Capítulo 15

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_ Olha, estou tão surpreso quanto você por essa desagradável surpresa._ Jonathan revirou os olhos, mas Magnus ignorou_ porém, creio que se ele está vivo, é porque o fogo celestial encontrou alguma bondade nele, o que eu ainda me pergunto qual foi, sem ofensas.

_Não ofende.

_ O fato de ele estar aqui, prova que...sei lá, mas ele está vivo.

_ E pretendo continuar, claro, se não se importarem em me matar, novamente.sério, entrar em um ciclo de mortes e ressugimentos é cansativo._ comentou fitando Jace como se estivesse comentando sobre o clima, em seguida sorriu para a irmã, que sem esperar foi ao seu encontro sendo tomada nos braços do platinado, que afundou a cabeça em seu pescoço inalando o cheiro suave dela._ Me perdoa por demorar.

Ele podia sentir as lágrimas molharem sua camisa, porém não se importou, apenas estendeu o abraço confortando-a. Em seguida engueu o rosto da ruiva, segurando seu queixo fazendo-a olha em seus olhos, enquanto ele limpava uma lágrima que escorria em seu rosto, selando sua testa com os lábios, fechou os olhos e aproveitou da sensação que era tê-la em seus braços.

_ Agora você está aqui._ seu rosto foi iluminado por um sorriso.

Jonathan retribuiu acariciando seu rosto.
_ Sempre vou estar aqui por você irmãzinha.

Em seguida se virou encontrando diferentes expressões, um Jace confuso, em sua cara transparecia uma amargura contida, já Alec respirava tentando assimilar os fatos, Magnus por outro lado tomava uma taça de vinho com os pensamentos longe.

_ Vem._ Clary pegou a mão do irmão e o levou para longe dos olhos de todos, sendo seguidos pelo olhar cortante de Jace, nada contente com o que via.

A mão fria de Jonathan de certa forma era extremamente reconfortante. Quando chegaram à varanda, Clary se certificou de que havia trancado a porta, então voltou à encarar o irmão, e novamente o abraçou. Havia um nó em sua garganta, vê-lo ali era um alívio, fazia com que todas as lembranças que reviveu na cidade do Silêncio tenham sido apenas isso, lembranças, porque ali estava ele, vivo.

_ O que fizeram com você minha pequena?_ indagou ele quebrando o silêncio, seus olhos miravam-na com intensidade. Sua mão acariciava a bochecha dela com carinho, enquanto tentava controlar os próprios batimentos cardíacos ao imaginar as barbáries que ela deve ter sofrido.

Clary desviou o olhar do dele, mas Jonathan foi insistente em trazer seu rosto novamente, dessa vez o segurou com as duas mãos, colando suas testas, compartilhando a respiração um do outro.

_ Fui torturada Jonathan, mas nenhuma dor física foi pior do que reviver constantemente a lembrança de tê-lo perdido em meus braços._ balbuciou aturdida tocando o rosto do irmão, que tinha os olhos fechados.

_ Droga! Malditos sejam._ grunhiu respirando pesadamente, seus olhos se abriram, e Clary viu um brilho novo ali, ele estava nervoso demais, era evidente, então ela puxou o rosto dele para encara-la.
_ Já sabíamos que a Clave está desestruturada._ começou com cuidado._ parte da culpa é da nossa família.

_ Eu sei, mas você não teve nenhuma culpa nisso, as escolhas foram feitas por Valentim e por mim, e o que fizeram com você não tem nada de justo. Tudo porque você é uma Morgenstern!

Clary puxou o rosto dele para si e selou seus lábios com vários selinhos, pra então aprofundarem o beijo com calma e intensidade, sua línguas brincavam em sincronia trazendo a mesma sensação eletricidade que percorria seus corpos. Clary nunca cansaria de beija-lo, era como se estivesse completa quando estava nos braços do platinado, suas pernas viravam gelatina, e se não fosse segurada por ele, com certeza cairia. Como podia sentir seu coração acelerado por cada toque que recebia dele? As famosas borboletas em seu estômago estavam lá, lembrando como era estar entregue sem receio.
Seria possível amar tanto alguém quanto amava seu irmão? Relutantemente se afastaram para inalar o ar para seus pulmões, colando suas testas e finalizando o beijo com um selinho demorado.

