ᴄᴀᴘɪᴛᴜʟᴏ sᴇᴛᴇ

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ᴀʟɪᴄᴇ ᴍᴇɴᴅᴇs

Há pouco mais de três anos meu pai abriu uma ONG, com o intuito de ajudar as crianças necessitadas dos países de baixa renda. Aprovadora da causa, logo quis me envolver e hoje temos um projeto com mais de três mil funcionários e tendo o apoio de famosos de todas as partes do mundo.

"Mendes For Children ONG ". Toda família Mendes estava lutando para espalhar solidariedade, o que era bem difícil com a realidade com a qual vivemos hoje em dia.

Uma vez por semana eu tinha um dever, visitar as crianças da sede da ONG. Era incrível a energia e a luz que tinha aquele lugar.

Muitas das crianças que estavam ali, possuíam doenças graves, foram resgatadas de maus tratos ou até mesmo da fome. Na casa Mendes, como era chamado o grande prédio, elas recebiam orientação, carinho e conforto.

Tudo que um ser humano merecia ter.

— Alice, que bom que venho — minha amiga, enfermeira e também diretora da organização me cumprimenta assim que cruzo as portas giratórias daquele local.

— Eu sempre venho, Neena — dou um abraço caloroso na loira — Como estão as coisas por aqui?

Pego a prancheta com a movimentação da ONG, lá estava todas as crianças que saíram ou entraram.

— Temos duas crianças novas, um voluntário e uma senhora, também — a olho confusa — Ela foi encontrada baleada na Síria, enquanto estava a deriva. Ela não fala nossa língua e está muito confusa.

— Posso conhecer ela? — me lembro que sabia identificar e falar algumas coisas em árabe.

Neena sorri.

— Claro, quer passar no berçário primeiro? — ela pergunta, me lembrando da minha área favorita.

O berçário era onde os bebês que chegavam em crítico estado ficava. Havia bebês sem braço, sem perna, que não enxergavam. Mas que era incríveis, inteligente e iluminadas.

— Vamos ver nossa nova convidada e depois eu aproveito todo o tempo com meus bebês — envolvo meu braço com o dela, enquanto caminhávamos — Neena, posso te fazer uma pergunta?

— Outra? — ela brinca. Aperto seu braço brincando — Pode sim, claro.

— Já se sentiu atraída por uma pessoa desde a primeira vez que a viu?

Neena ri, enquanto chama o elevador.

— Amor a primeira vista, seria o caso? — ela questiona assim que entramos no cubículo de metal.

Forço um sorriso.

— Não é amor...é apenas uma atração física boba — disfarço o máximo para que ela não percebesse o nervosismo da minha voz.

— Defina ' atração física boba '? — nós afastamos, ela cruzou os braços e me encarou por segundos.

Tremo por alguns segundos.

— Eu não sei explicar.

— Então me fale exatamente como foi no dia, o que sentiu ou como sentiu.

O elevador se abre. Saímos.

— Como sabe que estou falando de mim? — arqueio a sobrancelha.

— Foi um palpite, mas pelo visto estou certa — ri vitoriosa — Para de enrolar e fala logo.

— Eu fiquei hipnotizada, senti como se só tivesse nós dois é minhas mãos suaram... — olho para minhas mãos vivendo as emoções daquele dia. Nego voltando a realidade — Mas, me desencantei a parti do momento em que ele me tratou com ignorância.

Sɪᴍᴘʟɪꜱᴍᴇɴᴛᴇ Aʟɪᴄᴇ Onde histórias criam vida. Descubra agora