Capítulo 19

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Marcus

Ela não vai desistir.

- Amanda... - Tento dizer mas ela cruza os braços e olha para mim com aqueles olhos azuis.

- Nem penses Marcus, se não me quiseres contar não contes mas não me venhas dizer que é para me proteger. Eu não preciso de proteção.

Mas é tudo o que eu quero fazer minha doce Amanda, proteger-te e não deixar nada de mal chegar perto de ti.

- Está bem mas não aqui, depois de almoço vamos embora os dois. Desmarca tudo o que eu tiver para hoje à tarde.

Vejo que ela não está muito satisfeita mas assente.

A manhã termina mais rápido do que eu queria, vejo a hora e está na hora de sair para o almoço. Pego no paletó e saio em direção às escadas.

Ouço a voz da Amanda ao fundo, ela está no arquivo, vou até lá e quando chego à porta ouço-a dizer.

- Ele não sabe, nem pode saber. Aquela tua brincadeira foi de muito mau gosto e se realmente queres o meu bem como dizes não te vais meter na minha vida. - Ela diz claramente chateada com a pessoa do outro lado. Com quem será que ela está a falar? E quem é que não pode saber e o quê? - Eu também te amo, agora preciso de ir, tenho que ir almoçar com o Marcus. - Ela continua. Ela ouve o que a pessoa do outro lado diz e responde. - Não, nada disso, eu não posso ele nunca iria acreditar em mim, nunca. Ligo-te mais tarde, beijo. - Vejo que ela está a desligar e corro para a entrada, não quero que ela me veja ali, tenho que pensar sobre o que eu acabei de ouvir.

Serei eu a pessoa que não pode saber? E se for eu, o que eu não posso fazer?

- Marcus? - Vejo-a ao meu lado com uma expressão confusa no rosto.

- Desculpa, vamos? - Ela assente e vamos para o elevador. - Onde estavas?

- No arquivo. - Ela responde e fico aliviado quando ela não mente.

Descemos até à garagem e abro a porta para ela entrar, de seguida seguimos para o meu apartamento, a conversa que vamos ter quero tê-la em privado. Talvez quando eu lhe contar ela me conta o que se passa com ela, o que ela esconde.

De uma coisa tenho a certeza nada do que ela esteja a esconder pode mudar o que eu sinto por ela.

Amanda

Eu quero lhe contar mas como é que eu posso? Como posso lhe dizer a verdade sem estragar tudo? Não sei, mas vou encontrar uma maneira.

Nada do que fiz é para o afetar, ele devia ser só o meu chefe, a pessoa que me iria ajudar a crescer no mundo administrativo.

Então ele me conquistou, não sei como, nem quando.

Ele fez a minha vida fazer sentido, até a dura realidade vir me lembrar que eu não posso ser e fazer o que quero.

- Amanda? - Saio do meu mundinho e sorrio para ele. - Está tudo bem?

Passo a mão no seu rosto.

- Nada que eu não possa resolver, então disseste que ias contar depois de almoço. - Ele rola os olhos .

- Não te podias esquecer, não é?

- Não quando é importante para ti.

Ele ajeita-se no sofá e começa a falar.

- O meu avô é a razão dela estar lá, por anos eu fiz muito para fazer o meu avô se arrepender por me ter renegado, tudo o que eu tenho foi construido na base da raiva que eu sentia por ele e só. - Ele mexe-se pouco confortável. - Tudo começou quando eu era adolescente, eu fui a primeira vez a casa dele mas ele nem me reconheceu, quando finalmente tive coragem de lhe dizer quem eu sou ele renegou-me e naquela noite eu teria morrido se não fosse por uma menina - O meu coração quase para quando ele diz aquilo, como o próprio avô seria capaz de matar o neto? - que eu conheci naquela noite. - Ele começa a afastar-se de mim e vai em direção à janela. - Mas ele não parou, pelo contrário eu iria para a faculdade nesse outono, eu jogava e ia com uma bolsa de estudos. A minha mãe não tinha condições para me enviar sem a bolsa. - Ele ia... Isso quer dizer que o avô o prejudicou, meu Deus como o mundo é pequeno. - Ele não teve uma vida fácil por minha causa. E eu quis lhe dar tudo mas o que eu queria provar-lhe, a ele que ele perdeu ao não me aceitar. Então há alguns meses atrás surgiu uma oportunidade, ele quer que eu me case e se eu me casar ele assume-me como seu neto.

Naquele momento o meu coração começou a bater mais rápido, será que ele vai casar com a mulher que o avô quer?

- Tu conheces-a?

Ele olha para mim surpreso pela pergunta mas responde.

- Conheço. - Ele deve ter visto dor no meu rosto porque voltou a falar. - Na verdade só a vi algumas vezes, não a conheço, não dessa maneira. - Explicou-se.

- E tu queres casar com ela? - pergunto sem querer ouvir a resposta.

Ele aproxima-se de mim e puxa-me para ele abraçando-me.

- Não, não quero. - Abraço-o de volta forte, como se o pudesse perder a qualquer segundo. - Mas e o teu avô? Ele assim não te ira assumir e tu mereces Marcus. Tu mereces tudo o que ele te puder dar de bom.

- Duvido que ele tenha alguma coisa boa para me dar meu doce. Vamos pedir comida para almoçar-mos e depois vamos passar a tarde juntos.

- É uma boa ideia Senhor Petrakis, mas não devíamos voltar para a empresa?

- Não, hoje sou todo teu meu doce, todo teu.

O telefone toca a interrompe o nosso momento, com agilidade ele estica o braço e vê quem é depois de recusar a chamada olha para mim.

- Onde íamos mesmo Srta. Miller. - Sorrio e dou um beijo no seu peito.

- Prestes a começar Senhor Petrakis. - Ele vira-me como se eu fosse uma pena com ele em cima de mim entre as minhas pernas. Posso sentir a sua ereção contra a minha entrada.

- Uma e muitas vezes minha doce. - Beija-me enquanto entra em mim engolindo o meu gemido.

Tu & EuOnde histórias criam vida. Descubra agora