34 - Jota (extra)

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Quando eu avistei a Milena entrando no camarote com a Fernanda do lado eu nem acreditei, o camarote todo parou pra olhar elas.


Nunca tinha visto a Fernanda em baile nenhum, acho que era a primeira vez dela, eu sempre admirei ela pelo morro, sempre foi muito certinha.

- Caralho, não acredito que a Milena tá aqui - LN falou botando o copo em cima da mesa

- Ta mano e trouxe a minha barbie junto - falei rindo pegando um lança

Elas pararam em uma mesa encostada na grade, a Luana também chegou junto.

Eu sou doido pela Fernanda, não sei que porra é essa, acho que ela fez amarração pra mim, não é possível, a mina não me dá uma condição e eu sou louco por ela, caralho.

uh uh balançou, a brisa subiu pra mente 🕺🏼💨

Balancei a garrafinha na mão dançando e olhei na direção dela, ela me analisava encostada na grade, linda pra porra.

- A babá escorrendo aí, otário - GB bateu na minha cabeça

- Vai pro caralho - falei me afastando

O clima tá gostosinho, vários manos de outras favelas tavam brotando, não tenho dúvidas que nosso baile é o melhor da cidade.

- E aí filha do brabo - parei do lado da Milena

- Oi João - riu pra mim

- Coe, desenrola aí pra mim - balancei a cabeça na direção da Fernanda

- Ih, desiste, ela é difícil demais - Milena falou rindo

- Po, desenrolo o Luan pra tu, qual foi - falei olhando na direção do LN que nos olhava, provavelmente puto por eu tá falando com a mulher dele

- To fora, aquele ali nem pintado de ouro eu quero - fez o sinal da cruz

- Menospreza meu irmão não, vacilona - falei fazendo ela rir

- Ok, vou ver a melhor forma! - levantou o copo na minha direção

- Vai ficar doidona fazendo vergonha não em - impliquei

- Água pura bebê - ela riu

Voltei pra mesa dos moleques e o Martins brotou do meu lado, foquei meu olhar na Fernanda dançando e ela me olhou dando um sorrisinho.

Me aproximei um pouco da grade e encostei olhando a movimentação lá embaixo, logo senti uma movimentação do meu lado.

- Isso mata em! - Fernanda parou do meu lado

- O que? - perguntei olhando ela de cima a baixo

- Isso - apontou pro meu lança

- Isso também - balancei o fuzil, rindo na direção dela ‐ Tu acha que mata? - balancei o lança

- Tenho certeza! - se debruçou na grade

- Qual foi, tu fica fugindo de mim por que? - perguntei na lata, ela me olhou

- Quando eu fiz isso? - riu sem graça

- Várias vezes po, fica se fazendo de desentendida - dei uma golada no meu whisky

- Só não tenho interesse - falou debochada

- Ah não? - perguntei, as imagens do dia em que eu levei ela em casa atingindo minha memória

- Não! Você tem namorada né? Cadê ela? - olhou para os lados

- Não é da sua conta! - falei ignorante, eu não tenho namorada mas ela tava tentando me diminuir

- Ah tadinho, ficou com o ego ferido - apertou minha bochecha

Quando ela ia afastar a mão eu fui mais rápido e segurei puxando ela para mais perto, nossos corpos quase colados.

- Se eu lembro bem, quase rolou um beijo nosso naquele dia né - falei no ouvido dela

- Por um deslize meu, apenas! - falou abusada

- Deslize bom esse né? - subi minha mão pela cintura

- João, não...- falou sentindo meus lábios contra seu pescoço

- Qual foi, cede logo - falei colando meu corpo mais no dela

Ela agarrou meu rosto e seus lábios pressionaram o meu em um beijo rápido, em uma, o beijo mais gostoso de todos.

Depois disso eu não consegui mais desgrudar, parecia que um bagulho muito louco conectava a gente.

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Olhares - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora