Mini-sequência oficial de "Não Confie Nas Boas Meninas".
Uma mais profunda, sombria e excitante análise sobre os personagens de Não Confie Nas Boas Meninas. Descubra o que acontece com Alana, Brenda e Silvia após deixar o Colégio, e o destino daquel...
Olá garotas! Como falamos outro dia, nesse capítulo vocês podem deixar perguntas sobre a história/outros livros/euzinha para o vídeo que eu vou gravar pro meu canal! Se quiser aparecer no vídeo, deixe sua pergunta aqui!
Com amor, B <3
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Alana sacudia nervosamente a perna direita sob a mesa. Torcia um pedaço de guardanapo entre as mãos, esfarelando-o em mil pedaços que contrastavam sobre sua meia-calça preta. Uma xícara fumegante de café embaçava as lentes de seus óculos sem grau. Ela retirou-os do rosto (não precisava deles, afinal de contas), depositando ao lado do pires decorado com um uma pintura que mais lembrava as linhas daqueles mapas astrais que a internet tanto valorizava, mas ela não ligava muito para signos desde que descobriu que o seu signo, peixes, era meio que "o signo dos trouxas".
Ninguém a chamava daquela palavra há muito, muito tempo.
Ela olhou para o café com os óculos ao lado, sob a mesa de madeira envernizada. Daria uma boa foto. Algo devia estar muito errado com ela, além do óbvio, já que ela não estava com vontade de compartilhar aquele momento da sua vida – ou qualquer outro, pelo menos por ora – com ninguém.
Quando um pequeno sino tocou ela ergueu os olhos, conferindo quem entrava pela porta do café charmoso onde costumava escrever quando vivia na cidade. Sua respiração acelerou quando reconheceu a cabeça loura de Benjamin despontando na entrada, o sol dourando-lhe o topo da cabeça. Ela puxou a gola alta da blusa que vestia, sentindo-se imediatamente acalorada, e como se não houvesse oxigênio suficiente naquele cômodo.
Ele veio.
Alana engoliu em seco quando seus olhos se cruzaram. Os muitos rostos femininos que se viraram em sua direção agora baixavam os olhos, desapontados por ele estar acompanhado, ela pôde reparar. Ben estava de tirar o fôlego, como sempre.
Seus cabelos estavam bem arrumados, elegantemente penteados e modelados como o de um desses príncipes que são comicamente retratados em filmes para adolescentes. Ele vestia uma jaqueta esportiva que vestia seu torso perfeitamente bem, fazendo com que Alana se lembrasse da sensação de ter os músculos definidos de Benjamin comprimidos contra o seu corpo.
O problema daquela memória é que, normalmente, não causava nenhuma reação digna de nota em Alana. Contudo, nos últimos dias, a garota não conseguia tirar da cabeça o cheiro amadeirado da curva do pescoço de Benjamin, ou o som peculiar de sua risada. Ben tinha um trejeito adorável de sacudir a cabeça e levar uma das mãos à nuca quando se sentia envergonhado, e aquela imagem se repetia e repetia no fundo de sua cabeça desde que ele e a resgatou de seu desmaio em público no posto de gasolina.
Ela conhecia muitos garotos. Tinha dedicado um bom tempo de seu último ano tentando angariar conhecimento sobre garotos, mas não esperava, de nenhuma forma, encontrar alguém como ele. O cara que exercia uma espécie de domínio sobre seu corpo e mente, simultaneamente, enquanto ela ainda mantinha o controle. O que a fazia suas pernas tremerem, vertical e horizontalmente.
