Capítulo 13 (Um beijo na bochecha)

6.5K 705 341
                                    

- Eu entendo que vocês estão no começo do relacionamento e são jovens, mas pelo menos tenham a decência de trancar a porta da próxima vez.

A voz carregada de diversão veio de Adam. Ele estava parado na entrada do quarto, um sorriso debochado nos lábios, segurando um pacote de cerveja na mão. Meu rosto esquentou instantaneamente ao absorver o que ele disse. Foi só então que percebi minha posição: ainda estava em cima de Samuel.

Ouvi a risada baixa e divertida dele, o que só piorou minha vergonha. Como se queimasse de dentro para fora, meu corpo reagiu antes que minha mente pudesse processar. Num movimento apressado, Samuel finalmente me soltou, e eu praticamente saltei para longe dele, me colocando de pé o mais rápido possível.

- Eu... não... nós não estávamos... ele... - tentei argumentar, mas minhas palavras saíram todas atropeladas, sem sentido. Meu rosto ardia de vergonha.

Adam e Samuel trocaram olhares antes de explodirem em gargalhadas. Eu cruzei os braços, estreitando os olhos para os dois idiotas à minha frente. Quando finalmente recuperaram o fôlego, Adam sorriu de lado e disse:

- Mano, você deveria ter visto a cara dela.

- Haha, muito engraçado. Você vai me pagar por isso. - Cruzei os braços com uma expressão de falsa indignação, olhando diretamente para Adam.

Ele ignorou minha ameaça e olhou para Samuel, que agora estava ao meu lado.

- Sua garota é engraçada, Samuel.

Soltei um suspiro exasperado.

- Primeiro de tudo, eu não sou a garota de Samuel. E, em segundo lugar, vocês entram assim na casa um do outro, sem avisar?

- Quando mandei mensagem pro Samuel antes de vir, ele disse pra eu entrar direto. - Adam deu de ombros, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Ele caminhou até a mesa e largou o pacote de cerveja ali, olhando de canto para mim com um sorriso provocador. - Eu não sabia que estava interrompendo algo... interessante.

Revirei os olhos, cruzando os braços.

- Você não vai desistir disso, não é? Nada estava acontecendo! A única razão de eu estar aqui é porque fiquei trancada para fora da minha casa.

- Ok, ok. - Adam ergueu as mãos em rendição, claramente se divertindo às minhas custas.

Samuel se aproximou e os dois fizeram um comprimento de punho, um gesto típico entre eles.

- Quer saber? Eu não tenho tempo para vocês dois. - Bufei, desviando o olhar para a mesa, onde as garrafas de cerveja brilhavam sob a luz do cômodo. - Vocês podem continuar fazendo o que quer que iam fazer. Vou descer pra encontrar algo mais útil pra ocupar meu tempo.

Antes que eu pudesse me virar e sair, a voz de Samuel me alcançou, carregada de malícia.

- Eu sei o que você pode fazer pra ocupar seu tempo.

Minha cabeça virou na direção dele no mesmo instante. O sorriso presunçoso em seus lábios me deu todas as respostas antes mesmo de eu precisar perguntar.

- Não, obrigada, Samuel. Eu não vou ser mais uma das suas conquistas. - Cruzei os braços e estreitei os olhos para ele.

Samuel arregalou os olhos em uma expressão de choque fingido.

- Eu não estava falando disso! - exclamou, mas o sorriso malicioso ainda estava lá. Ele sabia muito bem o que estava insinuando. - Eu estava me referindo a você tomar uma cerveja com a gente.

- Ah, tá. - Minha voz pingava ironia.

- Não, obrigada. Eu não quero me misturar com idiotas irresponsáveis.

Namoro PortátilOnde histórias criam vida. Descubra agora