61 - Luan.

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Antes da Luana voltar do hospital.

Joguei a moto pro canto da calçada, cheio de ódio na mente já, esse filho da puta tá achando que eu sou otário, menor, pisa em geral mas não se envolve com a minha família não.

Passei um rádio pro FB mandando ele falar pro Julinho descer pra 10, cheguei lá e o filho da puta ainda não tava, tranquilo, a área é minha, uma hora ele vai ter que aparecer.

— Coe LN, como tua irmã tá? — Martins perguntou me olhando

— Volta amanhã po, tá tranquila já — acendi um cigarro me encostando na moto

— Maior pica né, caralho.. — ele falou

— Namoral, paizão — olhei pra ele — Tô na sede do Julinho, moleque tem total parcela de culpa nisso aí — traguei

— Como assim? — perguntou sem entender

— O filho é dele po, eles tavam de lance — falei, Martins negou

— Treta deles, LN, esquenta a cabeça com isso não — falou — Tô ligado que a mina é tua irmã, mas o menor tá fortalecendo nós — concordei olhando a mensagem que o FB tinha me mandado

— Suave, teu papo é ponto final po — me ajeitei na moto — Vou ganhar — apertei a mão dele

Parti voado pra pracinha que os moleques estavam, pau no cu de quem acha que eu vou deixar essa porra passar batido, minha irmã é tudo pra mim, quase perdeu a vida por causa desse filho da puta e o Martins vem com papo de não esquentar a cabeça? pera aí né.

Joguei a moto em cima dos vaporzinhos e eles já começaram a rir quando me viram, desci da moto cumprimentando geral, parei do lado do Julinho  que tava meio afastado e ele já se levantou.

— Coe, quero desenrolar o ko que teve com a Luana contigo — ele me olhou fechando a cara

— Tenho nada haver com aquele bagulho lá não — eu ri olhando a cara de babaca dele

— Vai ficar de dois papos? To ligado na conversinha que vocês tiveram po — ele negou com a cabeça — Tua fiel tentando botar um menor na pista né? — ri

— Isso mesmo, LN, mas po falei que se ela quisesse ter não era problema algum — falou rápido

— Coe, Julinho, eu sou homem também, precisa ficar de mentirinha não — parei na frente dele —Assume tuas palavras porra — apontei o dedo na cara dele — Tá omitindo por que? tu não é o pica? — perguntei

— Precisa vir cheio de marra não, LN — se escaldou — Tô desenrolando contigo namoral — falou me fazendo rir

— Tu é maior cuzão porra — falei — A mina tá toda fudida por causa de tu, tu tá nem aí, tá achando que essas porra vai ficar assim? — ele negou sério, tô cheio de ódio

— Eu vou conversar com ela, mas nem sei se esse filho é meu mesmo, não vou assumir filho de piranh...— me aproximei mais, peitando ele 

— Repete essa porra, moleque — falei puto — Repete, seu cuzão do caralho — quando ele abriu a boca pra falar eu botei um soco certeiro no nariz dele

Ele bambeou pra trás e eu avancei pra cima, os menor percebendo a movimentação se aproximaram me segurando e afastando ele.

— Tá maluco, mano? — GB me segurou pelo pescoço — Coe, LN, calma aí irmão — falou

— Eu vou matar esse moleque, me solta porra — me debati

— Segura a onda, que porra é essa? Calma porra — GB falou me arrastando

Ele me soltou e eu sentei na cadeira bufando, geral tava sem entender nada, a Milena tinha me contado tudo que a Luana falou pra ela, a conversa dela com a Julinho todinha, filho da puta, covarde do caralho.

o Julinho discutia com um menor de longe e eu só mirando na dele, deu nem 10 minutos e o Martins brotou com mais uns moleques.

— Que que eu falei contigo? — se virou pra mim puto — Tu é adolescente? Moleque? Tá agindo como um — neguei com a cabeça

— Esse filho da puta difamando minha irmã e tu quer que eu fique quieto? Tenho sangue de barata não Martins — falei me levantando

— Fica aí porra, segura tua onda — ele falou

— Vou ralar, tô com tempo pra ficar de viadagem não — subi na moto

Parti pra casa com a cabeça a mil, a Milena não tava, e eu só conseguia pensar em quando eu ia passar esse moleque.

Dias atuais.

Sai de casa levinho, tinha passado a tarde agarrado no meu amor e na minha princesa, melhor forma.

Cheguei na boca tava uma galera lá, sabia que o Martins queria falar comigo e já fui entrando pra sala dele.

— Tem que fazer as contagens, tu só tá aparecendo aqui quando quer, qual foi? — Martins perguntou

— Tô cansado disso, paizão — me sentei na cadeira, ele me olhou

— Dá o papo reto — acendeu um cigarro

— Quero viver em paz com a minhas mulheres — ele concordou — Acho que essa vida não é mais pra mim não! — cocei a cabeça

— Quer sair Luan? — perguntou, desviei o olhar, esse bagulho é foda

— Não sei — falei negando com a cabeça — Acho que já deu o que tinha que dar eu aqui, a Milena precisa de paz, quero criar minha filha tranquilo!  Tu me entende? — ele concordou

— Te apoio em qualquer bagulho, meu filho — passou a mão no rosto — Tu é o melhor soldado que eu tenho aqui, tu é o que eu mais confio, tu é o pica — riu — Mas tu quer o melhor pra tua família — concordei — Pensa, te deixo livre pra sair e pra voltar, tu nunca deixará de ser meu braço!

— Tô com isso na cabeça uns tempos, nada certo ainda, tô ligado po, não posso sair largando tudo, tenho que botar outro em meu posto — ele concordou — Não tem como sair de uma hora pra outra, eu vou ajeitar os bagulhos, sair tranquilo.

— GB, FB, Jota tão aí, são crias como você, tirando algumas negações — falou — Mas relaxa, só vem desenrolar isso comigo  quando tu tiver certeza do que quer.

Troquei mas umas ideias com ele, fiz a contagem, paguei os menor é parti pra casa, a ideia ainda pairando na mente, tudo que eu quero é uma vida longe disso tudo, tô cansadão, não aguento mais.

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Olhares - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora