Prólogo

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POV REGINA

"Essa novinha é terrorista é especialista

Olha o que ela faz no baile funk com as amigas

Essa novinha é terrorista é especialista

Olha o que ela faz no baile funk com as amigas"

Excuse me! Você poderia trocar de estação por favor? – eu disse e ele continuou cantarolando a "música", não me dava atenção. – Er... com licença – toquei no ombro dele – Você poderia mudar de rádio?

– Ah me desculpe dona, é que me empolguei.– disse o motorista do táxi por enfim mudando de estação – A senhora é "Gringa"? Não conhece a nova do Mc Kevinho? Essa música estourou na novela.

– Não sou "Gringa", eu nasci e morei aqui no Rio é que não curto funk. – digo do banco de trás.

– Ah mas devia curtir é bom demais. Quando tiver oportunidade, vá num baile funk, tem algumas favelas que é tranquilo de ir.

– Não, obrigada! – respondi com um sorrisinho sem graça e não imaginava, eu Regina Mills num baile funk do Rio de janeiro, com aqueles vestidos bem curtos, mostrando a bunda e "descendo até o chão" ao som do que eles chamam de "música".

Bem, "Gringa", eu não sou uma "Gringa", afinal eu nasci aqui e morei até meus 15 anos. Quando meus pais decidiram que a cidade estava violenta demais pegaram eu e minha irmã e nós nos mudamos todos para os Estados Unidos. Hoje tenho 31, e é a primeira vez que estou voltando ao Brasil, em especial ao Rio. Sou escritora e precisava de algo novo para meus livros, alguma ideia marcante, algo diferente. Então achei o motivo perfeito para visitar a cidade que nasci, e uma semana seria suficiente para fluir as ideias ou também seria o motivo perfeito para fugir e esquecer os meus problemas.

Na viagem de Seattle ao Rio, eu vim pensando nas coisas que meu psicólogo havia me dito em uma das minhas sessões semanais com ele. Que eu deveria tentar algo novo, viajar, espairecer a mente e esquecer tudo o que tinha acontecido comigo. Bom, eu tinha acabado de sair de uma relação de 3 anos, bem, já tinham passados meses, mas foi uma relação que começou tudo às mil maravilhas, e terminou num inferno. Eu me entreguei demais a alguém que não dava a mínima para mim. Que nunca perguntava como foi meu dia, ou me elogiava, ou fazia alguma surpresa, enfim, eu estava cega de paixão que deixei me levar até demais no que "não era pra ser" e acabei me machucando demais com isso. Sair dessa relação, foi a coisa mais difícil da minha vida até agora. Ainda mais quando a pessoa mesmo não ligando para você, fazia drama psicológico para não deixá-la, e confundindo ainda mais a minha cabeça. Isso me custou várias idas ao psicólogo, terapeuta, até comecei a fazer yoga para fugir disso tudo, mas eu consegui. Bom, eu acho que consegui. Foi difícil, mas tirei a Mal da minha cabeça. E que ironia a pessoa ter esse nome, pois foi só o que ela me fez.

O Bom disso tudo, é que cada drama que acontecia comigo, eu colocava parte dele em minhas histórias e com isso o meu último livro que eu tinha acabado de lançar, foi um dos "romances/dramas" mais vendidos em sua categoria nos Estados Unidos.

Era meu segundo dia no Rio e eu estava hospedada num hotel no Flamengo e tinha acabado de entrar no táxi e meu celular começou a tocar, e no visor apareceu " Fiona Murray".

Hello Darling!

Oi querida, já está chegando?

Não Fiona, acabei de entrar no táxi, mas já já apareço aí. Eu me atrasei, sei que já é tarde, me desculpe mas precisamos nos ver com mais calma, pois ontem ficou difícil né.

10 dias na favelaOnde histórias criam vida. Descubra agora