Capitulo Sete

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Louis' POV

Dois dias sem ir para a radioterapia e minhas desculpas estavam ficando escassas. Na primeira vez, inventei que estava passando mal o suficiente para não conseguir ao menos levantar da cama – como conseqüência, minha mãe quase desmaiou de preocupação e Eleanor levantou acampamento ao lado da minha cama, só indo embora na hora de dormir.

Estava ficando cada vez mais difícil olhar para ela da mesma forma sem me sentir culpado ou um crápula. Eleanor era pura e uma mulher incrível, não merecia passar por aquele tipo de situação. Não conseguia nem imaginar o que ela faria se me pegasse cometendo aquele pecado.

Porém, pensando pelo lado bom: eu não via Harry Styles há dois dias.

E eu não parava de pensar nele.

Meu subconsciente parece ter gravado cada detalhe dele e da sua voz rouca, cada centímetro de seu corpo parecia colado em meus olhos e, se eu os fechasse, podia até sentir a maciez do seu toque. Aquilo estava me enlouquecendo aos poucos.

Eu orava todos os dias um pouco mais. Implorava a Deus por um fim naquele martírio para que eu pudesse voltar a viver a minha vida como antes, sem aqueles pensamentos impuros e satânicos. Eu só queria voltar a ser normal e tocar a minha vida com Eleanor ao meu lado. Suspirei, passando a mão impacientemente pelo cabelo na tentativa de parar o fluxo de pensamentos bizarros que se formavam.

- Lou? – ouvi a voz de Lottie me chamar e olhei curioso para a porta. Ela nunca aparecia sozinha ali.

- Oi, meu bem – respondi, sorrindo cansado para ela.

- Posso? – perguntou, entrando no quarto e apontando para minha cama.

- Claro – respondi rapidamente, encolhendo minhas pernas e puxando minhas cobertas para dar espaço a ela.

- Como você está se sentindo? – a voz doce de Lottie preencheu o quarto, seus grandes olhos azuis me encarando. Ela se parecia muito com minha mãe, embora sua natureza fosse mais doce e maleável. Lottie era como um anjo.

- Um pouco melhor – falei, tentando tranqüiliza-la -  Aconteceu algo? – perguntei, a fitando curiosamente.

- Não – ela respondeu sorrindo – Só que faz um tempo que a gente não conversa, senti sua falta – minha irmã confidenciou, abaixando o olhar timidamente, enquanto suas mãos brincavam com a colcha da minha cama.

- Hey – a chamei, abrindo meus braços e ela se acomodou ali – Sinto sua falta também – respondi, o que era totalmente verdade. Antes de adoecer, eu e ela costumávamos conversar durante horas na sala de estar, sobre qualquer assunto possível.

- Como está seu tratamento? – ela perguntou, a mão fazendo carinho em meu braço, e a voz ligeiramente abafada.

- Até agora está tudo bem – menti, já que não poderia falar o que estava acontecendo de fato ali.

- Sabe que pode contar comigo pra tudo, certo? – Lottie disse, erguendo um pouco o corpo e olhando para mim – Posso ser sua irmã caçula, mas sempre irei ficar do seu lado – continuou, os olhos carinhosos me encarando e eu senti um bolo se formar em minha garganta.

- Claro que sei, meu amor – falei, a voz embargada – Assim como você sabe que também pode contar comigo em qualquer situação, uh? – eu disse, a apertando em meus braços e beijando o topo de sua cabeça.

Minha mente estava dando um giro de 180º. Será que Lottie sabia de alguma coisa? Aquilo era totalmente impossível, já que eu não havia contado para ninguém sobre meus pensamentos e o que tinha acontecido comigo e o Styles. Aquilo era somente senso de proteção com o irmão mais velho, e era isso que eu tentava me convencer.

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