Definitivamente estou em um manicômio

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Jade não sabia se corria dali e nunca mais nem olhava para trás ou se denunciava todo mundo para algum centro de reabilitação psicológica, mas era fato que estava com um bando de loucos que se achavam deuses.

Ok, eles eram lindos e sim ela teve o melhor sexo da sua vida com o bonitão que insistia em se sentar ao seu lado no sofá enquanto o tatuado, o cara de psicopata, o drogado e o Jack estripador a olhavam de pontos diferentes da sala, sendo o Jack o único que permanecia no chão, coberto até o pescoço de alguma espécie de fantasia de Cosplay japonês.

Ela assumia.

Ainda assim, isso não dava o direito a eles de dizer que ela era deles e coisas assim, não fazia o menor sentido, assim como não fazia sentido o loiro com cara de bebê que a levou para o banheiro ficar a esperando tomar banho do lado de dentro para segundo ele "Garantir sua integridade sexual".

Definitivamente eles eram loucos. Simples assim.

E antes que saísse de perto dela ainda garantiu que vestisse um vestido longo, todo rodado, até os pés deixando ela com cara de leitora de mão.

Depois foi quase obrigada a se sentar ali e ouvir um longo discurso histórico de que eles eram deuses, vinham de tão tão distante e que ela era uma mistura de alma gêmea com Eva e humana de estimação.

Como se não bastasse tinha de ouvir do cara do cosplay que ela nem era tão macia enquanto o drogado discursava sobres as surpresas de encontrar humanas naquele mundo, como se ele viesse de outro... Bem, olhando bem ele era uma graça, muito bonitinho para ser um alien mas vai saber né? Ele podia ser só um louco alucinado, coitado.

Ela só queria dormir, ou sair de perto daquele bando de loucos bonitos, mas a porta estava distante e o tatuado estava li, como um cão de guarda.

Ela estava cansada de ouvi-los discutir entre si, falar para ela um monte de coisa absurda e de ouvir os resmungos irritados do Jack, cara de urso panda. Thasya tinha desaparecido, ela se sentia fora do mundo e ainda começava a sentir fome por que um deles resolveu cozinhar, mas desistiu quando reclamou que aquilo era difícil. Além de loucos eram desastrados... Cruzes.

Então ela ouviu passos e rezou para que fosse Thasya e que ela lhe tirasse dali, porém para sua surpresa era um homem vestido em roupas negras, dos pés à cabeça e com um rosto marcante e sério. Os olhos eram grandes na face clara, quase como um personagem de mangá e assim que entrou na sala a encarou diretamente e foi como se recebesse um tiro violento.

Ele... Era o homem dos seus sonhos.

Aquele que nunca via o rosto e confundiu com o bonitão do seu lado, Balder alguma coisa. Nunca via o rosto, mas sabia que era ele. Definitivamente era ele.

Ela desceu o olhar para as mãos e estremeceu, eram aquelas mãos que a tocavam em seus sonhos. Os mesmos dedos longos, macios, brancos.

Ela estava ficando louca também? Era isso.

Se ergueu quase como se uma força estranha a levasse para ele.

Ninguém se moveu, ninguém falou e o único som era de seus passos até ele.

Então parou a frente dele e ergueu a mão para sua nuca até erguer os cabelos ali. Sorriu, a pinta era a mesma, no mesmo lugar. Era ele.

Fechou os olhos, uma vez tinha perguntado seu nome, e ele tinha dito apenas, Soo. Soo...

— Soo?

Ela abriu os olhos e encarou os dele.

Estavam chocados. Do tipo muito chocado. Ele abria a boca e fechava, a encarava piscando e então, só então, depois de algum tempo ele tocou seu rosto e estreitou os olhos.

Oito deuses na minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora