Capítulo quatro - Piranha ao molho branco.

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Maria Luiza

 É errado uma mulher almoçar sozinha? Sim, para mim. Pois adoro apreciar uma boa comida com companhias agradáveis. São uma da tarde, estou no restaurante La Leblon, reservei uma mesa para dois, acredito que meu convidado já está a caminho.

A visita na casa de Catarina me deixou muito excita e ousada, isso me dá um prazer que há muito tempo não sentia. Adorei ver o medo estampado no rosto daquela traíra, em comemoração, pedi para o almoço justamente o peixe que dá este nome a ela. Exigi o máximo de capricho, pois quero mastigar o peixe e saborear a morte em meu paladar.

Meu convidado se aproxima, percebo pelo perfume que o mesmo usa há vários anos, DIOR HOMME. Levanto a cabeça com um sorriso, sem olhar para trás digo:

— Pensei em fazer uma visita em seu plantão, ou quem sabe agendar uma consulta intima, Marcelo.

Ele dá a volta na mesa e senta na cadeira a minha frente.

— O que quer comigo?

O garçom serve a comida, coloca os dois pratos do desejado peixe com molho branco e cheiro verde. Marcelo olha para o prato confuso, em seguida, levanta a cabeça se surpreendendo com o quanto eu posso sentir prazer ao saborear uma garfada de traíra cozida, com os olhos fechados de prazer.

— Hum... — Abro os olhos. — Primeiramente, boa tarde. Quer um Whisky? Porque pelo jeito, você não vai comer da traíra, apesar de você comer muito bem uma.

Ele suspira pesadamente revirando os olhos.

— O que quer, Maria Luiza? Porque me chamou para este almoço?

— Eu insisto, tome um pouco de Whisky. — Aceno para o garçom que aproxima de imediato. — Traz uma garrafa de chivas royal salute, por favor.

O garçom saí em busca do meu Whisky, ele é o meu único amigo desde as últimas horas que coloquei o pé em solo Brasileiro.

— Fala logo o que você quer? — Diz impaciente.

— Calma! Deixa o Whisky chagar.

— Eu não estou para brincadeiras, Maria Luiza.

— Aqui está o Whisky, senhora. — O garçom abre a garrafa e coloca em cima da mesa junto com duas taças verde esmeralda.

Estamos novamente a sós, coloco a bebida em nossas respectivas taças. Entrego uma a Marcelo que pega, dou um gole na minha. Har!

— A Catarina sabe que você... — posto a mão na boca para segurar o riso. — Está aqui, comigo?

— Maria Luiza, eu só vim para saber o porquê de você ter me ligado e ter ido falar sobre seu marido, lá na casa de Catarina.

— Lá na casa de Catarina? Não seria "na minha casa "?

— Já estou cansado dos seus joguinhos.

— Acho que você já deve saber que a sua mulher é uma adúltera. — Bebo o resto de Whisky em minha terça em um só gole. — Ela se envolveu com o meu marido há quatro anos atrás.

Coloco mais bebida.

— Pelo que sei, adúltero é a pessoa que está em um cônjuge com alguém, e ela não estava quando se envolveu, com SEU marido.

— O fato dela ter se envolvido com um homem casado, já é o suficiente, meu bem. Já pensou que você também pode ser corno?

— Eu acredito que você quer reverter os papéis, o seu marido quem foi o adúltero da história.

Uma Amante Inesquecível II (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora