ela olha para mim surpresa, ela não estava a espera.

- Bem, ainda dói mas eu estou bem. - Porque é que eu não acredito nela? Ela está ali porque quer estar e nunca me passou pela cabeça mandá-la embora, mas quero ter a certeza que ela está bem. A Amanda que eu vi naquele quarto não era a que está na minha frente neste momento. O que me leva a pensar porque é que uma criatura tão doce e frágil ergueu uma muralha à sua volta e se tenta proteger a todo o custo.

- Tens a pomada aqui? - Ela assente. - Onde?

- Na bolsa. - Pego na bolsa que ela ainda tinha na mão e procuro a pomada. Ela não diz nada o que é uma novidade, esperava que ela reclamasse. Encontro a pomada e volto a concentrar-me nela.

- Senta aqui. - Ela senta-se no sofá e eu sento-me na frente dela. Devagar começo a abrir os botões da sua camisa, ela está a olhar para mim com os olhos marejados de lágrimas.

Termino e afasto a peça de roupa, deixando a mostra um soutien preto de renda e a pele que ainda está vermelha.

Com a ponta dos dedos toco de leve e lembro-me de quando entrei no quarto e a vi daquela forma, das suas lágrimas.

Ela confiou e confia em mim o suficiente para partilhar a sua dor comigo, ela confiou em mim para chorar e eu não vou trair essa confiança.

- Dói? - pergunto ao ver uma expressão de dor no seu rosto. Quando ela assente que sim a raiva toma conta de mim de novo. Eu devia ter demitido aquele homem depois da cena do elevador. Repreendê-lo não resultou, com pessoas como ele nunca resulta. Mas desta vez ele não vai voltar a cruzar o caminho da Amanda.

Aproximo-me dela e deposito beijos leves na área avermelhada, sinto a respiração dela ficar mais acelerada.

- A minha mãe sempre me dizia quando eu era pequeno que beijos melhoram a dor. - Eu só percebi que tinha dito aquilo em voz alta depois de ver a expressão da Amanda.

- Talvez ela esteja certa, porque neste momento eu não sinto qualquer dor. - ela responde, sorrio e começo a passar o creme suavemente.

- É, talvez. - Termino de passar o creme e fecho a embalagem colocando-a sobre a mesa. Ficamos ali a encarar um ao outro por um tempo. Posso ver desejo, carinho nos seus olhos mas ela nunca faria nada para arriscar o seu mundo.

Eu posso compreendê-la, mas se aceito? Não. Eu quero-a para mim. E isto nunca aconteceu com uma mulher eu nunca quis ninguém assim. Nunca fiquei a olhar para contratos como se fossem papeis brancos ou me distrai num telefonema por estar a pensar nela.

- Marcus? - Ouço-a chamar.

- Desculpa estava... - Ela estava mais perto de mim, como eu não vi? Sem que eu estivesse à espera os lábios dela tocam nos meus, o que no inicio era um beijo calmo transforma-se numa guerra entre as nossas línguas. O beijo é sensual, excitante, poderoso. Quando ela para o beijo estou pronto para que ela fuja de novo mas em vez disso ela sobe no meu colo e tira os sapatos com um movimento rápido.

- O que isto significa Amanda? - Ela sorri.

- Que eu estou farta de fugir. - Volta a beijar-me e com um movimento viro-a deitando-a no sofá e fico no meio das suas pernas que entrelaçam a minha cintura.

- Eu não tencionava deixar-te fugir, não desta vez. - Quando a vou beijar ouço uma batida na porta.

Tu & EuOnde histórias criam vida. Descubra agora