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Quando chego à frente da minha casa, o meu coração ainda continua a bater à velocidade da luz.
A minha mente está a mil com aquele momento. Não sei o que foi aquilo, não sei o que foi aquilo que senti dentro de mim. Não foi nada relacionado com amor. Foi desejo. Foi vontade de me perder. Foi vontade de perder tudo só para sentir algo tão forte. Não percebo como é que o meu corpo conseguiu reagir assim com um desconhecido. Será que era por ele ser como era? Como se todas as perfeições tivessem escolhido o seu corpo para ficar. Não. Eu não sou assim. Eu não me entregaria  a alguém apenas por desejar o seu corpo. Acredito que o sexo é algo que deve de ser feito com amor. É por isso que, quando penso no assunto, não penso que vou querer um dia fazer sexo, mas sim, fazer amor.

Tiro a chave de casa e abro a porta da frente. Deixo os ténis cheios de lama fora da porta e entro de meias.
-Mãe, pai, cheguei - grito.
-Ok Mi -  o meu pai responde.
Subo as escadas e entro na casa de banho. Enquanto espero que a água do duche atinja uma temperatura agradável, tiro a roupa e como é hábito encaro o meu corpo nu no espelho. O meu peito já não sobe e desce como à alguns minutos atrás, mas mesmo assim, dentro dele, o meu coração já não bate tão lentamente como ontem à noite. Como pode ser isto possível? Serei eu louca? Ou então, tornei-me neste ser que necessita tanto de sentir amor que entende cada toque de alguém como se fosse uma oferta a uma nova dimensão onde todo esse amor pode existir? 

Nas tuas asasOnde histórias criam vida. Descubra agora