_ Por que se arriscou tanto hoje?_ questionou Clary buscando a resposta nos olhos do irmão.

Suspirando, ele pegou sua mão e colocou no peito, onde as batidas de seu coração estavam aceleradas.

_ Sente isso?_ Clary acentiu e ele continuou_ ele bate por uma só pessoa nesse mundo, e ela está bem aqui na minha frente. Então, já sabemos porque eu me arrisquei a levar uma flechada quando entrei aqui.
Clary sorriu sentindo seu rosto corar,então selou novamente os lábios nos dele em um beijo rápido.

_ Você me surpreende cada vez mais.

Jonathan fingiu surpresa e deu uma risada humorada ficando com uma expressão fofa, na opinião da ruiva.

_ Posso surpreende-la de outras formas também.

Só então percebendo a ambiguidade na frase, Clary deu um tapa no ombro dele fingindo estar escandalizada e soltando uma risada gostosa de se ouvir. Vendo de longe nem parecia que ali estavam os Morgenstern mais problemáticos do mundo das sombras.
_Vem, temos que tratar sobre o que anda acontecendo._ segurou a mão dela entre a sua as entrelaçando e dando um beijo no queixo dela carinhosamente.

_ Prefiro ficar aqui.
_ Podemos voltar, depois._ disse sorrindo maliciosamente, fazendo a irmã revirar os olhos._ preciso saber o porquê de tudo isso. E encontrar uma maneira de não resolver nossos problemas com um banho de sangue, desculpa, ainda é difícil me acostumar a ser moralmente correto.

_ Quase não percebi._ debochou o puxando para dentro do apartamento novamente.

♦♦♦♦♦♦♦♦

_...Então foi basicamente isso, você transformou Clary na arma mais perigosa de todos os tempos._ Magnus terminou desamassando algo invisível em sua camisa de seda.

_ Eu não fazia ideia de que era real._ comentou sério, enquanto divagava.

_ Quer que acreditemos que não sabia que isso ia acontecer?_ Alec retrucou.

Segurando o impulso de revirar os olhos, o platinado se virou pra fita-lo.

_ Eu ouvi uma lenda, tão irreal que as chances de serem verdade eram nulas, fora a runa, o resto não me importava._ Passando a mão nos cabelos, se virou pra encarar o feiticeiro, que arqueou uma sobrancelha.

_ Quais as chances de eu ter planejado tornar minha irmã em um alvo para todos? Quais as chances de eu ter sobrevivido ao fogo Celestial? Não faz sentido dizer que premeditei isso, porque eu NÃO fiz. Sim, eu usei uma runa proibida porque era poderosa e nos ligava mais intensamente que uma runa parabatai. Mas não tenho culpa de ter sido morto por meu querido irmãozinho que, a propósito fez um grande favor à humanidade, admito.

_ Posso repetir o favor._ Jace disse sorrindo friamente.

_ Brigar entre nós não resolverá nada._ Isabelle se pronunciou, ela que tinha chegado há pouco tempo, havia ficado assim como os outros, chocada, mas depois, se acostumou à presença do Morgenstern, claro, depois de tentar fatia-lo.

A atenção voltada pra ela logo voltou à Jonathan que se levantou abruptamente.

_ Ah, preciso ir resolver um assunto._ disse encarando somente a ruiva, que fitava seus orbes verdes._ Você pode vir comigo, é de seu interesse.

_ Ela não vai.

Os irmãos Morgenstern-Anjos Caídos (Talvez eu termine de escrever)Onde histórias criam vida. Descubra agora