Capítulo quatorze - Surto.

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Benjamin

Aposto que não estou ficando louco, a aproximação de Catarina e a insinuação em quer me beijar, diz que ainda tenho uma chance. Pode ser mínima? Talvez, mas não posso perder a oportunidade em arriscar. Mando uma mensagem para ela, Catarina visualiza, mas não retorna.

Entro em casa, logo percebo Maria Luiza sentada em um dos degraus da escada que leva aos quartos, com uma touca platinada, acredito que hidratando o cabelo meia noite e meia. Ela está de roupão, analiso seus olhos fundos e exaustos, parece que não dorme há dias.

Maria levanta e corre como uma louca até mim.

— Nossos filhos vieram com o motorista, porque não veio com você?

— Porque fui deixar a Valentina em casa, Maria Luiza.

— Você não foi deixar ela somente em casa, foi se encontrar com aquela mulher. — Ela tira a touca. — Porque você me tortura assim Benjamin, porque?

Maria Luiza se joga no chão como uma criança mimada, e começa a chorar alto.

— Novamente com isso? — Tento levanta-la. — Para com isso Maria Luiza,

— Eu sou vou ficar tranquila, quando aquela mulher ficar longe de nós. — Passa a mãos em meu rosto. — Meu amor, olha.... Olha só... — Soluça. — Olha, tudo que ela... que ela fez quando... quando entrou na sua vida.

— Maria Luiza, eu vou lhe ser sincero. Eu não me arrependo nem um pouco de tudo que aconteceu entre Catarina e eu. a única coisa que me arrependo, é de não ter ficado do lado dela na hora que ela mais precisava.

Maria Luiza se levanta sozinha me encarando. Ela se aproxima calmamente da estante e pega um vaso de cristal, jogando-o fortemente sobre o chão, espalhando areia e vidro pela sala de estar. Maria Luiza volta a gritar, dessa vez mais alto. Olho para a escada com medo dos meninos acordar e presenciar o surto da mãe.

— COMO VOCÊ TEM CORAGEM DE DIZER ISSO? — Ela coça o cabelo molhado com força, como se quisesse sangrar o couro cabeludo. — Eu que sempre te amei. — Uma lágrima cai do seu olho. — Te amei como ninguém poderá amar, MESMO DEPOIS DAQUELA VAGABUNDA.

Puxo as mãos da cabeça dela, antes que Maria Luiza faça coisa pior. Fixo meu olhar ao dela e falo seriamente;

— Não fala assim da Catarina, porque ela é a mulher que você nunca foi na vida.

— CALA A BOCA! CALA A BOCA!

Solto Maria Luiza, deixando-a livre para fazer o que bem quiser.

— Ela foi uma pessoa simples — Continuo. —, o contrário de você que só se consola no luxo e com festas. Você ama mais o dinheiro do que a própria vida Maria Luiza.

Recebo um tapa em cheio no rosto. Maria Luiza agora chegou no ápice da loucura, pois não deveria ter feito isso. Ah não!

— Para! — Grita novamente, dessa vez aos prantos.

Minha vontade é revidar a tapa com um soco, mas pelo fato de Maria Luiza ser mulher, é que não faço isso. Então, deixo-a sozinha, jogada novamente sobre o chão repleto de areia e vidro da sala. Subo as escadas, e vou direto para o quarto dos meninos, apesar de todo o barulho, eles não acordaram. Acho que Maria Luiza e eu, temos logo que tomara uma providencia sobre nós dois.

Entro no quarto dos meus filhos, e deito no enorme tapete felpudo que separa as duas camas. Olho o WhatsApp, e lá está a resposta de Catarina. 

Uma Amante Inesquecível II (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora