. capítulo 04

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— Killian! — Chamo em um tom alto ao descer as escadas, meus tênis não fazem tanto barulho quanto minhas botas faziam e isso se torna estranho por um momento.

— Turner? Está tudo bem? — Killian se levanta do sofá que estava ao lado de Emma e se aproxima de mim que agora está em meio a sala. Todos direcionam seus olhos para cima de nós.

— Não! Temos um problema muito grande! — Ele nota que estava desesperada.

— Qual o problema? — Regina nos observava.

— A quanto tempo ele tem isso? — Ergo o cordão de Mike para que todos vejam, eles me observavam confusa.

— Nunca vimos ele com isso. — Sophi se levanta e se aproxima. Killian observava o pingente nervoso. — E Gale, é apenas um cordão! Não o fim do mundo.

— Não o fim do mundo? — Minha voz sai quase como um grito. Fecho meus olhos com força para não berrar, Jones me segurava para não surtar. — Eu passei anos tentando tirar o rastro dele do mundo e agora noto que sabem da existência dele.

— Gals, do que você está falando? — Mérida ja estava ao meu lado, ela toca meu ombro e nota como meu corpo estava tremendo.

Pan o encontrou... — Meus olhos vagavam perdidos por todos eles, aperto a corda com força.

— Explique direito isso... — David, que apenas observava, agora toma frente.

Não consigo falar nada e Killian parece tentar explicar para todos o que estaria acontecendo comigo. Minha mente martela e a dor inicia fraca para depois aumentar. Meus joelhos falham e se não fosse por Blaer e Jones já estaria no chão. Meus olhos ardem quando consigo visualizar as imagens.

Michael estava deitado sob a cama de Henry, pelo que me foi explicado, ele dormia ali quando queria ficar na casa dos encantados, Henry nunca estava presente mesmo. Mike lia algumas das revistas em quadrinhos e ria animado quando algo passou pela janela.

Assustado, ele desliga a luz do abajur ao seu lado e se joga no chão, logo se esconde debaixo da cama com a respiração acelerada. Eu podia notar a forma como ele tremia e arfava com medo do que poderia ser.

— Mike... — Seu nome é sussurrado e cantarolado de maneira assustadora. O menino não responde e se encolhe mais em seu recém esconderijo.

Dois minutos depois um par de botas escuras surge ao lado da cama como se tivesse feito um pouso de um vôo. O menino prende a respiração com medo e tremendo ainda mais. Ele fecha os olhos sussurrando palavras difíceis de decifrar.

— Não precisa ter medo, guerreiro... — A voz o chama do jeito que apenas eu chamava, isso faz com que ele abra os olhos e tenha a visão dos olhos verdes. — Venha...

Ele estende a mão para Mike que depois de um minuto aceita, ainda tremendo, para sair do seu local seguro.

O outro se senta na cama e observa o quarto, os posters de super heróis como Homem-Aranha, Superman e outros decora as paredes como quartos comuns de crianças. O rapaz, até então estranho para o mais novo, solta uma risada nasal como quem estivesse acostumada a ver quartos como aqueles. Mike permanece encolhido ao lado da janela observando a porta pensando em correr até os mais velhos.

— Não vou machucar você... — O timbre duro e forte chama atenção do mais novo que observa o rapaz.

Roupas verdes e escuras, o peito magro exposto pela abertura da camisa de mangas, que iam até seus cotovelos, sua gola em formato V. Seus braceletes e dedos grandes, os mesmos que brincavam com uma pequena corda.

ᴛʜᴇ ᴘʀᴏᴘʜᴇᴄʏ • ᴘᴇᴛᴇʀ ᴘᴀɴ [ᴏᴜᴀᴛ]Onde histórias criam vida. Descubra agora