A sensação de fogo o consumindo não parava, em algum momento ele desejou simplesmente morrer, seu corpo convulsionando, ou assim ele pensava, já que a dor excruciante não o fazia pensar no que realmente estava acontecendo.A escuridão não o assustava, pelo contrário, era como um manto reconfortante, mas as dores, o fogo o consumindo, ele estava provavelmente entrando em combustão. Se ele conseguisse se mover pelo menos, mas não, ele estava paralisado. Naquele momento ele sentia ódio, ódio de tudo, de todos, exceto...dela.
Ele se lembrava dos olhos esmeraldas, dos cabelos ruivos em seu rosto. Dos lábios rubros nos seus. Dos olhos avermelhados de tanto chorar. Chorar por ele. O loiro disse a si mesmo que não ia desistir, a dor podia consumi-lo, mas nunca ia tirar ela dele. E enquanto ele focava sua mente no rosto da ruiva, se concentrava pra pensar somente nela, nada além. Que sua morte fosse enquanto ele a admirava em pensamentos. Ele a salvou, não era? Estava feliz. Sim, dá sua vida pela dela tinha sido no mínimo injusto, não de uma forma ruim, mas sim porque a vida dela valia muito mais que a sua. Ele poderia sentir aquela dor. Deveria sentir.
Depois de mais algum tempo de dor, ela parou. Ele ficou confuso, quem tinha feito parar? Então, ele sentiu novamente seu corpo. Estava sob algo macio. Seu corpo demorou a obedece-lo, mas então, depois de um esforço sobrehumano, o qual lhe rendeu uma dor alucinante na cabeça, ele finalmente abriu os olhos. As nuvens vermelhas acima de si eram estranhas, ele se sentou, por um instante se perguntando quem ele era. Haviam dois sóis no céu. Um maior e o outro menor. Ele lutou para se pôr de pé, seu corpo doía, mas ele precisava sair dali. Era como se seu corpo soubesse para onde ir. Mesmo com a dor, - ele sentiu uma pontada em seu peito, onde constatou um ferimento, talvez uma flechada? E logo abaixo, um corte profundo. Mas o que terá acontecido? Perguntou-se depois de começar a caminhar. O chão era formado por cinzas. Não tinha nenhum sinal de vida naquele lugar, ele precisava encontrar alguém...talvez uma casa. Seus passos foram quase que inconscientes. Seu corpo doía muito. Ele poderia desistir. Mas um rosto lindo veio à sua mente, uma garota ruiva. Ele sentiu,de alguma forma, que ela era muito importante pra ele. O sorriso dela o fez continuar, mesmo com toda a dor. E então, quando ele começou a parar de contar o tempo, ele avistou um palácio, era estranho um palácio no meio do nada, mas ele se encaminhou para lá. Várias perguntas rodearam sua mente, que estava muito saturada pra tentar se lembrar de alguma coisa. Então, só então se dando conta de toda a fadiga que possuía, ele juntou o restante de força que possuía e chegou à porta e bateu. Demorou pouco, mas quando abriram a porta, ele só conseguiu ver o salão branco imaculado, então seu corpo cedeu à dor e caiu nos braços de quem quer que o tenha segurado. E novamente a escuridão o envolveu.
★★★★★★★
- Melhora essa cara Clary, até parece que estou te levando pra uma sessão de torturas.
Simon reclamava enquanto a puxava pela mão para a lanchonete ali perto. Sinceramente a ruiva não entendia toda a insistência do amigo, já tinha reclamado sobre aquilo, até parece que ela era uma depressiva que não poderia ficar em casa sozinha porque talvez cometesse suicídio. Mas Clary não era, e aquele cuidado excessivo a deixava irritada, mesmo sabendo que o amigo só queria ajudar, Clary não queria a ajuda de ninguém, apenas queria sentir sua dor, ficar em casa, deitada em sua cama, dormindo.
- Poderíamos ter pedido pizza.- comentou, sentando na mesa livre ali.
O vampiro arqueou uma sobrancelha alheio aos olhares das garotas do ambiente sobre si, Clary já tinha se acostumado com as garotas babando sobre seu amigo, o vampirismo tinha feito bem à ele, tirando a parte ruim, é claro. Ela balançou a cabeça tirando esses pensamentos paradoxos de sua cabeça, realmente não estava pensando coisa com coisa.
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Os irmãos Morgenstern-Anjos Caídos (Talvez eu termine de escrever)
Fiksi PenggemarDepois dos acontecimentos com Azazel, Clary se vê novamente numa situação perigosa. Agora seu irmão está de algum modo, diferente, carrega segredos que nem mesmo o mundo das sombras suspeita. Jonathan Christopher Morgenstern, embora com os acontecim...