Capítulo 2 (Três meses!!!)

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Dormi na casa de Violeta. Depois de chorar em seus braços na escola, eu disse a ela o que tinha visto. Ela estava tão surpresa quanto eu, porque sempre dizia que Lucas e eu fomos feitos um para o outro. 

Eu nem sequer desfrutei do jantar de Mariam que sempre adorei. Eu acho que eu estava muito distraída e com o coração partido para apreciá-lo. Violeta fez tudo o que pôde para me animar. Assistimos a filmes e tomamos sorvete a noite toda. 

Ajudou porque, por algum tempo, esqueci tudo, mas sempre havia algo que trazia as lembranças de volta. 

Lucas ligou para o meu celular algumas vezes, mas eu ignorei. Quando suas ligações se tornaram incessantes e irritantes, desliguei meu telefone. Eu não queria ouvir o que ele tinha a dizer. Eu não queria ouvir suas mentiras e desculpas. No dia seguinte, eu estava no meu armário pegando meus livros para a aula, quando senti um tapinha no meu ombro. Eu me viro para ver quem era. Quando eu vi a pessoa, eu olhei ao redor. Minha raiva retornando novamente. 

— Eu sei que você me odeia, mas por favor ouça. — Sophia disse atrás de mim. 

Eu pego os livros que eu precisava, fecho meu armário e me viro de novo. 
— Por que eu deveria? Você e Lucas são dignos do meu ódio. 

Ela segurou a cabeça para baixo e suspirou. 
— Eu sinto muito. 

— Você sente muito porque estava com meu namorado ou porque foi pega no flagra? — Eu perguntei, trazendo os livros para o meu peito, cruzando os braços. 

— Não é assim. — Ela começou. 
— Olha Emma, eu gostei de Lucas por um longo tempo, então eu não pude evitar quando ele se aproximou de mim. Foi como um sonho que se tornou realidade. Eventualmente, eu caí na real e me senti culpada por tudo isso, então eu tentei terminar, mas não consegui. Você tem que acreditar em mim, eu não queria te machucar. 

— Espere. Há quanto tempo isso está acontecendo? — Eu perguntei, apesar de não querer ouvir a resposta. 

Ela colocou o cabelo preto atrás das orelhas, antes de olhar para baixo, culpada. 
— Três meses. — Ela sussurrou. 

Meus olhos se arregalam. 
— Você está fodendo com meu namorado há três meses! — Eu disse em total descrença. 

— Emma, eu realmente... — Sophia começou, mas eu a interrompi. Eu não queria mais ouvir. Eu me senti mal com tudo isso. 

— Eu tenho que ir para a aula. — Eu disse, me afastando dela e caminhando para a sala. 

                                                     ●●●

— Não posso acreditar que ele estava me traindo há três meses. — Eu disse a Violeta no almoço. 

— Ele estava brincando comigo. Ele mentiu. Eu me sinto como uma tola. 

— Pará, Emma. Não havia como você saber. — Violeta disse empurrando a bandeja de lado. Nós terminamos de comer e estávamos sentadas e conversando. 

— Sim, mas... eu vi os sinais. Ele estava agindo distante ultimamente, mas eu ignorei porque me recusei a acreditar que ele faria algo assim. — Eu disse, então suspirei pesadamente.

Violeta olhou para mim com olhos tristes.
— Sinto muito, Emma. 
Ela olhou para cima, de repente ficando com raiva. 
— Menudo imbécil! Vou cortar as bolas dele e enfiar na boca do desgraçado. 

Eu rio do que ela disse, me sentindo muito melhor. 
— Quando você ficou tão violenta? 

— Desde que um babaca decidiu ferir a minha melhor amiga. Ele não deve sair em impune. — Violeta expressou. 

— É verdade, mas estou bem. — Eu olhei para ela e sorri um pouco. 
— Eu vou ficar bem. Estou feliz por ter descoberto. 

Violeta sorriu para mim, então se esticou sobre a mesa e me puxou em um abraço apertado. O sinal soou sinalizando o fim do almoço e nós duas nos separamos e rimos. 

— Vamos lá. Vamos para a aula. — Violeta disse, levantando-se do seu lugar. Levantei-me também e nós duas largamos nossas bandejas e saímos da cafeteria. 

Violeta e eu não tínhamos a mesma aula, então nos despedimos e eu fui para a minha aula de inglês. Assim que chego à porta, lembrei-me de algo. Lucas estava nessa classe também. Como eu poderia esquecer isso? Tenho que evitá-lo. 

Quando eu entrei na sala, vejo Lucas no meio onde ele geralmente se senta. O assento ao lado dele onde eu normalmente me sento estava vazio. 

Nós sempre sentamos ao lado um do outro em todas as aulas de inglês. Ele sempre brincava comigo quando a professora não estava olhando. Agora eu sei que foi tudo mentira. Eu viro meus olhos de sua direção e me sento na frente. Pego meu livro e oro em silêncio para que essa aula acabe para que eu possa ficar longe dele. 

Durante a aula, eu estava ocupada fazendo meu trabalho quando ouço alguém sussurrar meu nome. Sabendo quem era, eu ignoro. Logo depois, senti uma bola de papel me acertar no meu ombro. Eu me viro abruptamente, lançando um olhar mortal para Lucas, que estava a duas fileiras de distância. 

— Emma nós temos que conversar. — Ele sussurrou. 

— Eu não tenho nada para lhe dizer. — Eu atirei a bola de papel na sua cara. 

— Só por favor me ouça. — Ele persistiu. 

— Vá para o inferno, Lucas. — Eu grito. Felizmente, a professora não nos ouviu. 

Lucas chama meu nome de novo, mas continuo a ignorá-lo. Eu não queria ouvir o que ele tem a dizer. Ele não tem desculpa para me tratar do jeito que ele tratou. Ele jogou fora o que nós tivemos me traindo. Ele me machucou e eu nunca vou perdoá-lo por isso.

Namoro PortátilOnde histórias criam vida. Descubra agora