VINTE E SEIS | Estou aqui com você

112 13 5
                                    

-Sim, sim Alex...

Me ajoelho ficando como ele que agora tinha um sorrisão estampado no rosto. O beijo e ele corresponde, me fitando nos olhos assim que encerramos o beijo.

-Sabe que eu jurava que você não iria aceitar?-Ele retira o anéis da caixinha e falando coloca o anel lentamente no meu dedo anelar direito.

-Acredito que sim, mas eu decidi ser feliz e eu sinto que assim posso estando com você.-Respondo colocando o anel também em seu dedo.

-Eu te amo tanto, Baby...

Me pega em seus braços me levando para algum canto que eu não sabia por estar simplesmente hipnotizada por seus olhos mas logo me dou conta que é pra dentro de uma casa que ficava de frente pra praia. A essas alturas já estava escurecendo e já dentro da casa Alex me guia até o quarto que estava bem enfeitado com velas e pétalas de rosas.

As luzes estavam todas apagadas e sem que eu esperasse Alex liga o som deixando uma música bem baixinha tocar. Dou risada ao vê-lo usar o controle que ligou o som como um microfone.

Ele canta enquanto dança comigo pelo quarto.

-Você é boa de Mais pra ser verdade. Não consigo tirar meus olhos de você. Você seria como o céu para tocar,  Eu quero tanto te abraçar. Perdoe o jeito como te olho, seus olhos me deixam bobo. Eu preciso de você, amor. Eu te amo, Baby. Ou, coisinha linda agora que te encontrei fique e me deixe te amar, Baby. Me deixe amar você...

Ele me gira, me fazendo rodopiar e aquilo era tão encantador e mágico ao mesmo tempo. Me sentia imensamente feliz.

Assim que a música acaba ele pega em seus braços e me deita na cama enquanto retira sua roupa calmamente. O encarando, faço o mesmo e seus olhos correm por meu corpo aos poucos desnudo.
Logo, estávamos nós dois juntos debaixo daqueles lençóis mais uma vez, nos amando como se não houvesse amanhã.

Tudo corria bem até ele falar...

-Eu achei seu diário.-Em um sobressalto o encaro apreensiva, era evidente meu medo.

Não queria que ele soubesse de tudo daquela forma.

-Você o leu?-Me cubro com o lençol, me afastando um pouco dele.

-Não, é claro que não. Quando percebi que era seu e que era um diário o guardei. Mas por que o medo? Tinha tantas coisas assim que não quer que eu saiba?

-Não é isso...

-Oque é então? Por que o medo?-Se aproxima mais, tocando meus cabelos.
-Não vou te julgar, seja lá oque for.

Um bolo desce por minha garganta. Eu queria contar, tinha algo dentro de mim que me pedia pra fazer isso, mas a insegurança era tanta que me deixava com um pé atrás. Eu nunca havia falado disso com ninguém...

-Promete que se eu disser esse assunto morre aqui?-Me sentia...envergonhada.

-Como você quiser. Sim, eu prometo, meu amor.

Sorrio de leve pelo "meu amor".

-Quando eu tinha dezesseis anos conheci uma pessoa. Ele se chamava Matheus e era um ano mais velho que eu.
A gente começou a sair junto, "ficamos" várias vezes e ele sempre me levava pra viajar pra tipo muito longe. Nesses lugares que íamos sempre tinha muita bebida e anos depois também descobri que tinha muita droga por que ele vendia e se drogava nesses lugares.

As lágrimas começam  a cair só de lembrar que por culpa das malditas das drogas, eu briguei feio com ele sobre a gravidez e o acidente aconteceu.

-Calma...-Ele diz e então respiro fundo e continuo.

-Depois de meses saindo com ele, começamos a namorar. Eu não lembro bem mais...nesse dia eu tinha bebido bastante por que era meu aniversário de dezessete e ele me convenceu de que beber era a melhor forma pra comemorar. Eu estava tão magoada com o meu pai naquele dia que me deixei levar e bebi de mais da conta. No dia seguinte eu acordei muito mal, vomitei tudo oque tinha bebido na noite anterior e quando me dei conta de como eu estava quando acordei...

-Como você estava?-Sua pergunta me faz tentar lembrar de algo mais detalhado.

-Nua e...tinha uma mancha de sangue no lençol.-Falo devagar, tentando juntar as peças pois naquele dia Matheus havia me dado uma desculpa bem esfarrapada.

Paro pra pensar.

-Carly...Ele abusou de você?-Sua pergunta me deixa confusa.

-Eu não sei, eu não lembro de nada com muitos detalhes e muito menos da noite em que tinha bebido.

Alex parece ficar nervoso pois bagunça ainda mais os cabelos e pede para que eu continue.

-Eu perguntei a ele se tínhamos transado e ele disse que sim e que eu quis muito e então passou, mas eu nunca soube como foi a minha primeira vez. Desde então sempre que bebiamos acontecia de termos relação até que, quando eu já tinha uns 18 anos, descobri que estava grávida. Em uma das viagens contei pra ele, na mesma noite também descobri sobre as drogas e ele não reagiu bem. Pedi pra voltar pra casa e até prometi que não procuraria ele pra assumir a criança, mas ele não quis e na manhã seguinte ao me enganar dizendo que me levaria pra casa, o acidente aconteceu.

Abraço Alexander que faz uma pequena carícia em meus cabelos.

-Eu me sinto tão culpada, Alex...

-Shiii...Não é culpa sua, ouviu bem? Você era só uma menina.

-Ele queria que eu abortasse, queria que eu tirasse meu filho. De uma forma ou de outra ele conseguiu tira-lo de mim.-Digo soluçando.

-E ele, morreu?-Confirmei balançando a cabeça deixando mais lágrimas caírem.

-Não imagina como minhas noites depois do acidente foram. Sempre tinha que lhe dar com os pesadelos, os gritos dele no acidente enquanto o carro virava. Eu fiquei com tanto medo...

-Eu sei, imagino o quanto foi difícil pra você.-Seu olhar era tão compreensível.
-Mas agora tudo passou, tá? Eu tô aqui com você.

Me abraça.

-Não, Alex. Nada passou. Não tem um dia em que eu não me culpe e talvez...talvez Eu nunca mais possa ser mãe.

Choro como nunca antes. Lembrar de tudo era imensamente difícil.

Embora tenha sido difícil contar, no fim me senti mais aliviada. Era como ter tirado um peso das costas, mas algo não me saia da cabeça.

Será que de fato naquela noite Matheus me forçou a algo ou se aproveitou que eu estava bêbada?

Infelizmente viveria com essa dúvida pra sempre.

Uma Agente Como Babá Onde histórias criam vida. Descubra agora