Olhares - Livro 2.

24 - Milena.

Cheguei na loja sentindo meu sangue ferver, quando eu acordei que encontrei a Evellyn arrumando as coisas para ir embora, não pensei que fosse algo do tipo, que ódio.

As coisas estavam se ligando de uma maneira absurda na minha cabeça, eu estou rodeada de gente falsa mesmo, cada hora uma bomba, puta que pariu.

Uma parte de mim estava suave, a Bruna tinha falado que o Luan estava certo, pois viu a Evellyn olhando obcecada pra ela no pagode, porra, as vezes as coisas acontecem na nossa cara e não queremos acreditar mesmo né, a mina sendo falsa comigo bem debaixou do meu nariz e eu fechando os olhos, eu não liguei, nem mandei mensagem, deixa ela achar que está por cima.

Contei umas notas já separando o pagamento da semana das meninas, hoje chega mais um estoque de roupas.

Sentei sentindo minhas costas latejarem, cada dia que passa a Lavínia pesa mais, meu Deus.

— Mi, por que tu não vai pra casa? — Fernanda alisou minhas costas

— Não, tenho que trabalhar, Fê — ela riu

— A gente segura as pontas por aqui, tu tá grávida, com dor nas costas, depois do almoço tu volta — falou carinhosa

— Ok, conseguiu me convencer — falei fazendo ela rir

A Fernanda era um amor de pessoa, além de trabalhar muito bem, ela é uma pessoa muito iluminada, me identifiquei de primeira com ela.

Mensagem de Amor💟💏: ta sentindo oq?
Mensagem de Milena Martins🤪: Nada, amor
Mensagem de Amor 💟💏: vou brota ai
Mensagem de Milena Martins🤪: Vem tranquilo
Mensagem de Amor 💟💏: piloto de fuga bb 🚘

Fiquei esperando o Luan chegar, o movimento hoje tá agitado, o pessoal que não veio na inauguração, tá vindo hoje, óbvio que as promoções estão a todo vapor né.

— Quer comer aonde? — Luan abriu a porta do carro pra mim

— Japonês? — perguntei olhando a cara de nojo dele

— Pode ser outro não? — ligou o carro

— Tô com desejo — senti minha boca salivar

— De que? — perguntou me olhando de lado

— Nhoque de frango — falei babando

— Caralho, aonde a gente vai encontrar isso, Milena? — perguntou rindo

— Não sei amor — alisei minha barriga sentindo um chute fraco

Ele subiu mais um pouco e quando vi estávamos descendo, era o outro lado do morro, um lado que eu ainda não conhecia, ele estacionou em um restaurante bem estruturado e desceu pra abrir a porta pra mim.

— Aqui tem de tudo, provavelmente vai ter esse bagulho aí — falou me puxando pra dentro

Era lindo o restaurante, depois de olhar o cardápio todo achamos o nhoque de frango.

— Não sabia que tinha esse restaurante aqui — olhei em volta

— É novo po — relaxou na cadeira— Jota montou pra mãe dele — concordei

— Hmm — murmurei quando nossos pratos chegaram.

Era só a melhor comida do mundo, eu me obriguei a repetir pela segunda vez de tão bom que estava.

— Luan meu filho, que bom te ver! — uma senhora parou na nossa mesa

— Oi tia Selma, quanto tempo — Luan levantou pra falar com ela

— Você tá tão bem cuidado, bonito, que saudade! — ela abraçou ele com força

— Tia, essa é a Milena — falou apontando pra mim — Amor, essa é a mãe do jota —  levantei sem graça abraçando a senhora que me recebeu tão receptiva

— Que linda! E olha essa barriga, é uma menina? — concordei rindo — Deus e todas as energias boas abençoe você e essa gravidez — falou me abraçando de novo — Você é mais forte do que imagina, mantém a cabeça erguida! — falou no meu ouvido me deixando arrepiada

— Obrigada, obrigada mesmo! É muito bom escutar isso —apertei ela com força

Eu senti vontade de chorar, a mulher tinha uma energia foda e parecia que me conhecia a anos, me senti tão acolhida, bem em casa mesmo.

— Hoje eu fiz um pudim, vou trazer pra você — falou fazendo minha boca salivar

— Ih, eu também quero em! — Luan disse implicante

— Não, só pra minha neta! — ela disse rindo e sumindo pelo corredor.

O pudim estava divino, depois de pagar, não deixamos de se despedir dela e prometer que voltariamos.

Eu optei não voltar pra loja já que meus pés estavam mega inchados, o Luan foi trabalhar e eu fiquei em casa comandando a loja pelo notebook.

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