65 - GB/FB (extra)

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GB.

Brabão filho, tô só a revolta, não vejo a hora da minha hora chegar, logo, só largo essa vida preso ou morto, tô preferindo a segunda opção ultimamente.

Nada dá certo, cada dia um estresse diferente, Martins partiu e levou com ele o pouco de fortalecimento que a favela tinha, movimento fraco, os menor tudo desanimado.

Tuane torrando a mente com esse lance de querer ir embora com o moleque de novo, ela já sabe que eu to fudido, ainda quer ficar tonteando a mente, vou acabar deixando essa filha da puta seguir o rumo dela, só me trás estresse.

Ela tava tranquila, nossa relacionamento esfriou, mas convivemos bem em casa, o moleque tava crescendo pra caralho, é a única coisa que nós une, ela parou de barraco no morro, mas de uns tempinho pra cá, tá de neurose de novo.

— Coe, mano, faz o que tu achar melhor — levantei pegando a blusa no braço do sofá

— É assim então? — se virou pra mim com o Gael no colo

— É porra, quer ir? mete o pé, mas vai de uma vez, Tuane — falei puto — Tu não compreende os bagulhos, se tá só vendo solução em ir embora, vai parceiro, deixa o menor aí e vai — gesticulei

— Não vou ficar aqui nessa falência que tá Gabriel, já sofri muito, quero viver, você não entende — se sentou no sofá

— Pra tu eu nunca entendo nada, cara, tô cansadão namoral, vou ficar batendo cabeça por causa de birrinhas tua não — acendi um cigarro

— Tá bom, Gabriel, você não tá querendo enxergar os que tá bem debaixo do teu nariz — negou com a cabeça, me virei pra olhar ela direito

— Ah é? E o que eu não tô enxergando? Fala aí brabona — falei rindo

— Eles vão descartar vocês, certo tá o LN de meter o pé com a mulher dele e a filha, bobo são vocês de ficarem aqui, se eu fosse você já ia caçando outro rumo — falou ninando o Gael

— Tá sabendo demais tu né? Que papo é esse de caçar outro rumo? Tô nem te entendendo — fechei a cara — Tô ligado na da tua prima x9, vai achando que ela tá passando batida — ela levantou a cabeça pra me olhar — Se liga, vem com papo de alemão pra cima de mim não

— Não sei da onde você tira essas coisas, minha prima é tranquilinha, tá batendo neurose atoa aí — levantou com o Gael adormecido no colo

— Tranquilinha, aham, sou otário não, Tuane — falei vendo ela ir em direção do quarto

Aproveitei e meti o pé, tava nem afim de discutir e a Tuane suga toda paciência que eu tenho.

FB.

Olhei a movimentação, os moleques conversando um pouco afastado de mim, foquei meu olhar na Luana que ria conversando com a mina do jota, caralho, a Luana é gata pra caralho, sempre foi, mas agora grávida, tá mais bonita ainda.

O lance tá favela tá esquisito, ninguém assumiu ainda, por enquanto é nós por nós tá ligado? Ainda vai rolar a reunião definitiva mas o papo é que ninguém pode ralar de uma vez, provavelmente geral vai ter que ficar.

Maior saudade do paizão, porra, o Martins tinha os defeitos dele mas ele me tirou da fome, tá ligado? Já sofri muito nessa vida, se não fosse por ele ia tá sofrendo até hoje, favelado e analfabeto o sistema massacra.

— Bora, aquela missão? — LN parou a moto do meu lado

— 13?— perguntei, ele concordou — Já é, GB já tá brotando também — ele saiu com moto

Chamei o jota que tava agarrado na minha dele e partimos pra 13, GB já tava lá, e o LN tava com a cara fechada olhando pro Julinho, hoje nós vai dar uma trava nesse filho da puta.

— Coe, Julinho — Jota falou rindo, moleque é debochado — Tu já tá ligado que tá no erro né? — Julinho arregalou os olhos

— Tô nem te entendendo, erro de que menor? — perguntou cheio de marra

— Abaixa a bola, tu não se cria com a gente não — LN segurou o ombro dele — Tá achando que o bagulho da Luana vai ficar assim? — puxou a pistola

O terror psicológico rolou firme, 2 horas pra ele meter o pé da favela, não batemos, já que éramos 4 contra um, covardia pura, mas fudemos a mente dele.

— Tô na sede dele, era pra ter deixado eu pegar esse filho da puta — falei pro João

— Tá doido? Ia dar maior pica depois, deixa essa porra pra lá — GB falou

— Já fizemos a nossa parte, se ele não meter o pé, já sabemos o que fazer — Luan falou

Paramos no bar que tinha na pracinha e marcamos dali, quando vimos já tinha ido pra mais de 12 litrões, tropa já tava imbra.

Logo chegou umas minas daqui do morro mesmo, pararam na mesa do lado da nossa, a jogação tava firme, GB saiu com uma e eu embiquei com a outra pra casa.

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(2/5)

Olhares - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora