NOVE | A confiança

104 16 12
                                    

Logo após as meninas terminarem de tomar os sorvetes, passeamos um pouco pela cidade onde valerie e marianne tiveram até a oportunidade de brincar um pouco em um dos parques disponíveis que encontramos não muito longe da sorveteria.
O passeio em si foi ótimo e me sentia muito bem por poder estar ali com aquelas duas menininhas felizes por ter o pai por perto. Era incrível tudo aquilo e compreensivo também já que, entendia muito bem o sentimento que a distância de Alexander provocava nas filhas por trabalhar demasiado.
Meu pai também sempre agiu assim e o pior é sentir que depois de tantos anos ainda o sinto distante, obsecado por casos e mais casos.

Passeamos tanto que quando finalmente chegamos à mansão já era noite e quase na hora de servir o jantar. Assim que adentramos os portões do grande casarão senti olhares sobre nós o que me encomodou, de certa forma. Eu sinceramente, não gostava de ser o centro das atenções.

Como o jantar já seria servido pedi para que as meninas fossem tomar um banho rápido enquanto ajudava com os preparativos na cozinha.

-Rosa? O sr.Alexander pediu para que fosse até seu escritório.-Disse Morgan, me deixando um tanto confusa pois não fazia nem vinte minutos que o teria visto pela última vez.

-Está bem, obrigada Morgan!-E então sai da cozinha sentindo os olhos sob mim.

Ao chegar ao escritório bati levemente na porta para indicar minha chegada. Logo, ouvi sua autorização para entrada.
-O senhor quer falar comigo...

-Sim, Ana Rosa. Sente-se por favor.

Assim o faço.

-Bom, pedi para que viesse até aqui por um favor.-Meu semblante muda e então ele trata de explicar assim que percebe.

-Eu quero dizer que preciso da sua ajuda para reconquistar as minhas filhas. É notável o quanto se aproximaram e estão amigas agora, sendo assim peço para que me ajude de alguma forma com a aproximação das duas.

Um sorriso me escape.

-Isso é lindo de sua parte, sr.campbell. Mas é preciso inaltecer que suas filhas apenas querem atenção, um tempo só de vocês, nada mais. Acho que não tenho muito no que ajudar, o senhor só tem que se mostrar disposto a demonstrar o quanto elas são importante para o senhor. Dedique-se mais, separe um tempo sempre que possível para estar perto e mostrar com atitudes o quanto ama elas.

As palavras foram me escapando e por incrível que parecesse era sincero, honesto. Não havia atuação naquele momento por parte minha, sentia como se fosse filhas minhas também pois tudo dito era com o carinho e todo afeto que as duas me provocavam.

-Nossa, é incrível como parece tudo leve com você falando assim. Vejo que não errei em lhe dar este emprego, sinto que posso confiar as minhas filhas a você.-Aquilo me doeu por um momento.

Ele disse que confia em mim...

-Muito obrigado pelas palavras, Ana Rosa! Farei de tudo para ser um pai melhor e espero contar com sua ajuda mesmo que mínima.-Diz levantando para Um aperto de mão.

-Pode contar comigo, senhor.-Apertamos as mãos.

-Muito obrigado por hoje, melhorou meu dia. -Sorrio em resposta.

Logo, me retirei de seu escritório. Quando voltei para cozinha a mesa já estava sendo posta. Após todos jantarem cada um se dirigiu para os quartos, mas como se não bastasse a noite passada em que mal dormi, essa noite parecia prometer muitas novidades também.

-Parece uma discussão...-Falo sozinha meio sonolenta ligando o abajur ao lado.

De fato era uma discussão e após a babá ter certeza disso se retirou do quarto e na Ponta do pé se dirigiu para perto de onde vinha as vozes. Constatou então que se tratava de Emma e Alexander.

-Porque não para com sua desconfiança? Já falei que tava na casa de uma de minhas amigas esperando a tempestade passar, por isso cheguei tão tarde...

-Que amiga, Emma? Você não tem amigas! Que papo é esse que você quer colocar pra cima de mim, hein?

-Você não conhece minhas amigas...

-Porque elas não existem e você sabe disso. Para de me fazer de idiota! Oque? Vai dizer que depois do jantar também foi pra casa dessa "amiga" esperar o tempo certo de vir pra casa...

-Oque está insinuando Alex?

Sua voz era chorosa agora.

-Oque estou vendo porra!!! Não aguento mais essas suas mentiras esfarrapadas. Não é de hoje que chega tarde em casa e sai sabe lá Deus para onde.

-Você me magoa falando assim.-Ela praticamente mia falando, aquilo me deu um certo nojo.

-E você não acha que também não me magoa agindo assim?-Um silêncio se faz.

-Oque ta fazendo Alex? Deixa esse lençol aí, não vou permitir que durma longe de mim.

-Pois saiba que vou até quando me der na telha!

Escuto passos e então corro para um dos corredores que davam para um dos banheiros. Vejo quando Alexander sai do quarto descendo as escadas, oque me fez pensar que dormiria no escritório pelos próximos dias.

Vejo se o caminho estava livre e então caminho de volta para meu quarto, mas ainda no caminho escuto Emma falar com alguém ao celular muito irritada.

-Aquele estúpido, não sei mais oque faço...

E foi só oque escutei.

[...]

No dia seguinte como era manhã de domingo permiti deixar as meninas dormir até um pouco mais tarde até por que o clima pela parte da manhã não estava um dos melhores.
O café da manhã foi posto apenas para três pessoas:Alexander, Emma e liam. Agora que eu desconfiança da relação de liam e Emma sentia o clima pesado que era ficar ali entre aqueles três. Confesso até sentir muito por Alexander, eu não tinha certeza ainda, mas ele paressia ser apenas um inocente enganado pela própria esposa e irmão.

Cada dia que passava me sentia mais péssima por participar daquilo tudo, cheguei até em pensar em desistir de tudo, mas tenho certeza que meu pai falaria horrores para mim.
Voltando ao assunto café da manhã, Emma  e Alexander não se falaram e liam a todo tempo soltava um sorrisinho cínico pro lado do irmão que paressia mais perdido que tudo, ficou com um olhar perdido todo o momento.

Por pedido de Alexander o almoço foi servido um pouco mais tarde, dizendo ele estar esperando os pais que viriam para o almoço. Então logo cuidei em deixar as meninas prontas e ajudar com os preparativos do almoço pois iria conhecer o restante dos Campbell e precisava estar atenta a tudo, afinal essa semana precisava  mandar alguma informação para meu pai, Connor.


Uma Agente Como Babá Onde histórias criam vida. Descubra agora