Uma Amante Inesquecível II (EM REVISÃO)

Capítulo vinte - É impossível fazer o transplante.

Maria Luiza

Encostada no canto da porta, observo Ian dormir aos soluços de tanto chorar. Parece um anjinho dormindo, com o rosto vermelho e um pouco inchado, lembro-me de Icaro, só de imaginar o sofrimento que ele está passando e o verdadeiro motivo que o levou a soltar a mão daquela inútil. Eu não tive e pretendo continuar não tendo coragem para falar a verdade para Benjamin, isso vai morrer comigo e tendo certeza que com a babá também. A não ser, que o próprio Icaro diga ao pai um dia.

Fecho a porta e sigo passando pelo outro lado da escada, onde fica os outros quartos. Bato na porta do quarto de Rosa, ela está organizando as roupas no guarda roupa, a mesma olha para mim e diz:

— Entre!

Sento na cama pensativa, olhando para meus dedos. Estou aflita, não somente pelo fato do meu filho estar mal, mas também o que pode vir a tona com esse transplante. Porque? Porque ele foi justamente precisar de um transplante no fígado? Eu devo estar recebendo um castigo para tantas coisas acontecer ao mesmo tempo, tanto sofrimento e tanta dor.

Rosa senta ao meu lado e alisa as minhas costas.

— O garoto vai ficar bem, fica tranquila.

— Meu filho vai precisar de um transplante Rosa, tudo por conta daquela babá inútil.

— Se eu tivesse administrado seus negócios, pessoas competentes e responsáveis estariam trabalhando para você. Mas você fez o que fez. — Dá de ombros.

Engulo em seco.

— Meu filho está me deixando muito preocupada, mas... — Pauso.

— Mas o que Maria Luiza?

— Estou preocupada com outra coisa Rosa. — Abro e fecho minhas mãos em um momento de aflição. Não sei se estou pronta para falar uma coisa que sustentou minha família durante quatro anos.

— E o que mais preocuparia você além do seu filho?

Respiro fundo.

— O Ícaro vai precisar de um transplante de fígado e o Benjamin se dispôs a doar o órgão.

— E o que tem de mal nisso? — Rosa cruza os braços seria, mas algo vem na cabeça dela, fazendo-a arqueia a sobrancelha. — Benjamin é realmente pai dos gêmeos, Maria Luiza?

— Este é o problema, Benjamin não é pai de Ian e Icaro.

Rosa fica boquiaberta. Ela levanta da cama surpresa e coloca as mãos no quadril.

— Quem é o pai dos seus filhos, Maria Luiza?

Me levanto e respondo:

— O importante é que eles só meus.
Rosa - Tá de brincadeira que você não vai me contar? Maria Luiza, olha em volta. Eu sou a única pessoa que está do seu lado neste momento.

Sinto uma forte dor na cabeça, fazendo-me aperta-la fortemente.

— Eu não estou brincando. Já é o suficiente saber, que eu não estou brincando. — Repete.

Rosa dá voltas pelo quarto esfregando a mão no rosto.

— E o Benjamin?

— Ele deve estar fazendo os exames para o transplante.

— E porque você o deixou fazer os exames se ele não é o pai das crianças? Você é burra ou o que?

— Porque eu penso que ele poderia ser minha luz no fim do túnel. — Lagrimas escorrem pelo meu rosto.