OITO | Tudo muito Estranho

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Com a chegada da noite, e todos estarem se aprontando para dormir, uma chuva forte começou deixando todos apressados para ir logo aos seus devidos quartos. O frio que começava à fazer só puxava mais rapidamente ambos para a cama, especialmente as crianças que já reclamavam de sono.

-Morgan, boa noite!

Disse Carly, abraçando rapidamente a mulher que terminava de tomar seu chá.

-Boa noite, Ana Rosa!-Fez uma careta ao ver que marianne bocejava ao lado da babá.
-Vejo que não terá muito trabalho para pôr essas belezinhas pra dormir. Até amanhã!

-Assim espero.-Esboçou um sorriso sincero.
-Vamos, Anne!-Disse se retirando da cozinha com a menina ao seu lado.

Mais tarde ainda naquela noite, pode-se ouvir trovões e a chuva que antes era pouca se transformou em uma grande tempestade. Justamente por conta dos trovões Carly não conseguirá dormir, foi quando a porta do seu quarto se abriu.

-Ana Rosa...-chamou uma voz fininha misturada com pequenos soluços.

Carly ligou o abajo ao seu lado e logo viu que se tratava de marianne.
-Oh, princesa! Tá com medo?

Disse ao levantar de sua cama levando a menina no colo.

-Não consigo dormir.-Disse olhando nos olhos da babá.

-Quer que eu te leve pro quarto de novo? Eu espero você dormir.-Propôs.

-Não.-Disse voltando a chorar.

-Ok, shiii. Já entendi, você fica aqui então.

Disse deitando com a menina, enquanto se esticava para apagar o abajur novamente.

-Espera, Rosa...Eu esqueci meu ursinho.

-Tá bom, eu pego pra você. Não saia da cama, volto logo.

Na Ponta do pé Carly se retirou do quarto e ao chegar ao quarto da menina logo achou o ursinho pedido. Logo, ao sair notou passos vindo da escada e rapidamente se escondeu ficando atenta à quem seria aquele horário.
Para sua surpresa quem viria chegando nada mais era que Emma, esposa de seu patrão. Aquilo a deixou com uma pulga atrás da orelha oque a fez se dirigir até a janela do quarto, onde encontrou liam também guardando o carro na garagem com bastante cuidado.

Então os dois estavam juntos até aquele horário da noite e em meio aquela chuva também. Pensou.

Carly teve a certeza naquele momento que os dois tinham algo em comum, um caso. Só não podia provar, ainda.

Depois do que viu voltou para o quarto sem conseguir pregar os olhos pensando em tudo que terá descobrido em poucos dias.

[...]

No dia seguinte como era sábado, a pedido de marianne Carly levou as duas irmãs para um passeio. Era de tardezinha ainda e as meninas estavam empolgadas para visitar o pai no trabalho já que não o teriam visto direito à dias.

-Por favor, Rosa! A gente promete que iremos nos comportar.-Disse a mais nova.

-É, a gente promete.-Valerie concorda, oque surpreendeu Carly de primeira. Era a primeira vez que a menina lhe dirigia a palavra.

-Ok, eu levo vocês.-Disse sorrindo se dando por vencida.

-Ebaaaa...-Disseram juntas.

[...]

Eu estava nervosa, isso era fato. Tinha medo de Alexander não gostar muito da idéia de me ter levando as meninas na agência. Mas por um outro lado, seria uma boa oportunidade para conhecer um pouco tudo e ver como funciona também, de certa forma me ajudaria.

-Boa tarde, o senhor Alexander está?

-Olá, sim está. Mas o Sr.campbell está ocupado.
-Disse a que parecia a secretária.

-Diga que as filhas dele estão aqui.
-Digo desviando meus olhos para as duas menininhas sentadas me olhando.

-Só um minuto então.-Disse pegando o telefone ao lado.

-Está bem.-Volto para perto das meninas que me encaram esperançosas.

-Ele não quer ver a gente?-Valerie pergunta.

Me assusto com sua pergunta.

-Vai sim, claro que vai.-Digo um tanto desnorteada e sem muita certeza.
-Porque pensa assim?

-É que ele nunca vai nos ver e não tem tempo pra gente.-Sua resposta me entristece.

-Não fale assim, o pai de vocês só se ocupa bastante. Mas com certeza quer sempre ver vocês sim.

-Acha mesmo, Rosa?-Marianne pergunta baixinho.

-Claro que sim, princesa. Tenho certeza que ele quer o melhor pra vocês e por isso trabalha bastante.
-Sorrio para as duas que retribuem.

Naverdade eu não sabia se aquilo era verdade, só disse oque gostaria de ter ouvido quando tinha a idade delas. E pra ser mais honesta, realmente sentia que Alexander era um bom pai, só precisava de uns ajustes.

-Senhorita? O senhor Alexander já está vindo.

Apenas concordei.

-Ta vendo?-Sorri para as meninas que se animaram logo.

Logo Alexander apareceu por entre as portas do elevador. As meninas correrão ao seu encontro felizes por sua presença e ele, ele parecia bem feliz também. A pedido das meninas fomos à uma sorveteria bem próximo à agência. Era muito grande e tinha diversas variedades, oque uma criança realmente gosta, não é mesmo?

Sentia que de alguma forma estava ajudando na aproximação das meninas com o pai, isso era gratificante mesmo tendo consciência de que o meu trabalho era outro ali.
Também tinha consciência de que era impossível não me envolver com os problemas e assim ficar um pouco próxima de todo mundo, era assim que conseguia informações e me sentia bem também.

-Estão gostando?-Alexander pergunta para as filhas que quase não tiraram a atenção do sorvete enorme que pediram.

-Sim, papai!-Disseram juntas.

-A gente bem que podia fazer isso sempre, né pai?-Dessa vez valerie se pronunciou.

-Eu prometo que vou tentar ter esse nosso momento mais vezes.-Disse sincero.
-Muito obrigado por levá-las, Ana Rosa.

-Imagina.-Sorri sem graça.
-Elas que insistiram para ir, só obedeci ordens.-Disse imitando uma voz engraçada.

As meninas sorriram e acompanhei as duas, onde peguei Alexander me olhando diferente. Era realmente muito diferente, tinha doçura no seu olhar, não era nada malicioso. Isso me deixou tão balançada que por um momento me senti mal por estar praticamente sendo uma farsa no meio daquilo tudo.

Aquele foi o pior sentimento que senti depois de tanto tempo após o acidente. E foi aí que lembrei de tudo novamente.

-Está tudo bem?-Ele perguntou.

-Sim, está sim.

Pura mentira! Eu só queria poder me desligar de tudo novamente.

Uma Agente Como Babá Onde histórias criam vida. Descubra agora