Uma Agente Como Babá

VINTE | Seguindo em frente

Leiam escutando a música. 💕

Era madrugada, naverdade o sol já estava quase nascendo mas isso não tirava o fato de que ainda era muito cedo. E bom, minhas coisas já estavam prontas e agora era só sair por aquela porta e voltar a rotina de sempre da verdadeira Carly Lílian.
Eu ainda não estava acreditando que a partir de hoje eu não veria mais as meninas, não fingiria mais ser uma simples babá, não veria mais o Alex e muito menos ficaria horas conversando com os funcionários na cozinha como se também fosse um deles. Era estranho, muito naverdade por que eu já me sentia parte de tudo, da casa enorme, das discussões, das brincadeiras de Barbie com as meninas. De tudo!

Era por tudo isso e muito mais que era tão difícil de voltar pra realidade, pra minha realidade. Como seria de hoje por diante? Eu voltaria a sofrer com as lembranças do passado? Voltaria a fingir que sou uma adulta normal e que vive muito bem ao lado de um pai que só pensa no trabalho e em si mesmo?
Voltaria pra uma vida que graças aos meus erros do passado ela é a pior que um dia nunca imginei levar?

Eu sabia das respostas, mas não queria aceitar aquilo.

Abro a porta saindo com a malinha não muito grande, em mãos. Caminho até o corredor que dava pro quarto das minhas princesas. Primeiro entro no de marianne, minha caçulinha.

-Espero que mantenha essa inocência que só você tem, princesa. Que sempre rodopie em seus vestidos como sempre faz lindamente e que nunca se esqueça de mim...

Por mais que pense que sou só uma babá e que me chamo Rosa.

Beijo com todo o cuidado o topo de sua cabecinha e a cubro melhor.

Ao entrar no quarto de valerie sorrio por encontrá-la toda desengonçada na cama, como sempre.
Não mexo muito nela pois sabia que era mais fácil de acordar, por ter um sono mais leve. Pego a pequena cartinha que havia escrito e deixo debaixo de seu travesseiro. Nela havia dito tudo oque precisava para que pelo menos ela tivesse um motivo por minha ida repentina.

-Obrigada por confiar tanto em mim, pequena. Espero que não guarde tanta raiva e cometa os mesmos erros que também cometi um dia. Você é muito especial.-Sussurro.

Me apresso em sair do seu quarto pois o dia já estava clareando e seria mais difícil se ela acordasse. Descendo as escadas dou de cara com seu escritório, a porta estava fechada e por um momento pensei em ir lá e falar com o mesmo, mas sei que não seria uma boa ideia.
Então passo pela mesma e já do lado de fora da mansão recordo o dia em que estive aqui pela primeira vez.

-Quer ajuda Senhorita?-Pergunta o porteiro que ficava responsável pela parte da madrugada.

-Não, obrigada!-Ele concorda e abre o portão. Por fim, já estou fora dali mas por algum motivo senti que não seria por muito tempo.

Pego meu celular e disco o número de Estêvão.

-Já saiu?

-Já sim. Está no mesmo lugar da outra vez?

-Sim, pode vir.

Desligo.

Antes de começar a arrumar minhas coisas, liguei para o mesmo para saber se podia me levar para casa, o mesmo não recusou e seria como da primeira vez em que vim até aqui. Ele estaria me esperando uma rua antes.
Ao cruzar o caminho que me levava ao local, vejo logo seu carro. Ao entrar no mesmo o abraço e ele corresponde.

-Obrigada por vir me buscar.-Digo.

-Sabe que não te deixaria por aí, pode contar comigo sempre.-Sorrio.
-Mas me conta, por que sair assim e sem seu pai saber?