Capítulo três - Meu coração ainda é dele.

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Fernanda 

Escutei de uma pessoa que vou levar para sempre no meu coração, que a fotografia são momentos pausados que nos proporciona a levar uma lembrança para o resto da vida. Porém, está pessoa se tornou uma lembrança que deixou raízes, a prova disso é o Ricardo, como ele se parece com o pai. Existe noites que choro de saudades do Rick, passamos poucos momentos juntos, mas foi o suficiente para que eu pudesse ama-la com todas as minhas forças.

No meu quarto, fiz um quadro com todas as nossas fotos juntos. A que eu mais amo, é do dia em que fomos a praia em um dia chuvoso. Chegamos molhados em casa, enquanto Catarina tinha ido a Fernando de Noronha. Lembro que quando me aproximei do mar, fiquei com medo de uma onda me levar, se bem que eu já tinha sido levada por um tsunami chamado Rick. Ele era tão amoroso, um homem de princípios que colocava o respeito como a chave da nossa relação. Queria novamente sentir seu abraço aconchegante em momentos difíceis. Queria escutar sua voz em momentos de solidão. Ah meu amor, como você faz falta.

Abri um estúdio de fotografia, foi o que Rick me impulsionou a fazer. Lembro que disse que queria que fossemos sócios e ele disse "Creio que isso não será possível", em primeiro momento não entendi, mas depois que soube sobre o câncer tudo ficou claro para mim. Todos os dias quando chego em casa, mostro ao Ricardo as fotos que tirei ao longo do dia, pois ele adora ver. Será que ele também vai pegar o gosto por fotografia? Meu filho é o melhor presente deixado por Rick, é a prova que o nosso amor sobreviveu além da vida. Catarina sempre diz que Ricardo tem os olhos do pai, e eu não posso discordar. Sinto em meu primogénito, a presença do pai que é ausente em seu crescimento, mas ele já entende que o lugar deixado por Rick, não foi por opção.

Saio do curso de fotografia até meu carro no estacionamento da faculdade, mas me abro um sorriso simpático ao ver Alex encostado no meu carro com um capacete na mão. Sim, ele está com o capacete na mão e por sinal, sua moto está estacionada ao lado do meu carro.

— Você? — Digo me aproximando mais de Alex.

Alex é uma pessoa que estou me enrolando, isso mesmo, estou me enrolando, pois infelizmente ele está criando expectativas sobre nós dois. O conheci na lanchonete próximo a faculdade, estava com algumas colegas de turma, enquanto ele estava saindo para fazer uma entrega. Ao passar por mim, Alex abriu um sorriso lindo que me deixou boba. Na mesma noite, quando estava saindo da lanchonete, ele me parou e pediu meu número, nós trocamos os contatos e ficamos várias vezes, mas por mim, não passará disso.

— Eu! — Ele desencosta do carro, mas toca seus lábios aos meus. — Você não manda mais mensagens e nem responde as que eu te mando, porque?

Me afasto um pouco dele e retiro o celular do meu bolso, vejo dezessete chamadas em menos de duas horas. Que exagero!

— Alex, estou com muita coisa para fazer e pelo o que estou vendo você mandou 47 mensagens em 3 dias que não entro no wathassapp e... Dezesste chamadas em apenas duas horas... DUAS HORAS!

— isso é pouco para você?

— Não, não é isso. Estou apenas sem tempo.

Alex me puxa pela cintura e vira rapidamente me encostando no carro, ele aproxima seu corpo ao meu, deixando-me sem folego. Encosta novamente os lábios aos meus. Fecho os olhos sentindo a respiração quente dele tocar minha boca.
— Porque você não me fala mais sobre você? — Diz. — Tudo que eu queria era que você confiasse mais em mim.

Não contei quase nada da minha vida para Alex, e olha que a gente já está ficando há dois meses. Ele só sabe que me chamo Fernanda, mas não sabe onde moro, que tenho filho e nem onde trabalho. Não quero criar expectativas em cima de uma coisa, que possivelmente não vai florescer.

— Alex, eu não quero iludir você. É muito bom quando a gente fica, eu me sinto muito bem, mas eu não quero nada sério agora, eu tenho metas, e meu objetivo é cumpri-las.

— Eu sei, você quer terminar a faculdade, mostrar sua maneira de fotografar para o mundo, mas e eu? Onde fico nesses seus planos? Sou apenas um brinquedo para você?

— Alex eu não vou mais discutir com você sobre isso tá. — Me afasto dele e abro a porta do carro.

— Ok! — Alex coloca o capacete furioso e sobe em cima da moto acelerando, ele arranca do estacionamento saindo em milésimos de segundos.

Entro no carro e me jogo para trás olhando para o teto do carro. Não posso oferecer o que ele quer agora, não quero. A única coisa importante neste momento, é meu filho, nada mais. Alex é uma pessoa legal e adoro deslizar minha mão na pele quente e clara dele, mas não posso dar resquícios de esperança quando na verdade não quero firmar um relacionamento. Meu coração ainda é do Rick, sempre será dele. 

Uma Amante Inesquecível II (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora