Capítulo dezoito - Paulo.

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Catarina

Ainda ontem a noite, as coisas começaram a dar certo. Logo quando cheguei em casa, alguns clientes começaram a ligar falando que assistiram o vídeo do surto de Maria Luiza. Louca, desequilibrada, maluca, idiota entre tantos adjetivos ruins foram pontuados pelas pessoas as quais me ligaram, em relação a Malu.

As coisas que escutei da boca da própria Maria Luiza, me fizeram ver a idiota e burra que fui este tempo todo. As boas intenções dela no passado, na verdade não passava de uma forma de me fazer de piada pronta. E pensar que eu tinha me arrependido de ter sido amante de Benjamin, se eu soubesse, teria arrancado ele dela a pondo de deixa-la no chão sofrendo, assim como sofri um dia por Marcelo quando ela se fazia de amiga.

Me sinto feliz e triste, pois acabei conseguindo minha vida de volta depois que todos viram quem é a verdadeira Maria Luiza, em contrapartida, tive que passar por um escândalo para saber o quanto fui feita de trouxa, e duas vezes seguida.

Não tive tempo de conversar com Benjamin nem tranquiliza-lo, ele veio me deixar em casa, passamos o caminho todo em silencio. Era inevitável não sentir o peso no ar, Benjamin estava totalmente fechado e repleto de raiva. Ele nem se quer me deu boa noite quando foi embora.

A mensagem de Paulo me tira dos meus devaneios. Hoje marquei de avaliar a sala de estar dele, foi o primeiro que me ligou ontem para voltar ao trabalho. Passo pelo jardim e vejo as crianças brincarem na piscina. Fê se aproxima de mim com os braços cruzados e um sorriso contagiante.

— De volta ao tampo senhora Catarina Silva?

— No mínimo isso, não é?

Sorrimos.

— E pensar que a Maria Luiza era uma amiga de verdade.

— Pelo jeito você viu o vide.

— É inevitável não ver, Catarina. Está em todos os sites e virou até meme. Estão chamando Maria Luiza de louca ou talarica.

Solto uma gargalhada histérica. Merecidíssimo.

— Sabe Fê! Hoje me sinto muito bem por ter feito o que fiz. E se soubesse de tudo, teria feito pior.

— Você não é igual a ela, Catarina. E Se você pensar assim, não tem nada que diferencie as atitudes de vocês duas. Até porque, Benjamin errou tanto quanto vocês duas juntas, porque ele sabia que era casado e que você era amiga dela. Ele usou da má fé, para a satisfação própria.

Não tinha pensado por este lado, quem sabe Fernanda têm razão. Meu celular toca, é Benjamin. Opto por não atender, pelo menos agora não.

— Muito bem! — Bate palmas. — Está evoluindo.

— E o estúdio de fotografia? — Mudo de assunto.

— Cada vez melhorando. E agora não só para mim, como para você também.

— Aí amiga! — Abraço Fernanda. — O que seriamos uma sem a outra?

Necessito da sensatez de Fernanda. A única que sempre foi verdadeira comigo, que nunca me deixou quando eu mais precisei. Espero um dia poder retribuir todo esse amor e carinho que ela merece.

...

Toco a campainha da casa de Paulo, em questão de segundos ele abre a porta com uma tesoura de jardinagem e um macacão jeans e lá está seu cachorro ao seu lado de novo. Dizem que o cachorro é o melhor amigo do homem, Paulo que o diga do seu parceiro inseparável.

— Olha só! — Diz Paulo. — Uma famosa em minha porta. Sinto-me lisonjeado por recebe-la.

— Muito obrigado. — Pego a mão dele e o mesmo beija as costas da minha mão. — Posso saber o nome do seu braço direito?

Uma Amante Inesquecível II (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora