Capitulo Dezessete

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Harry's POV

Me espreguicei lentamente, enquanto sentia meu corpo despertar. Meus cabelos estavam bagunçados e jogados em minha cara, impedindo que abrisse meus olhos. Logo identifiquei o ruído que me acordara – em algum lugar da cama, meu celular tocava insistentemente. Tateei por ali, até encontrá-lo embaixo do travesseiro do meu lado e atendi sem olhar o identificador de chamadas.

- Alô? – falei com a voz abafada.

- Seu filho da puta, to te esperando na estação de trem tem meia hora! Caralho Harry, não me diz que você esqueceu de mim e ainda ta dormindo, seu passivo do caralho! – Gemma gritou do outro lado e eu caí da cama na mesma hora, enquanto jogava meus cachos para trás na tentativa de abrir o olhos direito.

- Gem? – perguntei debilmente, levantando do chão e pegando a primeira calça jeans que vi na minha frente – Claro que não, estou preso no engarrafamento – menti, mas minha voz mais rouca que o normal me denunciou.

- No engarrafamento só se for do meu cu, Edward! Se você não chegar aqui em 20 minutos, eu ligo pra mamãe e digo que você é um bastardo! – ameaçou e eu prendi o riso, correndo pelo quarto com o celular pendurado entre o ombro e a orelha, catando uma blusa qualquer que estava ao meu alcance.

- Chego ai em 10 minutos, irmãzinha! – falei, minha voz ligeiramente trêmula por causa da tentativa de prender o riso.

- É bom mesmo! – Gemma disse, desligando o telefone em seguida na minha cara e eu gargalhei sozinho. Corri para o banheiro e escovei os dentes rapidamente, saindo correndo logo em seguida e pegando minha carteira e as chaves do carro. Bati a porta e corri na velocidade da luz em direção ao veículo.

Me arrependi de ter posto os pés fora de casa sem um casaco, mas sabia que se demorasse mais um pouco era capaz de minha irmã comer meu fígado. Para minha sorte, as ruas estavam livres e a estação de trem ficava perto de minha casa. Em menos de 10 minutos cheguei ao local e estacionei no lugar mais próximo. Olhei para a tempestade de neve que rolava do lado de fora e peguei o celular para ligar para Gemma. Era óbvio que eu não iria sair naquele frio sem um casaco.

- Cheguei, to com o carro parado na frente do Gate 1 – avisei, assim que ela atendeu o celular.

- To com uma mala gigante aqui, porra – ela reclamou e eu revirei os olhos.

- Não posso fazer nada, saí de casa apressado e esqueci de pegar meu casaco. Nem fodendo vou sair pra te ajudar – falei e a ouvi xingando apressada, desligando mais uma vez o celular em minha cara. Ri sozinho e encostei minha cabeça no banco do carro, enquanto esperava minha irmã chegar ali.

Sem conseguir me conter, peguei meu celular novamente e mandei uma mensagem para Louis.

"Acho que Gemma irá me matar. Caso isso aconteça, quero que saiba que sou eternamente grato por ter me levado para tomar aquele chocolate quente com nozes"

Enviei a mensagem e ri sozinho novamente com o tamanho da minha babaquice. Eu e Louis conversávamos todos os dias, o tempo inteiro. Apesar da vontade de nos encontrarmos novamente ser grande, Louis tinha que tomar cuidados em dobro com a sua saúde e a vigilância de seus pais, e como o tempo estava muito frio e ele não tinha carro próprio, eu o proibi de sair de casa para me ver. Enquanto não podíamos ficar juntos mais uma vez, matávamos a vontade conversando por mensagem e ligações todo final de dia. Era reconfortante saber que após uma rotina cansativa, Louis estaria me esperando para bater papo.

"Por favor, peça a ela que poupe sua vida dessa vez e que apenas lhe torture ao invés de matar. Tenho certeza que você fez por merecer!"

Ele respondeu , e antes que eu pudesse responder, alguém bateu no vidro da janela. Olhei para o lado e Gemma estava ali, me olhando furiosa e esperando para que eu destravasse a porta do carro, o que fiz na mesma hora.

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