Sétimo dia na favela

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POV NARRADOR

Eram por volta das 9 da manhã e Emma voltou até seu barraco gritando por Regina e não achou ela lá. Ela entrou em desespero, pois não sabia se Regina tinha fugido ou se alguém tinha pego ela.

Emma foi correndo até o barraco de seu irmão e chegando lá, Pê estava na sala fumando maconha juntos de alguns bandidos, incluindo Verdinho, Carniça e o Boca Murcha.

– Cadê a Gringa??? Cadê a Gringa?? – disse ela desesperada e todos continuavam fumando sem dá atenção a ela. – Me respondam, caralho!!! –

– Relaxa porra e vem fumar com a gente, e comemorar mais uma vitória contra o Vaca. Nós ser foda!! – disse Pê sorrindo e Emma ficou com mais raiva.

– Verdinho, eu pedi pra você vigiar meu barraco, cadê a Gringa??? – disse Emma

– Sei de nada não Zinha, eu tive que ir mais pra cima e avisei o Boca pra vigiar lá, fala ae Boca! – e Emma se virou para o Boca Murcha que deu um sorrisinho e respondeu:

– Pô Zinha, sabe qual é, quando cheguei no barraco, ela já tava morta, aí pra tu não ver ela daquele jeito, joguei o corpo lá na barreirinha ...

– O que????? – Emma arregala os olhos – Morta??? Isso é mentira!!!!!

– Os moradores falaram que ela tava tentando fugir, e no meio da favela, ela levou um tiro dos caras do Vaca, tem até sangue lá nas escadas da barreirinha.

-– Não, não não!! Ela não iria fugir!!! Isso não é verdade!!! Ela não está morta!! – E Emma se desesperou.

– Vá lá vê....- disse ele e Emma saiu desesperada até a barreirinha.

– Tu é mal pra caralho hein Boca! – disse Carniça que se levantou e foi embora do barraco e o Boca murcha ficou rindo.

Emma chegou perto da barreirinha e para a tristeza dela, ela encontrou sangue nas escadas.

Ela começou a chorar de desespero e foi andando até a beira da barreira e olhava para baixo a procura do corpo de Regina, mas não conseguia ver direito.

Ela ergueu seu fuzil para o alto e começou a dar vários tiros e gritando ao mesmo tempo.

Os bandidos no barraco do Pê se assustam.

– Que porra é essa? Alguém passa rádio pra saber de onde tá vindo esses tiros. – disse Pê, e Verdinho vai até a parte de fora e se comunica com alguém e minutos depois ele volta e diz:

– Os caras do motoboy falaram que foi a Zinha dando tiro pro alto.

– Me dá porra do rádio. – e ele pegou o rádio.

Zinha vem aqui no meu barraco agora!!

Uns 10 minutos depois ela apareceu, com os olhos muito vermelhos, com semblante muito triste, mas se segurando firme e com "nariz em pé" na frente do irmão.

– Ae Boca murcha, passa a real pra Zinha que eu vou dá uma dormida. – E Pê vai para o quarto, e Emma fica olhando Boca com os olhos arregalados.

– Que real??? – disse Emma

– A sua Gringa tá viva...

– Que??? Onde ela está??? – e um alívio tomou conta de Emma.

– Lá embaixo no "porão" do seu irmão... – respondeu ele e Emma esboçou um sorriso de leve e apressou o passo indo em direção a porta que dá até o porão, mas ela iria mudar a feição assim que Boca chamou atenção dela de novo. – Ae Zinha vai precisar dessa chave...– e ele jogou a chave até ela e complementou – Ah... eu cuidei muito bem dela... – e começou a rir – E porque não me falou que ela era brava hein? – e ele mostrou o pescoço todo arranhado e os bandidos começaram a rir e Emma fechou a cara de raiva e desceu até o porão.

10 dias na favelaOnde histórias criam vida. Descubra agora